Acordo com as mãos entrelaçadas com as de Caroline, ontem depois de assistirmos as fitas fomos dançar músicas dos anos 80 e bebemos vinho tinto que Tom pegou escondido do seu pai. Eu me senti muito elétrica depois de um copo e Tom decidiu que era melhor eu não continuar a beber então ficamos deitados comendo besteira e jogando conversa fora. Fomos dormir por volta de duas da madrugada, Tom capotou e eu e Caroline trocamos carícias, em silêncio, sem ninguém ver, como se tivéssemos apenas aquele momento juntas. E sabíamos que isso não ia voltar a acontecer tão cedo, porque estávamos alcoolizadas e enérgicas com a noite, a noite tudo parece mais simples sem nada a esconder ou declarar. Porque hoje pela manhã me afastei bruscamente dela e me sentei no colchão, me sentindo meio tonta.
─ Por Deus, eu tô vivo. ─ Balanço Tom de leve e ele acorda assustado. ─ Que sede terrível e por que fez tanto calor a noite?
─ Estávamos bêbados, Tom. Você tem noção?
─ Então estou de ressaca.
─ Como chegamos assim na casa da sua mãe?
─ Carol. ─ Tom joga um travesseiro em Caroline e ela resmunga um xingamento.
─ Cara, são dez da manhã. ─ Ela se senta e esfrega os olhos.
─ Estamos de ressaca feia. ─ Tom diz e Caroline solta uma risada.
─ Vocês beberam apenas um copo de vinho.
─ Você não está se sentindo mal?
─ Não, tomem isso. ─ Ela pega uma cartela de remédio na gaveta da penteadeira e joga para Tom. ─ Depois beba um café e banho também ajuda.
─ Ótimo. ─ Tom se levanta.
─ Não querem tomar café aqui?
─ Não, obrigado. Precisamos nos livrar dessa sensação primeiro. ─ Tom junta suas coisas e eu faço o mesmo.
─ É horrível. ─ Digo.
─ Obrigado por tudo, Carol. Até mais. ─ Tom diz e desce as escadas do sótão.
─ Tchau, Caroline. Desculpe o incômodo. ─ Digo fingindo arrumar minha mochila, a verdade é que eu não consigo encará-la.
─ Não foi incômodo nenhum. ─ Ela diz e se levanta do colchão. ─ Você anima fazer um piquenique ainda hoje ou ainda vai estar de ressaca? ─ Ela sorri.
─ Não exagera, eu realmente estava meio alterada. ─ Eu sorrio. ─ Pode ser.
─ É você tava bem mais inquieta que o normal. ─ Ela começa a dobrar os cobertores.
─ Precisa de ajuda com a bagunça?
─ Não, eu dou conta. Pode ir.
─ Ok, até mais. ─ Pego minha mochila e coloco nas costas.
─ Até.
Me aproximo da escada mas ela me chama.
─ Obrigada. ─ Ela me encara e eu tomo coragem para retribuir o olhar.
─ Não tem que agradecer. ─ Penso em conversar sobre o beijo, mas não sei o que falar. Eu quis beijá-la, mas ela também quis? E por que ambas quiseram?
Saio da casa dos avós de Caroline e vou para a casa da minha tia. Tomo o comprimido e depois um banho gelado. Agora eu me sinto bem melhor fisicamente, mas os problemas ainda estão pairando sob minha cabeça como se fossem um lembrete....
Por volta de duas da tarde, Caroline vai até a casa da minha tia, marcamos de fazer piquenique no mesmo lugar em que Vitor me pediu em namoro, mas ela não sabe que foi lá, obviamente, caso contrário ela poderia queimar a árvore.
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O Verão Depois
Teen FictionEstela anseia por um último verão perfeito antes de concluir o ensino médio. No entanto, seus planos são abruptamente alterados quando sua mãe a obriga a passar as férias na casa de sua tia, localizada no interior. A situação se agrava ainda mais qu...