Capítulo Treze

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A manhã se arrasta tão lentamente que começo a ficar ansiosa, Tom está ajudando seu pai, tia Bete está fazendo almoço e eu não quero incomodar Caroline, ela também precisa do seu espaço.
O tédio me causa angústia, porque meus pensamentos começam a dominar a minha mente e faço uma reflexão negativa sobre. Porém, os meus sintomas do TOC estão bem mais controlados durante esse tempo aqui.

Vou para o quintal em busca de sinal de telefone, quando consigo, ligo para Vitor e pergunto se ele pode vir até a casa da minha tia, ele diz que vem na parte da tarde, então fico andando pela fazenda para passar o tempo.

Pela tarde, Vitor chega de bicicleta, ele a guarda na garagem e eu o convido para conhecer a tia Bete. Ela fica surpresa ao nos ver entrar na cozinha.

─ Tia, esse é o famoso Vitor.

─ Prazer em lhe conhecer, Elisabete. ─ Ele estende a mão para minha tia.

─ O prazer é meu, Vitor. ─ Ela sorri e pega sua mão. ─ Diego falou muito bem de você.

─ Acredito que ele tenha exagerado um pouco. ─ Vitor sorri. ─ Eu já estive aqui há uns anos atrás, mas acho que você não se lembra de mim, porque nem cheguei a entrar dentro de casa.

─ Me lembro muito do seu pai, mas não me lembrava de você. Quer comer ou beber algo? Posso fazer um café para nós.

─ Não, obrigado. Não se preocupe.

─ Vamos passear por aí, já voltamos. ─ Digo e saímos de casa. Andamos um pouco pela fazenda e depois nos sentamos debaixo de uma grande árvore no início do bosque.

─ Estela, eu tenho pensado em você o tempo todo desde que te vi lá no cais. ─ Vitor diz e me pega de surpresa, eu realmente gosto dele, mas não penso nele o tempo todo, na verdade, às vezes e não é nada do tipo "o que será que ele tá fazendo agora?" "será que ele está pensando em mim?" ─ E, pode parecer exagero, mas eu realmente gosto muito de você.

─ Eu também gosto de você, Vitor.

─ Não quero te apressar, mas vou deixar claro que quero ser seu namorado. ─ Ele diz meio sem jeito.

─ Olha, Vitor. Eu não vou negar que também não quero isso, mas posso pensar sobre isso?

─ Claro que pode, talvez você ache isso uma má ideia, porque já tenho dezoito anos e você ainda vai fazer dezessete...

─ Não é não, é só que eu sou nova nisso. Nunca namorei e nem sei como agir.

─ Eu te entendo, mas não tem que agir diferente de como age. Seremos iguais, apenas namorados. Isso não muda nada.

─ Tudo bem, tenho que me acostumar com essa ideia.

─ Eu espero. ─ Ele sorri e se deita na grama, me deito ao lado dele e ficamos vendo as folhas das árvores se mexerem. Ele pega na minha mão e ficamos assim.
Me questiono se isso é normal, me sinto confortável ao seu lado, mas não sinto borboletas no estômago quando ele me encara, nem penso nele toda hora, nem tenho tanta vontade de beijá-lo. Mas entendemos um ao outro e sempre temos algo para falar. Acho que isso basta.

─ Quero sim ser sua namorada. ─ Digo.

─ O quê? Está falando sério? ─ Ele se senta e eu faço mesmo.

─ Claro.

─ Pensou rápido. ─ Ele sorri e me puxa para um beijo, me aproximo meio hesitante, bactérias, mas o beijo suavemente. Apesar de eu não sentir intensa paixão, é um gesto carinhoso que revela minha conexão com ele. ─ Que tal ir lá em casa para conhecer minha família?

O Verão DepoisOnde histórias criam vida. Descubra agora