Vesta e Ceres

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Um dia fui colocado sobre um desses consolos e transportado, acredito que era um veículo, não sei qual, pois não podia ver nada.

Quando fui retirado do veículo, depois de algumas horas, me deixaram dormir uma noite completa. Digo noite, mas não sei se foi exatamente isso, sei que acordei sozinho, sem ser acordado por ninguém.

Finalmente tive meu corpo liberado do traje, mantido imobilizado, mas sem nada colado ao meu corpo, nem mesmo os anéis do meu membro ficaram. Me senti totalmente nu e exposto.

Pelo que eu entendi era exatamente isso que eles queriam que eu sentisse. Fui colocado sobre um palco e meus pulsos foram presos altos sobre minha cabeça, me deixando na ponta dos pés. Uma mordaça simples foi colocada na minha boca e eu fui deixado assim, por um tempo. No mesmo salão tinham vários outros como eu, presos e amordaçados, nus e expostos.

A porta do salão se abriu e as pessoas começaram a entrar. Eles nos olhavam, analisavam, tocavam em nossos corpos, pegavam em nossos paus, enfiavam os dedos em nossos cus, batiam e apertavam nossos corpos expostos como carne.

Ouvia os mais variados comentários que iam de elogios a críticas. Ora falavam do meu físico, ora do meu membro, reclamavam que eu era muito branco, outros elogiavam por isso. Falavam que meu pau era muito grande, seguravam meu saco e diziam que estava muito pesado... não conseguia entender se isso era bom ou ruim.

Em dado momento fomos tirados dos palcos e levados para uma jaula que mal cabiam todos nós, ficamos apertados e espremidos uns contra os outros, presos com as mãos nas costas e os tornozelos juntos.

Então um a um começamos a ser tirados da jaula. Às vezes era rápida a retirada do próximo, às vezes demorava. Chegou minha vez, fui puxado para fora, carregado pelos braços até um palco grande, no mesmo salão, mas agora todos estavam confortavelmente sentados, olhando atentamente para mim.

Fui colocado sobre uma trave que me obrigava e ficar em pé, na ponta dos pés.

— Lote 356.

Meu sangue congelou quando ouvi o leiloeiro falar, eu era o lote e estava em um leilão. O homem leu uma sequência minuciosa de características minhas e foi aí que descobri que já estava cativo a 9 meses e a 9 meses não tinha um orgasmo.

Isso pode parecer supérfluo em meio a tantas outras coisas, mas quando sua vida gira em torno de um tesão desgraçado, isso passa a ser muito importante.

Percebi também que meu peso havia aumentado, mas em massa e que eu era um produto "orgânico", tratado com ração natural e a única droga em meu organismo vinha de um implante de estimulantes sexuais. O anel em meu pau era o responsável por tanto tempo em castidade, minhas notas na academia eram uma das melhores e eu era dócil.

Dócil, isso bateu forte no meu peito. Já tinha ouvido muita coisa sobre mim, mas dócil era a primeira vez.

O leiloeiro abriu para perguntas e tive certeza que eu era apenas um produto. A primeira pergunta veio de um homem, esse duvidava do tempo de castidade, descobri que tinha um certificado da academia atestando isso. A próxima veio de uma mulher, que perguntou qual o tamanho do meu cu... a mulher queria saber o tamanho do meu cu! E a humilhação não parou por aí, perguntaram se eu tinha sido ordenhado, não sabia na época o que isso queria dizer, se eu tinha treinamento para cachorro, se eu sabia lamber um pau, se eu tinha preferência sexual, se sabia cuidar de serviços domésticos, quanto peso eu conseguia carregar sozinho... o tamanho dos meus pés... se eu era virgem... eu fui escaneado por perguntas extremamente pessoais na frente de uma plateia imensa e atenta a cada detalhe.

Então o pregão começou e eu olhei chocado para o leiloeiro que deu o lance inicial em 10 mil dólares.

10 mil dólares por um ser humano! Não sei qual é o valor justo, mas 10 mil dólares não chega nem perto, se é que existe um.

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