Se eu lembrar algum dia, eu espero não esquecer outra vez (lembre-se sempre)

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    -Hm? Quem?

    -Song Hyuk, esse anel é do Song Hyuk, eu tenho certeza. - Hongjoong falou, apontando para a mão do senhor. -De ouro, com duas ondas espiraladas e uma pedra de jade. Esse é o anel do Song Hyuk.

     Todos o olharam assustados. O pai de Mingi era Song Hyuk, um agente eminente e importantíssimo na Sunseo, braço direito de Lee, Hongjoong foi praticamente criado pelos dois, ele conhecia seu padrinho de cabo a rabo.

    Song Hyuk sumiu muitos anos atrás, em uma missão à um santo berço.

     Puta merda.

     -Qual o seu nome?- Hongjoong perguntou, mas o senhor parecia confuso.

    -Meu nome? Eu não tenho nome.

     -Merda, eu esqueci que ele é demente!- Hongjoong reclamou, batendo a mão na testa. -Realmente não se lembra? Não sabe o que aconteceu?

     -Não, eu não sei.- O senhor coçou a cabeça, o cabelo sujo soltou um tipo de pó branco como uma caspa. -Não me lembro. Mas isso não importa. Eu sei que meu filho se chama Mingi, vocês viram meu Mingi?

    -Essa coisa tá muito estranha. -Yeosang murmurou. -Se o anel é do Hyuk-nim, se o filho dele se chama Mingi...

     -É o Hyuk-nim. - Wooyoung resmungou. -Eu não acredito nisso, sério, o pai do Mingi tá aqui!

     -E ele achando que o pai estivesse morto...- Hongjoong passou a mão pelo rosto, queria correr e abraçar seu padrinho, mas estava preocupado em assustá-lo. Mesmo que fosse Song Hyuk, ele não se lembrava.

     Merda, ele não se lembrava.

     -O senhor não tem nada antigo seu?

    O senhor negou com a cabeça. -Não...eu perdi, eu acho. Não me lembro.

    Danielle suspirou. Ela conheceu Song Hyuk quando era pequena, mas lembrava pouco dele, sabia como Mingi sofria pela perda do pai, como ele ficou viciado em fumar e seu mental decaiu completamente, sua ansiedade e transtorno pós traumático atacavam muito logo depois do pai ter sido dado como morto. Ela sabia como o irmão de coração sofria.

     -Ele precisa ver o Mingi. - Danielle falou. -Ele vai querer rever o pai...

    -Vocês viram meu Mingi?- O senhor sorriu. Hongjoong deu um suspiro. Ele olhou ao redor e foi até alguns armários, encontrando comida em pacotes e latas.

      -Alguém te traz comida?- Hongjoong perguntou. O senhor assentiu.

     -A prefeitura me traz, o prefeito é muito bom, está tentando se eleger novamente. -O senhor contou. -Me traz minha comida e meus remédios. Ele é muito bom.

    -Tão bom que te deixa viver nesse muquifo. -Minji reclamou, chutando um montinho de pó de madeira comida por cupins. -Daqui a pouco fica doente. Você não pode viver nessas condições, ainda mais sendo de uma patente tão alta na Sunseo.

     -Ninguém deveria passar por isso, na verdade. - Danielle murmurou. -Precisamos te levar daqui, volte pra Seul...

     -Não, eu estou esperando meu filho.

     Todos se olharam. Mingi estava ali, precisavam dele para tirar o velho de lá, mas o sinal não pegava, precisavam ir atrás do Song, mas só depois..

      Um alto som ecoou, movimentação. Minji correu até as janelas velhas, pensando que poderia ser a volta dos amigos, mas tropeçou nos próprios pés ao ver o que era, e caiu no chão.

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