Remamos de volta para o cais, o sol já está começando a ir embora. Não podemos demorar mais, se não ficará escuro demais para andarmos de bicicleta.
Subimos o gramado e voltamos para a recepção, Vitor ainda está lá, com os cabelos engrenhados e colados na testa por causa do suor.
─ Já vai? ─ Ele levanta o olhar quando me vê.
─ Aham. Estamos de bike.
─ Ah, entendo. Podemos nos ver qualquer dia desses?
─ Claro, podemos sim. ─ Eu sorrio surpresa, não esperava por isso.
─ Você pode vir aqui para a gente tomar algo juntos e trocar uma ideia.
─ Vai ser ótimo! Temos um combinado então.
─ Perfeito. ─ Ele sorri e escora na bancada. ─ Até mais.
─ Até. ─ Aceno para eles e nos afastamos.
─ Interessante como ele simplesmente ignorou a minha existência, é como se ele só enxergasse você no meio de tudo. ─ Caroline diz um pouco irritada.
─ Não seja exagerada. ─ Eu sorrio. ─ Você deixou ele desconcertado lá no cais. ─ Tiro o cadeado da bicicleta e a tiro do suporte. Caroline faz o mesmo.
─ Que seja, não me importo.
Começamos a fazer o percurso de volta, em silêncio, mas estou me acostumando a isso. Acostumando a ficar em silêncio na companhia de alguém. Na companhia de Caroline.
─ Você ainda quer me ajudar a completar a lista? ─ Ela diz quando nos aproximamos da casa dos seus avós.
─ Sim, me desculpe pelo modo como agi, mas por que você se irritou tanto?
─ É que não gostei muito daquele garoto, e aí vocês estavam meio de paquera e achei bleh.
─ Ah. ─ Digo meio confusa.
─ Podemos fazer uma festa do pijama amanhã à noite? E aí a gente pode fazer bolos e decorá-los. ─ Ela diz e desce da bicicleta.
─ Pode ser, posso chamar o Tom?
─ Ah. ─ Caroline parece pensativa. ─ Pode.
─ Por que parou para pensar? Vocês se dão bem. ─ Também desço da bicicleta e a deixo na garagem.
─ Não tinha pensado nele antes, só isso.
─ Então até amanhã. ─ Aceno e começo a me afastar. Ela também acena e vou correndo para a casa da minha tia, tio Diego ainda está no quintal mexendo com algumas coisas, cumprimento ele e entro em casa.
─ Oi, sumida. ─ Tom diz quando me vê, ele está no sofá da sala jogando palavras cruzadas. E agora posso constatar, Tom passa a maior parte dentro de casa no sofá.
─ Oi, priminho.
─ Agora não adianta negar que não é amiga da Carol, vocês ficaram juntas a tarde toda. ─ Ele vai direto ao ponto e me pega de surpresa.
─ Não foi a tarde toda, foi desde duas e pouca.
─ Agora já são quase sete da noite.
─ Ah não, Tom. Não exagera, a gente não se dá tão bem assim.
─ Por que isso? Acho que já passou da hora de você me dizer, perguntei a ela outro dia e ela não me disse. Agora estou curioso.
─ Ah, Tomas. ─ Suspiro e me sento ao seu lado. ─ Aconteceu algo no início do ano quando as aulas começaram, sabe?
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O Verão Depois
Teen FictionEstela anseia por um último verão perfeito antes de concluir o ensino médio. No entanto, seus planos são abruptamente alterados quando sua mãe a obriga a passar as férias na casa de sua tia, localizada no interior. A situação se agrava ainda mais qu...