Capítulo 12

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CAROLINA

A tormenta continua devastando tudo lá fora, os ventos uivantes aí qual parece trazer sussurros de clemência ricocheteiam contra as árvores fazendo estalos altos e assustadores, as folhagens cheias de suas copas dançam de maneira desorganizada enquanto emitem chiados altos, a terra treme como se tivesse acontecendo um abalo sísmico a cada vez que um trovão estronda no céu de coloração cinza escuro trazendo consigo as descargas elétricas que enfeitam o seu em linhas tortas e luminosas. Fecho a janela com medo daquele show bizarro que acontece lá fora e corro até a lareira acesa a alimentando com mais lenha fazendo com que o local fique mais quente. Deito na cama e me cubro dos pés a cabeça na tentativa de me proteger do horror temporal lá fora. Fico daquela forma até que a tempestade lá fora vai se acalmando, os estalos e chiados das árvores não eram mais ouvidos de dentro da cabana, agora somente os barulhos das gotas se chocando com calma contra o telhado preenche o espaço aquecido. Levanto da cama e com calma abro a porta me encolhendo um pouco com a corrente de vento frio que invade a cabana sem o menor pudor, a passos curtos vou até os primeiros degraus da escada e coloco minha mão na pequena cascata de água congelante que cai do telhado, olho o estrago que a tormenta fez e vejo alguns troncos mais fino caídos no chão que agora não está mais coberto pelo vasto tapete branco e frio, pela primeira vez em semanas que resido ali, pude ver o solo de Sitka. Entro em casa e pego a capa de chuva que Oliver me deu e a coloco em meu corpo a fechando bem.

Saio de casa fechando a porta e caminho até a cabana de Elly para ver se está tudo bem, entro no local frio apesar do isolamento que tem nas cabanas e verifico com cuidado não achando nada de diferente. Saio pra fora e rodeio a cabana vendo que alguns galhos caíram atrás da mesma, porém nenhum acertou a estrutura. A casinha em que Oliver guarda os troncos de madeiras e alguns mantimentos alimentares foi atingida por uma árvore que destruiu metade do telhado, abro a porta vendo que tudo ali dentro está molhado.

-Carolina?. Me assusto com a voz repentina me chamando e viro-me olhando com o coração acelerado para o líder que se aproxima rapidamente de mim e segura meus ombros com um pouco de pressão. -Você está bem?. Sua voz firme soa preocupado, ele desce os olhos atentos e aflitos por todo o meu corpo e rapidamente pude observa o alívio brilhar em seus olhos claros.

-Estou, o que acontece?. Olho para sua figura enxarcada e com um pouco de sujeira. Ele suspira se afastando um pouco e pude ver dois homens atrás dele, eles estão na mesma situação que o homem parado em minha frente.

-Durante a tempestade algumas árvores caíram atingindo as casas de alguns moradores! Diz e sinto meu coração erra algumas batidas. -Alguns moradores se feriram e tivemos duas perdas! Diz e meu peito pesa com essa notícia, vejo que ele está tão abalado quanto os outros que estão quietos com olhares longe.

-Eu sinto muito! Expresso com toda sinceridade o meu pesar, me aproximo dele e seguro sua mão que aperta a minha. - Eu posso ajudar em algo?. Ele me encara por um momento e acena em positivo.

- Estamos realocando os que tiveram sua moradia atingida para um dos galpões vazios e precisamos de pessoas para ajudar com os feridos, Oliver disse que você tinha curso de enfermagem, então você pode ajudar as curandeiras a cuidar deles?. Indaga.

- Claro que posso, apesar de fazer bastante tempo que fiz o curso, eu consigo cuidar de ferimentos mais leves! Digo e ele afirma.

O caminho foi todo feito com ele segurando minha mão enquanto respondia pacientemente as perguntas que eu fazia, notei que apesar do frio e seu corpo enxarcado, sua mão estava quente enquanto apertava a minha com um pouco de pressão.

-Você precisa trocar de roupa ou irá adoecer, sei que está preocupado com todos, mas sua saúde também é importante para que possa ajudar seus amigos! Ele me olha e sorri.

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