Quando saímos da sala de cinema já é praticamente noite, o cansaço só piorou ao ficarmos parados por muito tempo e não sei se Tom aguenta dirigir sem pegar no sono.
─ Não acho que seja responsável pegarmos a estrada agora, vocês acham? ─ Digo assim que saímos do cinema e vamos em direção ao estacionamento.
─ Não. ─ Os dois respondem juntos.
─ Vocês podem dormir na minha casa, minha mãe não vai se importar. ─ Digo e Tom parece analisar a opção, já Caroline não parece pensar em nada.
─ Hm, sabe, o Marcos não mora muito longe daqui. ─ Tom diz envergonhado. ─ E faz algum tempinho que não o vejo.
─ Ah, Tom. ─ Bagunço os cabelos dele. ─ Se quiser pode dormir na casa dele, mas precisamos avisar sua mãe que vamos ficar na cidade.
─ Tudo bem, eu ligo para ela.
Tom pega o celular e se afasta um pouco de nós, ele conversa rapidamente com tia Bete e explica a situação, ela não se opõe já que é a decisão mais prudente. Enquanto isso eu e Caroline ficamos observando o movimento em silêncio. Há poucos minutos atrás estávamos de mãos dadas e não sei como agir depois disso. É só fingir que nada aconteceu?
─ Se quiser ir para casa, pode ir. ─ Digo a Caroline assim que entramos no carro.
─ Acho melhor não. ─ Ela parece meio constrangida. ─ Não estou afim de conversar com minha mãe no momento.
─ Ah, tudo bem. ─ Digo.
─ Tem problema se eu ficar na sua casa?
─ Claro que não.
Tom nos deixa em casa, conversa um pouco com minha mãe e depois diz que vai para a casa de um amigo. Pensei que ele fosse dizer sobre o Marcos, porque minha mãe é bem mais liberal nessa questão, mas entendo que ele queira falar aos pais primeiro.
Helena simplesmente amou conhecer Caroline, e as duas ficam na sala brincando, enquanto vou à cozinha conversar com meus pais.
─ Tudo bem se ela ficar? ─ Pergunto, me direcionando aos dois, estamos sentados frente um ao outro na mesa da cozinha.
─ É claro que sim, se ela é sua amiga é bem vinda. ─ Minha mãe diz compreensiva. ─ Mas me explica essa história direito, quem é ela e por que vieram para a cidade?
─ Primeiro, viemos à cidade para passear, e segundo, sabem o Luís Fabeni?
─ Ah, sei. Fiquei sabendo que ele sofreu um grave acidente e faleceu. ─ Meu pai diz.
─ Então, ela é filha dele. ─ Digo e os dois ficam surpresos. Minha mãe raciocina mais rápido, pois faz uma cara de confusa antes de continuar a falar.
─ Ela não... planejou aquele trote com você? ─ Ela diz com cuidado, meu pai se toca e me olha com atenção.
─ É, ela me pediu desculpas e estamos nos dando muito bem. Ela realmente mudou depois do acidente.
─ Filha, você tem certeza? ─ Minha mãe parece preocupada, eu não a culpo, eu fiquei muito mal depois do trote, tive que tomar antidepressivos devido aos sintomas severos do TOC e fiquei um tempo afastada da escola.
─ Tenho, ela se arrependeu, de verdade. ─ Digo sincera e eles entendem o recado. ─ Não se preocupem, por favor.
─ Eu acredito em você. ─ Minha mãe diz, pega minha mão e olha para o meu pai. ─ Acreditamos.
─ Obrigada. ─ Sorrio. ─ Isso é importante para mim.
─ Dá para ver que você gosta muito dela. ─ Meu pai diz e encara minha mãe, não entendo o olhar dos dois.
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O Verão Depois
Teen FictionEstela anseia por um último verão perfeito antes de concluir o ensino médio. No entanto, seus planos são abruptamente alterados quando sua mãe a obriga a passar as férias na casa de sua tia, localizada no interior. A situação se agrava ainda mais qu...