Capítulo 1

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Melina, 20 anos

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Melina, 20 anos.

Acredito que a melhor palavra para resumir minha vida seria sofrimento. Não houve um dia da minha vida que eu não tenho sofrido tudo de ruim que o mundo tem a proporcionar.

Porque é só isso que ele me proporciona.

Flashback on

Melina: a mamãe morreu?
Flávio: ela foi morar no céu menina
Melina: então você vai ser o meu papai?
Flávio: claro

Ele me carregou e colocou sentada em seu colo. As mãos escorregavam pelo meu corpo e eu me sentia acolhida.

Flávio: agora somos só nós dois menina, eu vou fazer uma coisa e você vai prometer guardar segredo, ninguém pode saber
Melina: a gente vai brincar de quê?
Flávio: não vai doer nada tá bom

A mão dele entrou no meu vestido e eu senti uma dor forte.

Melina: para, eu não gostei dessa brincadeira - Pedi chorando.
Flávio: cala a boca menina, deixa eu me divertir

Flashback off

Oito vezes. Foram oito vezes que esse monstro abusou de mim. Eu tinha seis anos, mas carrego a memória e a dor até hoje.

Minha mãe conheceu o Flávio, trouxe pra dentro de casa, era boba por atenção já que meu pai nos abandonou quando descobriu a gravidez. Pegou o primeiro homem que deu condição e colocou pra morar conosco.

Dona Luciana era uma mulher boa, fez tudo o que podia por mim, tirava dela pra me dar. Até ela começar a se envolver com esse maldito, descobriu uma traição dele e infartou.

Infartou por conta de uma traição e não resistiu.

Me deixou sozinha com aquele monstro que nos primeiros minutos que teve sozinho comigo me tocou dizendo que era uma brincadeira.

Isso deve ter durado dois meses, foi quando um vizinho desconfiou dos meus choros altos e comunicou a minha tia e aos traficantes aqui do Alemão.

Só que o maldito fugiu antes dos caras chegarem e eu fui entregue pra minha tia cuidar.

No início ela até foi legal, fingiu se importar. Mas a medida que eu crescia, aquilo se transformava em um inferno.

Tia Rose me fazia de escrava naquela casa, eu não reclamava de nada pois estava ali de favor, só eu sei o que passei.

As humilhações diárias, promovendo a filhinha dela pra mim, dizendo que eu nunca seria igual a ela, sempre me tratando como lixo

Cuidava da casa inteira, fazia comida, lavava roupa e ainda cuidava dos meus primos. Cuidava de uma cavala isso sim, Cailane só dois anos mais nova que eu, não tinha a mínima decência nem de lavar o copo que bebia água.

Mas eu cuidava do Miguelzinho com muito amor, ele é a coisa mais linda e não tem culpa da família que tem. Nem eu. Hoje ele tem nove anos, continua sendo a pessoa que eu mais amo na vida.

Fogo e GasolinaOnde histórias criam vida. Descubra agora