Capítulo Doze

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Quando saímos da sala de cinema já é praticamente noite, o cansaço só piorou ao ficarmos parados por muito tempo e não sei se Tom aguenta dirigir sem pegar no sono.

─ Não acho que seja responsável pegarmos a estrada agora, vocês acham? ─ Digo assim que saímos do cinema e vamos em direção ao estacionamento.

─ Não. ─ Os dois respondem juntos.

─ Vocês podem dormir na minha casa, minha mãe não vai se importar. ─ Digo e Tom parece analisar a opção, já Caroline não parece pensar em nada.

─ Hm, sabe, o Marcos não mora muito longe daqui. ─ Tom diz envergonhado. ─ E faz algum tempinho que não o vejo.

─ Ah, Tom. ─ Bagunço os cabelos dele. ─ Se quiser pode dormir na casa dele, mas precisamos avisar sua mãe que vamos ficar na cidade.

─ Tudo bem, eu ligo para ela.

Tom pega o celular e se afasta um pouco de nós, ele conversa rapidamente com tia Bete e explica a situação, ela não se opõe já que é a decisão mais prudente. Enquanto isso eu e Caroline ficamos observando o movimento em silêncio. Há poucos minutos atrás estávamos de mãos dadas e não sei como agir depois disso. É só fingir que nada aconteceu?

─ Se quiser ir para casa, pode ir. ─ Digo a Caroline assim que entramos no carro.

─ Acho melhor não. ─ Ela parece meio constrangida. ─ Não estou afim de conversar com minha mãe no momento.

─ Ah, tudo bem. ─ Digo.

─ Tem problema se eu ficar na sua casa?

─ Claro que não.

Tom nos deixa em casa, conversa um pouco com minha mãe e depois diz que vai para a casa de um amigo. Pensei que ele fosse dizer sobre o Marcos, porque minha mãe é bem mais liberal nessa questão, mas entendo que ele queira falar aos pais primeiro.

Helena simplesmente amou conhecer Caroline, e as duas ficam na sala brincando, enquanto vou à cozinha conversar com meus pais.

─ Tudo bem se ela ficar? ─ Pergunto, me direcionando aos dois, estamos sentados frente um ao outro na mesa da cozinha.

─ É claro que sim, se ela é sua amiga é bem vinda. ─ Minha mãe diz compreensiva. ─ Mas me explica essa história direito, quem é ela e por que vieram para a cidade?

─ Primeiro, viemos à cidade para passear, e segundo, sabem o Luís Fabeni?

─ Ah, sei. Fiquei sabendo que ele sofreu um grave acidente e faleceu. ─ Meu pai diz.

─ Então, ela é filha dele. ─ Digo e os dois ficam surpresos. Minha mãe raciocina mais rápido, pois faz uma cara de confusa antes de continuar a falar.

─ Ela não... planejou aquele trote com você? ─ Ela diz com cuidado, meu pai se toca e me olha com atenção.

─ É, ela me pediu desculpas e estamos nos dando muito bem. Ela realmente mudou depois do acidente.

─ Filha, você tem certeza? ─ Minha mãe parece preocupada, eu não a culpo, eu fiquei muito mal depois do trote, tive que tomar antidepressivos devido aos sintomas severos do TOC e fiquei um tempo afastada da escola.

─ Tenho, ela se arrependeu, de verdade. ─ Digo sincera e eles entendem o recado. ─ Não se preocupem, por favor.

─ Eu acredito em você. ─ Minha mãe diz, pega minha mão e olha para o meu pai. ─ Acreditamos.

─ Obrigada. ─ Sorrio. ─ Isso é importante para mim.

─ Dá para ver que você gosta muito dela. ─ Meu pai diz e encara minha mãe, não entendo o olhar dos dois.

O Verão DepoisOnde histórias criam vida. Descubra agora