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Uma criatura verde teimosa instaura o caos no nosso dormitório

Jeongyeon

- PUTA MERDA - gritou Nayeon.

- Olha o palavreado senhorita Nayeon - disse Mina.

- Agora não é hora de discutir! - disse Dahyun - Tem um duende no meio do quarto!

- Duende não! -disse a criatura com uma voz engraçada - Gnomo.

- Tá... Tanto faz - retrucou Dahyun.

- Tanto faz não! Existe uma enorme e clara diferença! Eu sou um g-n-o-m-o. -ele fala, soletrando.

- Enfim, gnomo, o que você está fazendo aqui? Por que você invadiu o nosso quarto? - questionou Momo.

- Eu... Eu vim em busca da donzela de Twidom! Aquela que nos trará terras prósperas e eterna felicidade! - disse o gnomo em um tom sonhador.

- Me desculpe, mas eu acho que você está enganado. Não há nenhuma donzela aqui. Nós podemos te ajudar a voltar para casa! - disse Mina, provavelmente ainda processando o fato de ter um gnomo no meio do nosso quarto.

- Eu não me enganei senhorita! O cheiro é inconfundível! E ele vem... daquela ali! - ele disse, apontando para mim

- Eu...? Você tem certeza? - eu disse.

- Nunca tive tanta certeza em meus 849 anos! - ele disse - Agora vamos, não temos tempo a perder! - ele fez um gesto com as mãos e uma espécie de portal se abriu na minha frente.
  
       Logo depois que ele fez aquilo, ele encostou sua mãozinha de gnomo na minha perna, e então eu vi. Eu vi o esplendor. Eu vi o caos. Eu vi o desespero.

       Pela minha visão, passavam flashes, imagens rápidas, de um reino. O lugar era muito bonito. Aparentava ser muito populoso, e bem próspero, apesar de parecer ter vindo da idade média. Era um vilarejo muito grande, com casas coloridas, - nenhuma com mais de dois andares - das quais saiam e entravam várias pessoas. Pessoas essas que não eram todas exatamente como pessoas. Havia gnomos, elfos, fadas e outras várias criaturas cuja beleza era indescritível. No centro, havia um enorme e imponente castelo, com torres brancas e telhados violeta, que brilhavam à luz do sol.
       Nas primeiras imagens, as criaturas pareciam felizes - havia algumas cantando e dançando em torno de uma roda, outras reunidas em feiras e outras apenas conversando ou passeando. Mas à medida que essas imagens foram passando, tudo começou a ficar mais escuro; as torres do castelo se tornaram pretas, assim como boa parte das casas. As pessoas corriam para todos os lados, gritando, chorando, pedindo por ajuda.

       Até que tudo começou a pegar fogo, e eu senti uma dor misturada com uma sensação muito estranha por todo o meu corpo; como se eu estivesse sendo queimada.

Momo

- JEONGIE! -gritava Nayeon - ACORDE! POR FAVOR!

- Se acalme, Nabong - disse Mina, tentando parecer calma - A Dahyun já foi buscar ajuda, e até que ela chegue, não tem nada que possamos fazer.

       Ao ouvir aquilo, Nayeon começou a chorar. Muito. Então, de repente, o gnomo estalou os dedos, e se esvaiu em fumaça. Na hora ninguém ligou muito, mas depois nós começamos a nos perguntar como ele havia feito aquilo. Já havia poças de lágrimas no chão, apesar de nós estarmos tentando desesperadamente consolar Nayeon. Foi um milagre o resto de nós não ter chorado também. A visão de Jeongyeon desmaiada no chão com um semblante calmo, mas ao mesmo tempo extremamente conflituoso me dava arrepios.

       Alguns segundos depois, nós ouvimos passos se aproximando, e eu ajudei Mina a afastar alguns dos móveis para liberar totalmente a passagem. Chegaram 4 policiais e duas enfermeiras, que imediatamente levaram Jeongyeon para a enfermaria. Os policiais nos acompanharam até algumas salas pequenas, que pelo menos eu, nunca tinha visto. Eles interrogaram uma por uma, na presença da diretora, para que cada uma contasse sua versão.

       No final, eles acharam que todas nós estávamos loucas, e que tudo aquilo era uma perda de tempo. Eles foram embora, e Jihyo nós conduziu até sua sala. Ela avisou nos auto falantes que o intruso já havia sido localizado e que já havia sido levado pela polícia, e que não havia nada com o que se preocupar.

- O que realmente aconteceu? - ela disse, em um tom soturno - Vocês não precisam falar que foi um gnomo só para proteger alguém.

- Mas realmente foi um gnomo! - protestou Mina - Se eu ao menos tivesse gravado ou tirado uma foto - ela disse, frustrada.

- Vindo da Mina é porque é realmente sério. Apesar de que, normalmente, gnomos não desmaiam pessoas. - ela disse, brincando, mas ninguém riu.

- MAS NÓS VIMOS O GNOMO!!! ELE ESTAVA NA NOSSA FRENTE! ELE ENCOSTOU NA JEONGIE E ELA DESMAIOU!!! - disse Dahyun, descontroladamente brava.

- Olha meninas, eu realmente queria acreditar em vocês, mas não tem como. - Jihyo disse em um tom sério. - Vocês deveriam procurar aconselhamento com a senhorita Sunmi.

- Sra. Jihyo, com todo o respeito, mas se você não acredita em nós, nós não temos mais o que fazer aqui. - disse Mina, com um tom de indignação - Vamos meninas.

       Todas nós nos levantamos e fomos para o quarto de Mina e Dahyun, que apesar de ser menor que o nosso, não havia nenhum histórico de presença de gnomo nele. Nós dormimos juntas em um saco de dormir gigante que Dahyun  havia comprado na internet.

       Era meia noite, quando nós acordamos com um barulho à porta.

E aí? O que acharam do quinto capítulo?

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