lost in twilight

03. aula de história

Eu refleti sobre a nossa interação enquanto preparava o jantar naquela noite. Comendo na cozinha, tomando cuidado para não derramar nada na mesa limpa, eu examinei mentalmente tudo o que sabia sobre Jasper Hale.

Maria foi a sua criadora e ele tinha dificuldade para se adaptar ao estilo de vida dos Cullen. Franzi a testa para essa última afirmação, ele parecia muito bem controlado durante todo o tempo que ficamos juntos.

Bom, essa era mais uma evidência do quão errado essa história estava. O que mais eu havia mexido sem me dar conta?

Enquanto Charlie lavava a louça e limpava a mesa após a refeição, certificando-se de que a cozinha permanecia impecável. Eu estava trocando os curativos da minha testa.

Os dias seguintes ao acidente foram um pouco estranhos, para dizer o mínimo. Jasper não tinha falado comigo novamente, mas isso não significava que não tivesse visto ele.

Porque eu o vi.

E eu não sabia o que fazer com isso.

Pelo menos não a princípio.

Eu o vi enquanto ia para a minha aula de trigonometria, ele tinha me dado um sorriso largo e um aceno de cabeça. Depois, eu o vi quando estava perto dos armários, desta vez ele tinha me dado uma piscadela.

Na hora do almoço, eu já podia sentir a minha cabeça zunindo. Não me ajudou o fato de que Jéssica decidiu ser a minha amiga, ela era uma pessoa bacana, mas não calava a boca por um minuto. Ela já estava a meia hora falando sobre a paixão dela por Mike e eu até tentei prestar atenção, mas a minha cabeça começou a doer ainda mais quando ela descreveu os braços do garoto.

Sentei na ponta de uma mesa cheia de vários dos amigos da Jéssica, ela me apresentou a cada um deles (embora eu já soubessem quem eles eram). Massageie as têmporas tentando aliviar a dor que já estava ficando quase insuportável de aguentar.

E foi ali, no meio do almoço, enquanto tentava aliviar a dor na minha cabeça, que eu os vi juntos pela primeira vez. Jasper, Alice, Rosalie, Emmett e Edward. Enquanto eu os observava de forma descarada, Edward olhou para mim com curiosidade evidente nos olhos.

Merda! Merda! Merda!

Pensa rápido, Kate.

Pensa em qualquer coisa...

...Você é um dicionário? Porque quando eu olho para você, eu fico sem palavras!...

Observei enquanto os seus olhos iam da curiosidade para a diversão. Edward soltou uma gargalhada ruidosa, fazendo os outros membros da mesa encararem ele de modo estranho.

Eu não iria aguentar isso.

- Eu preciso ir - falei, pegando a minha mochila do chão.

Não esperei por uma resposta deles, nem mesmo olhei para trás para ver suas reações. Eu só precisava sair dali o mais rápido possível.

Eu desci a rua na velha bicicleta enferrujada que Charlie tinha guardado na garagem. Um capacete surrado estava preso na minha cabeça e a brisa fresca fazia bem para o meu rosto suado. Deixei a bicicleta na varanda e destranquei a porta da frente, fui recebida, como sempre, por uma casa silenciosa. Tirei a jaqueta e os sapatos, ponderando se valia a pena tomar uma dose de Tylenol.