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          SEGUI AS INSTRUÇÕES DE Percy, enquanto meus pensamentos giravam em meio à confusão que havia se tornado minha vida.

Caminhando pela Quinta Avenida, pensava no caos reinava as margens da cidade, e ainda assim o silêncio sepulcral imperava. Os carros permaneciam imóveis, os prédios vazios, como se o mundo tivesse sido congelado em um terrível pesadelo.

Como se eu tivesse sido congelada em um pesadelo horrível.

Ao alcançar o imponente Hotel Plazza, eu entrei a passos hesitantes. A recepção estava deserta, e o lobby silencioso, exceto pelo eco distante do que eu achava ser a suposta da batalha contra os exército inimigos.

De repente uma risada me escapou, tão alta e continua que por um momento realmente acreditei estar feliz. Infelizmente, bastou ouvir duas explosões ao longe que instantaneamente fiquei séria.

Subi pelas escadas até um quarto qualquer no primeiro andar, minhas pernas trêmulas de exaustão e tensão.

Mantive a porta aberta, mesmo com medo da possibilidade de algo entrar ali, a simples ideia de me trancar naquele quarto me fazia engasgar.

Não demorou muito para a realidade da situação me atingir em cheio.

Eu havia sido atacada.

Desabei na beira da cama, as lágrimas começando a escorrer pelo meu rosto.

Tudo era tão surreal, tão assustador. Eu estava em meio a uma guerra bizarra entre deuses malucos e titãs psicopatas, e não tinha a menor ideia do que fazer a seguir Mas sabia que não poderia ficar ali para sempre. Não importa o quão seguro parecesse dentro daquele quarto de hotel. O medo, a confusão e a sensação de impotência me dominavam.

Eu não ia mentir, não havia acreditado nem um pouco naquela história de semideuses, mas era única história que faria sentido. Ainda assim, havia muitas brechas. Por que todos estavam dormindo? Onde estavam os tais deuses? E a principal pergunta, por que eu também não estava dormindo?

Solucei, enterrando o rosto no travesseiro. Não podia evitar pensar em sua vida tranquila e normal que tinha antes de tudo isso. As compras no shopping, as festas com os amigos, tudo parecia um mundo distante agora. E de alguma forma eu sabia que nunca mais seria assim.

Após chorar por um tempo — 𝘮𝘶𝘪𝘵𝘰 𝘵𝘦𝘮𝘱𝘰 —, me sentei na cama e olhei em volta. O quarto de hotel era luxuoso, mas nada daquilo importava mais. Eu precisava entender o que estava acontecendo e como poderia ajudar.

Peguei o celular, tentando ligar para Rachel, mas não havia mais sinal. O mundo lá fora já estava caótico demais para a tecnologia funcionar completamente.

Eu tentou respirar fundo e me acalmar. Precisava de respostas. Os barulhos de luta haviam se tornado mais altos, e eu podia ouvir o hotel começar a encher por vozes e passos desesperados demais pra serem dos tais inimigos.

Eles haviam voltado.

Decidi que o melhor a se fazer era sair do quarto e explorar o hotel, na esperança de encontrar alguém que pudesse me explicar a situação, e talvez me ajudar com meu pequeno probleminha no abdômen. Os cortes começavam a arder.

Desci as escadas, a tempo de ver Percy acompanhado um garoto loiro correrem hotel à dentro.

Com passos cautelosos e me aproximei, franzindo o cenho. A luta havia acabado? Quanto tempo eu havia passado naquele quarto?

Hesitei por um momento, mas então pensei: "Eu deveria fazer parte daquilo, certo?" Suspirei — eu vinha fazendo muito isso ultimamente —, e caminhei até a dupla, atraindo olhares surpresos.

𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐎𝐒𝐓 𝐃𝐀𝐔𝐆𝐇𝐓𝐄𝐑 - 𝐏𝐉𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora