012.

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MEUS OLHOS NÃO DEMORARAM para focarem em um único lugar da sala. Uma situação estranha se levarmos em conta que fui diagnosticada com TDAH desde, tipo, sempre.

Um trono.

Era aquilo que prendia minha atenção. Não 𝘶𝘮 trono, mas 𝘰 trono. Inteiramente de ouro reluzente, ornamentado com símbolos solares e decorado com entalhes de lira e um arco e flecha no encosto do mesmo. Suspirei, encantada ao perceber que o trono emanava uma sensação de luz e calor, como se eu pudesse me conectar com o próprio sol.

Ergui as mãos, mal percebendo o quão perto estava de tocar no trono, mas infelizmente fui interrompida pelo som de passos ao lado de fora do salão.

Dei um pulo para longe quando as enormes portas de bronze se abriram com um rangido. Me virei, meu coração batendo acelerado no peito enquanto percebia que eram apenas Percy, Annabeth e Grover vindo ao nosso encontro.

Pelo canto de olho pude ver que a lareira havia se reduzido a um brilho vermelho fraco. Héstia — a quem finalmente reconheci —, na forma de uma garotinha de manto marrom, encontrava-se curvada diante dela, tremendo.

Me assustei com um mugido atrás de mim, e arregalei os olhos ao ver um peixe vaca. Aquilo parecia aquela planta demoníaca do The Sims... Estremecia apenas de pensar.

À luz do fogo, os tronos lançavam sombras maléficas, como mãos que tentassem agarrar alguma coisa.
Aos pés do trono de Zeus, olhando para as estrelas, estava Rachel. Ela segurava um vaso grego de cerâmica que até agora não havia percebido.

— Rachel? — Percy chamou. — Hã, o que está fazendo com isso?

Ela o olhou como se estivesse saindo de um sonho.

— Eu o encontrei. É o jarro de Pandora, não é?

Seus olhos estavam mais brilhantes do que de hábito, e eu tive um desagradável estremecimento de puro medo.

— Por favor, ponha o jarro no chão — pediu o moreno.

— Posso ver a Esperança dentro dele. — Rachel correu os dedos pelos desenhos na cerâmica. — Tão frágil.

— Rach!

— Rachel.

Minha voz parecia urgente, apesar de não passar de um sussurro, mas havia sido a voz de Percy que pareceu trazê-la de volta à realidade. Ela estendeu o jarro e eu o peguei, entregando-o para o filho de Podeidon logo depois. A cerâmica era fria como gelo.

— Grover, Delph... — murmurou Annabeth. — Vamos dar uma olhada no palácio. Quem sabe não encontramos fogo grego extra ou armadilhas de Hefesto.

— Mas... — Grover tentou.

Annabeth deu-lhe uma cotovelada, raiva brilhando em seu olhar, seguida de um olhar meu. Acho que alguém estava com ciúmes...

— Certo! — gemeu ele. — Adoro armadilhas!

Ela nos arrastou para fora da sala dos tronos, em direção a grande cidade cheia de feridos.

╭💋╯

Caminhar pelo Olimpo era uma experiência surreal, mesmo em meio a uma guerra. O topo do mundo estava deserto, exceto pelos semideuses feridos sendo tratados por filhos de Apolo, ninfas e sátiros dedicados.

Annabeth liderava nosso pequeno grupo, comigo e Grover ao seu lado. Seus olhos perspicazes vasculhavam cada canto em busca de pistas, armadilhas ou qualquer coisa que pudesse ser usada para fortificar as defesas do Olimpo e da cidade. Ela parecia determinada a encontrar qualquer vantagem que pudéssemos usar na batalha iminente. E, para ser sincera, não esperaria menos de uma filha de Atena.

𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐎𝐒𝐓 𝐃𝐀𝐔𝐆𝐇𝐓𝐄𝐑 - 𝐏𝐉𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora