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Onde estou?
Duas horas em ponto, Jennie abriu os olhos para paredes desconhecidas iluminadas por raios do luar e, por um momento, não teve ideia de onde estava. Não era o apartamento dela. Pelo que parece, não é o apartamento de ninguém.
Um leve suspiro atrás dela a fez recuperar o fôlego e ela percebeu a mão enrolada em sua cintura. Ela olhou para baixo.
Pele pálida. Esmalte preto.
Mas não era a Nana. Nana nunca a segurava à noite.
Lisa.
E então, isso voltou para ela.
Onde é que você está? Você está exatamente onde sempre quis estar.
E ela sentiu seus cílios ficarem úmidos e pesados com a ironia disso.
Você viveu tanto tempo com uma imitação pálida, lutando para se convencer de que ela era boa o suficiente, que Nana era pelo menos uma imagem da garota tailandesa que você poderia tocar, fazer as suas próprias coisas, que toda a dor valeria a pena. E agora a coisa real está aqui, bem ao seu lado, e você não está melhor do que antes.
Porque isso também não é real. Não importa o quão forte ela te segure, não importa o quão próxima você se sinta, ainda há milhares de quilômetros entre vocês. Ainda é apenas a simpatia de uma amiga.
O que seria necessário? Quanto esforço para se virar agora, pressionar seus lábios nos dela, contar a verdade? E observar tudo virar pó. A expressão de choque e traição em seus olhos enquanto ela apenas recua.
Ela ficaria com raiva? Envergonhada? Com nojo? Ela iria expulsar você? Ou pior, ela seria gentil com isso? Desiludir você gentilmente, dizer em voz baixa que a única coisa pela qual você daria sua vida nunca será sua. Mas está tudo bem, vocês ainda podem ser amigas.
Por um tempo, pelo menos. Então as visitas parariam, os telefonemas cessariam e você perderia até mesmo a pequena parte que você tinha dela.
Não, assim é melhor. Melhor oferecer-lhe a amizade que ela deseja, em vez de um amor que ela não deseja.
