21. respostas

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Já haviam se passado dois meses... Dois meses desde que eu havia voltado, e tudo o que eu conseguia pensar era em Jasper. O que ele estaria fazendo? O que ele estaria sentindo? O que passou pela sua cabeça quando olhou para a outra Kate e percebeu que ela não era eu?



Dois meses aqui e lá poderiam significar dois anos... O tempo era diferente. Eu nunca tinha prestado muita atenção nisso, mas agora, mais do que nunca, eu desejava saber quanto tempo realmente havia passado para Jasper...



Havia tantas coisas que eu ainda queria dizer a ele. Tantas promessas feitas e planos que sonhamos juntos... Olhei para o anel em minha mão esquerda, o brilho dele parecendo mais distante do que nunca, e tentei reprimir as lágrimas que insistiam em se formar. Edward havia feito tantas piadas às minhas custas sobre os preparativos de casamento que Alice já organizava com uma precisão quase assustadora. Na época, eu ficava irritada com as provocações. Mas agora, o que eu não daria para ver o rosto irritante de Edward diante de mim novamente, com aquele sorriso presunçoso?



– Eu sinto a sua falta, Jaz – sussurrei, mais para mim mesma do que para qualquer outra coisa. Sabia que ele não me ouviria, que minhas palavras se perderiam no vazio, mas era tudo o que eu podia fazer naquele momento.



O som da porta da loja se abrindo me tirou abruptamente dos meus pensamentos. Era Lily. Ela havia chegado para o turno da tarde.



– Você está no mundo da lua – comentou Lily ao me ver distraída. Tirei o avental rapidamente e o entreguei a ela. – Pensando nele de novo? – perguntou, com um olhar compreensivo enquanto ajeitava o avental no corpo.



Eu apenas assenti, incapaz de dizer qualquer coisa. Antes que Lily pudesse continuar, a porta da loja se abriu de novo, e Noah, o novo ajudante, entrou.



– Dia agitado? – perguntou ele, tirando o casaco e pendurando-o no cabide perto da entrada.



– Nem tanto – respondeu Lily, com um leve sorriso.



– Então é melhor eu começar a trabalhar – disse Noah, passando pelo balcão.



Lily sorriu para ele, e eu, perdida em meus próprios pensamentos, apenas o observei. A verdade era que nada parecia ser capaz de me distrair de Jaz — nem o movimento na loja, nem a companhia de Noah e Lily.


– Vai ficar tudo bem – disse Lily suavemente, colocando uma mão reconfortante no meu ombro.


Mas eu sabia que não ficaria. Pelo menos, não sem Jasper na minha vida. Forcei um sorriso tímido, tentando esconder a tempestade que ameaçava transbordar dentro de mim, e me despedi com um aceno leve, antes de sair para enfrentar a chuva pesada que caía sem piedade.



Dias assim eram comuns em Seattle — o céu escuro e carregado, as gotas de chuva batendo no asfalto e criando pequenas ondas nos poços de água acumulados pela calçada. O cheiro de terra molhada e o ar fresco tinham um toque familiar, algo que me lembrava de Forks, ainda que ali tudo fosse muito mais frenético. O som dos carros, o vai-e-vem constante de pessoas apressadas cruzando as ruas, indiferentes ao clima…



Quando finalmente entrei no ônibus e me sentei na última fileira, longe dos olhares curiosos, uma onda de emoção me atingiu, e não pude mais segurar as lágrimas que se acumulavam em meus olhos. Os rostos que vinham à minha mente só aumentavam a sensação de vazio: Jasper, com aquele sorriso que me derretia e que parecia iluminar até os dias mais sombrios; Alice, com sua energia contagiante, sempre planejando o próximo passo, nunca parada; e Charlie…


lost in twilightOnde histórias criam vida. Descubra agora