Capítulo Dez

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O sol já começa se pôr quando decidimos ir embora,
caminhamos juntos até o estacionamento e ele pega minha mão. Gosto da sensação, ele é tão adorável e gentil, conversamos sobre vários assuntos e todo o tempo me senti bem ao seu lado, inclusive tive coragem de contá-lo sobre meu TOC. Fazia tanto tempo que eu não conversava sobre minha vida com alguém.

─ Ei. ─ Vitor segura meu braço quando chegamos ao estacionamento. ─ Você gostou disso?

─ Eu amei, Vitor. Amei passar esse tempo com você. ─ Sorrio.

─ Eu também amei, você é uma garota incrível, Estela. ─ Vitor pega uma mecha do meu cabelo e coloca atrás da minha orelha, ele olha nos meus olhos e eu o encaro, nossos rostos se aproximam mais e eu sinto sua respiração na minha bochecha, e então ele me beija. É suave e bem diferente de beijar Matias, é bom, mas não sinto borboletas no estômago como pensei que fosse sentir. Ele está te transmitindo bactérias, meu cérebro começa a formular várias coisas ruins que podem me acontecer se eu tiver uma infecção e eu me afasto de Vitor impulsivamente.

─ Está tudo bem? ─ Ele pergunta preocupado.

─ Sim, sim. Tudo bem. ─ Volto a beijar Vitor, dessa vez com mais vontade, consigo forçar minha mente a esquecer das bactérias. Nossos beijos começam a extrapolar, ele abre a porta do carro e nos sentamos no banco do passageiro ainda entre beijos, ele passa a mão debaixo da minha blusa com cuidado e toca a minha pele. Sinto um leve arrepio, ele tenta levantar minha blusa, mas seu celular toca bem na hora.

─ É o meu pai. ─ Ele vê o nome na tela e atende tentando esconder que estava ofegante. ─ Oi pai. O que ele tem? Ok, já estou indo. ─ Ele desliga o telefone.

─ Meu irmão mais novo está com febre, meu pai precisa da minha ajuda.

─ Tudo bem, é melhor você ir rápido.

─ Mas vou te deixar em casa, claro. ─ Ele sorri, acaricia meu rosto e pula para o banco da frente.

Cochilo a viagem toda e chego na fazenda na hora do jantar, me reúno com Tom e meus tios. Depois vou correndo até a casa dos avós de Caroline, é claro que não me esqueci do combinado, e sei também que não nos falamos o dia todo, mas enfim, corro até lá.

─ Oi, Teresa. A Caroline está por aí? ─ A avó de Caroline abre a porta. Agora que notei que nunca troquei uma palavra com Teresa ou sequer a encarei direito, ela é bonita e jovem para idade, o pai de Caroline com certeza herdou mais sua aparência do que a de José. O nariz comprido e os olhos meio arredondados.

─ Está em seu quarto. Pode entrar. ─ Entro dentro de casa e Teresa fecha a porta atrás de mim.

─ Quer que eu a chame ou você vai lá? ─ Ela pergunta.

─ Eu acho melhor ir lá. Com licença.

Teresa assente e corro até o sótão, bato duas vezes no alçapão e então Caroline o abre para mim.

─ Caroline, sinto muito pelo imprevisto. Queria ter te avisado.─ Digo assim que acabo de subir a escadinha.

─ De boa, Estela. ─ Ela diz indiferente.

─ Você me procurou?

─ Sim, sua tia disse que você tinha saído com o Vitor.

─ Ele chegou sem me avisar, fiquei sem graça de negar o convite e por isso não consegui te falar.

─ Tudo bem.

─ Jura?

─ Sim, entendo que você tem suas prioridades.─ Ela se senta na cama apoiada pelos braços, me sento ao seu lado. ─ Como foi o encontro?

O Verão DepoisOnde histórias criam vida. Descubra agora