Capítulo Dezesseis

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Tom estaciona o carro em frente a casa de Caroline, ele não sai porque prefere que eu vá sozinha. Respiro fundo e caminho até a porta, o coração quase saindo pela boca, toco a campainha, ouço passos perto da porta e então ela se abre.

─ Estela? ─ Ela sorri durante um instante, depois fica séria novamente. ─ O que faz aqui?

─ Eu vim te pedir desculpas.

─ Como chegou?

─ Tom me trouxe. ─ Aponto para o carro na calçada, Tom acena com as mãos. ─ E fui até o escritório da sua mãe para pegar seu endereço, já que a senhorita não responde minhas mensagens.

─ Isso é inacreditável, vem, entre. ─ Caroline dá espaço para eu entrar e depois fecha a porta, nos sentamos em um sofá no meio da sala. Tudo é meio luxuoso e moderno, bem a cara de Bárbara. ─ Estamos sozinhas.

Me sento no sofá e encaro o chão.

─ O que veio fazer aqui? ─ Caroline me encara.

─ Eu me respondi, Caroline. Agora eu tenho a resposta.

─ E qual é? ─ Ela pergunta em um tom normal, mas pelo seus olhos posso ver como ela está receosa e com medo do que vou falar.

─ Eu gosto muito de você. ─ Digo e ela sorri. ─ Me desculpa por ter sido tão babaca com você durante esse tempo e de não ter esclarecido o que eu sentia de verdade. ─ Organizo meus pensamentos, eu tenho planejado esse momento há três dias. ─ Eu só estava com medo de assumir isso, porque na minha cabeça eu estava totalmente equivocada. Não fiz isso por não te amar, eu nunca quis brincar com seus sentimentos.

─ Está tudo bem. E eu também senti que estava equivocada quando comecei a ter um crush em você, isso durante o ano letivo. ─ Suas bochechas coram. ─Nunca pensei que pudéssemos nos tornar amigas e que você pudesse se apaixonar por mim. Foi uma grande surpresa ver você aquele dia na floresta.

─ Aquele dia eu me senti horrível. ─ Sorrio de leve. ─  Você me perdoa por tudo?

─ É claro que sim. ─ Ela me abraça apertado e beija meu rosto. Eu estava com tanta saudade desse ser de 1,60. ─ Porque eu te amo.

─ Eu também te amo. ─ Ela senta no meu colo e nos beijamos como se fosse a primeira vez. Se a felicidade fosse um momento, esse seria beijar Caroline.

      ...

Caroline arruma suas coisas e coloca no porta-malas do carro, em seguida vamos até o escritório de sua mãe para que ela converse e diga que está voltando para a fazenda. Ela volta ao carro com os olhos avermelhados e um pouco feliz, as duas se entenderam finalmente.
Ela deita no meu ombro e assim vamos para o interior novamente. Já é quase noite quando chegamos, ela deixa as coisas na casa da avó, em seguida eu a levo para o quintal da minha tia.

Quando fui ao cais, pedi a Vitor que arrumasse um mini acampamento para mim no quintal, com ajuda dos meus tios e ficou simplesmente lindo. Há uma fogueira pequena com alguns banquinhos em volta, uma cabana de acampar com alguns pisca-piscas e uma mesinha com guloseimas.

─ Não acredito nisso! ─ Caroline sorri e pula no meu colo. ─ Está simplesmente perfeito!

─ Surpresa! ─ Sorrio.

Assamos alguns marshmallows, bebemos chocolate quente e depois nos deitamos na grama para ver o céu estrelado.

─ Você é uma das melhores pessoas que eu já conheci, Estela Torres. ─ Ela pega minha mão. ─ Ou melhor, minha hater.

─ Eu digo o mesmo, Caroline. ─ Sorrio ao lembrar do sonho em que ela me chamava dessa forma.

─ Só faltam mais dois itens da lista, você percebeu? ─ Ela pega a lista no bolso e me entrega.

13 coisas para fazer em um verão inesquecível :
♡ - a̶c̶a̶m̶p̶a̶r̶
♡ - a̶n̶d̶a̶r̶ ̶d̶e̶ ̶b̶a̶r̶c̶o̶
♡ -  a̶s̶s̶a̶r̶ ̶m̶a̶r̶s̶h̶m̶e̶l̶l̶o̶w̶s̶ ̶e̶m̶ ̶u̶m̶a̶ ̶f̶o̶g̶u̶e̶i̶r̶a̶ ̶
♡ - dançar na chuva
♡ -̶d̶e̶c̶o̶r̶a̶r̶ ̶u̶m̶ ̶b̶o̶l̶o̶
♡ - fazer uma cápsula do tempo
♡ - f̶a̶z̶e̶r̶ u̶m̶a̶ ̶f̶e̶s̶t̶a̶ ̶d̶o̶ ̶p̶i̶j̶a̶m̶a̶ ̶
♡ - f̶a̶z̶e̶r̶ ̶u̶m̶ ̶p̶i̶q̶u̶e̶n̶i̶q̶u̶e̶ ̶
♡ - f̶a̶z̶e̶r̶ ̶u̶m̶a̶ ̶t̶r̶i̶l̶h̶a̶
♡ -  ̶i̶r̶ ̶a̶ ̶u̶m̶ ̶m̶u̶s̶e̶u̶ ̶d̶e̶ ̶a̶r̶t̶e̶
♡ -  ̶i̶r̶ ̶a̶o̶ ̶c̶i̶n̶e̶m̶a̶ ̶c̶o̶m̶ ̶o̶s̶ ̶a̶m̶i̶g̶o̶s̶
♡ - m̶e̶r̶g̶u̶l̶h̶a̶r̶ ̶e̶m̶ ̶u̶m̶a̶ ̶c̶a̶c̶h̶o̶e̶i̶r̶a̶ ̶
♡ -  ̶v̶e̶r̶ ̶o̶ ̶c̶é̶u̶ ̶e̶s̶t̶r̶e̶l̶a̶d̶o̶ ̶

Quem diria que uma simples lista poderia tornar o meu verão o melhor de todos, não é?

    ...

O dia amanhece nublado, então levamos tudo para dentro de casa, algumas nuvens escuras se formam no céu. Marcos, o namorado de Tom almoça conosco e tia Bete e Diego adoram ele, fico feliz com isso.

Depois do almoço eu e Caroline juntamos alguns itens nossos e colocamos em uma caixinha de madeira, contendo duas pulseiras, uma cartinha que fizemos uma para outra e uma foto nossa impressa. Fechamos a caixinha e vamos ao quintal, decidimos que na árvore próxima ao bosque é o melhor lugar para enterrá-la. A terra ainda está meio macia, então fica fácil cavar um buraco. Caroline coloca a caixinha e eu jogo a terra por cima.

─ A única pessoa que pode desenterrar isso é o nosso filho ou filha. ─ Ela diz e eu a encaro sorrindo.

─ Com certeza.

Deitamos na grama e observamos as formas das nuvens, a atmosfera é tão tranquila ao lado dela. Consigo esquecer tudo ao redor.

─ Ele ficaria orgulhoso de você se é o que tá pensando.  ─ Digo e entrelaço minhas mãos na de Caroline.

─ Eu concordo. ─ Ela sorri triste. ─ Mesmo que ele não esteja presente, esse verão ainda vai ser inesquecível.

─ Para mim vai, porque me apaixonei por você.

─ Essa é a melhor parte. ─ Ela me dá um selinho e apoia a cabeça no meu peito.

─ O futuro me assusta, mas pensar que você estará nele me acalma. ─ Digo. O futuro é imprevisível e nunca sabemos que rumo tomar na vida, mas ela pode ser boa e tranquila ao lado de quem você ama e vivendo aos pouquinhos, curtindo cada precioso momento.

Alguns pingos de chuva começam a cair sobre nós e nos levantamos.

─ Me concede essa dança, senhorita? ─ Estendo a mão para Caroline.

─ Sempre. ─ Ela sorri e pega minha mão.

O Verão DepoisOnde histórias criam vida. Descubra agora