Febe - Parte 2

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Eu estava moído, cansado e machucado, mas não só pelos golpes, por tudo o que eu havia colocado para fora, por toda a realidade da minha vida miserável. Passei a noite toda ali, amarrado à coluna, lambendo minhas feridas. O que quer que ela havia colocado em mim, aumentava de tamanho periodicamente e doía sempre que isso acontecia. Quando o dia raiou, eu não havia conseguido pregar os olhos e continuei assim a manhã toda. Acho que transformei tudo o que eu estava sentindo em ódio e guardei bem fundo na minha mente. Nunca mais tive esses rompantes, nunca mais me apeguei a nenhum dono, nunca mais demonstrei meus sentimentos reais para ninguém, até agora que estou contando isso a você.

Já havia passado da hora do almoço quando Febe apareceu e me soltou. Eu fiquei em pé, aguardando sua ordem. O objeto no meu cu estava enorme e doloroso, ficou pior quando ele começou a se mover como uma cobra dentro de mim, o que começou quase no mesmo momento que ela me soltou.

— Vai para dentro.

Obedeci, respirando descompassado, pela dor que sentia.

— Come.

Ela apontou a mamadeira e eu obedeci. Quando eu acabei ela me mandou ficar no meio da sala em pé. Prendeu uma gaiola no meu membro e atrelou uma guia, colocou a máscara e mandou eu colocar as mãos para trás e os braceletes se uniram. Me mandou sentar e colocou uma espécie de sapatilha nos meus pés e me puxou pela guia.

Saímos da casa e fomos em direção ao Centro comercial. Ela parou em uma espécie de lanchonete, pediu uma mamadeira de água e me fez tomar toda ela. Ela seguiu me puxando pelo pau, parando em algumas lojas, mas não comprou nada, não entrou em loja nenhuma, só olhava as vitrines e seguia para a próxima. Logo estava com muita vontade de mijar, mas não disse nada.

Viramos algumas ruas e continuamos até uma grande praça, onde vários donos andavam com seus Its. Ela se sentou e mandou eu me sentar ao seu lado.

— Pensei muito no que disse ontem, por isso decidi te trazer aqui hoje. Olha em volta, o que está faltando aqui?

Observei a praça, tinha tudo, só não tinham...

— Crianças.

— Exato.

Ela ficou quieta por alguns minutos.

— É estranho, não é? Uma praça sem crianças.

Não respondi.

— Não nascem crianças na Ilha. Nunca nasceu.

— Porque?

— Morreram.

— Que?

— Sim, morreram, não só as daqui, mas a taxa de mortalidade entre crianças cresceu muito no mundo. Olhei sua ficha ontem, você está aqui a dois anos e três meses, quase quarto. Você disse que sentia falta da sua liberdade... você nunca foi livre, nem antes, nem agora.

Suspirei, ela estava tentando mexer com minha cabeça de novo.

— Ninguém aqui é, todos aqui tem uma função, um papel a desempenhar. Você já ouviu isso antes, sei disso e sei que sabe que é verdade. Você não foi sequestrado ao acaso, não foi um azar ou "pessoa errada na hora errada". O grupo te escolheu muito antes de te pegarem.

— Para ser escravo sexual dentro de uma comunidade de doidos?

— Sim e não. Para ser escravo aqui, para atender as pessoas daqui sexualmente porque você gosta disso.

— Jura? - Disse irônico.

— É, pode parecer que eu estou querendo mexer com a sua cabeça, mas não estou, você é um It, porque você tem vocação para ser um It, tem o perfil e os gostos certos para tal função.

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