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          NÃO TINHA IDEIA DE quanto tempo já tinha se passado desde que fui proibida de sair da vista daqueles semideuses e, consequentemente, me enfiado na cozinha. Fui informada que os filhos de Deméter estavam cozinhando um banquete para todos e resolvi ajudar.

Felizmente, não havia queimado nenhuma das tortas que preparei.

Minutos mais tarde, enquanto eu comia algumas fatias de abacaxi, um semideus chamado Jake Mason veio me chamar para uma sala onde Percy e Thalia estavam.

Suspirando o segui até o local indicado, agradecendo por ser no primeiro andar. Não me sentia segurar para subir todos aqueles degraus novamente.

— O.k. Alguma notícia dos deuses? — Ouvi a voz de Percy enquanto entrava na sala.

Thalia sacudiu a cabeça.

— Sei que Lady Ártemis estaria aqui se pudesse. Atena também. Mas Zeus ordenou que fiquem ao lado dele. A última notícia que tive foi que Tifão estava destruindo o vale do Rio Ohio. Deve alcançar os Montes Apalaches ao meio-dia.

Tifão? Que era esse? E por que ele estava destruindo aqueles lugares? Os deuses estavam deixando?

— Portanto, na melhor das hipóteses — ponderou Percy —, temos mais dois dias até ele chegar.

Jake Mason pigarreou. Ele era tão silencioso que poderia facilmente esquecer que ele havia ficado ali conosco se não fosse por sua presença ao meu lado.

— Percy, há mais uma coisa — disse ele. — O fato de Cronos ter aparecido na Ponte de Williamsburg, como se soubesse que você ia para lá. Além disso, ele desviou as tropas para nossos pontos mais fracos. Assim que nos posicionávamos, ele mudava de tática. Ele mal tocou no Túnel Lincoln, onde as Caçadoras eram fortes. Atacou nossos pontos mais vulneráveis, como se os conhecesse.

— Como se tivesse informações confidenciais — disse o moreno. — O espião.

Pude ver o olhar de Thalia, Jake e do outro ser se virarem para mim rapidamente.

— Que espião? — perguntou Thalia.

Percy começou a contar, de forma bem resumida, sobre o pendente de prata que Cronos havia o mostrado, o tal aparelho de comunicação.

— Isso é ruim — disse ela. — Muito ruim.

— Poderia ser qualquer um — afirmou Jake. — Estávamos todos lá quando Percy deu as ordens.

"Inclusive ela." Eu podia ouvi-lo completar. Fechei a cara.

— Quantas vezes eu vou precisar dizer que não sou a espiã!? Eu não sei nada sobre esse mundo! — Grunhi irritada.

— Ninguém disse nisso. — Thalia retrucou, calma.

Resmunguei algo sobre "nem precisar dizer", mas não me pronunciei mais.

— Mas o que podemos fazer? — perguntou o desconhecido. — Revistar cada semideus até encontrarmos um pendente em forma de foice?

Todos me olharam e em seguida viraram para Percy, à espera de uma decisão. Eu não podia me dar o luxo de mostrar que estava sendo afetada com tanta desconfiança, ainda que já tivesse deixado claro a verdade.

— Vamos continuar lutando — Ele falou. — Não podemos ficar obcecados por esse espião. Se começarmos a desconfiar uns dos outros, vamos nos destruir. Vocês todos foram incríveis na noite passada. Eu não poderia querer um exército mais bravo. Vamos estabelecer um revezamento para a vigilância. Descansem enquanto podem. Temos uma noite longa pela frente.

Os semideuses murmuraram, de acordo, e se separaram. Foram dormir, comer ou consertar as armas. Não tardei em seguir o exemplo.

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𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐎𝐒𝐓 𝐃𝐀𝐔𝐆𝐇𝐓𝐄𝐑 - 𝐏𝐉𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora