Sim senhora.

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Por SrtaAthena-

Os primeiros raios quentes pareciam insistentes na missão de acordar o jovem casal esparramado na cama. Sakura resmungou baixinho quando sentiu a falta das persianas para protege-la daquele infortúnio, por sorte, Satoru estava lá para ajudá-la naquela questão. Seu marido a puxou pela cintura, acariciando os fios rosados quando a mesma se aninhou no peitoral nu do platinado, inspirando o perfume cítrico que emanava toda vez que se mexiam.

Era um verdadeiro paraíso, principalmente quando, infelizmente, tinham ficado duas semanas sem se ver devido a vida corrida de ambos. Gojou Satoru era um professor "aplicado", em uma escola peculiar, a Haruno põe outro lado era médica num hospital não muito grande de Tóquio, mas, como chefe da emergência, não conseguia tirar mais do que dois dias de folga além do que ela já tinha que cumprir.

Satoru morava na Escola de Jujutsu devido às circunstâncias. Sakura morava em um apartamento próximo do hospital por causa do horários, mas sempre tinham um tempinho para aproveitar um ao outro, no bom e no mal sentido da palavra.

- Tenho que trabalhar - o platinado sussurrou desconfortável, percorrendo a cintura nua da esposa com os dedos travessos, encontrando nada que o impedisse de apertar as nádegas avantajadas da mulher que amava.

Tinham tido uma noite calorosa e cansativa ao ponto de não terem forças nem para vestir as peças de roupa, tendo apenas o edredom para cubrir ambos e protegê-los do frio do ar condicionado potente da rosada.

- Eu também - respondeu depois de alguns segundos, inspirando o perfume do marido mais uma vez, abrindo os olhos de maneira preguiçosa, observando cada detalhe do platinado.

Quando conheceu Gojou se odiaram a primeira vista. Todo dia era uma perturbação na escola de Feiticeiros Jujutsu, era indisciplinado, muitas vezes beirando a loucura, mas, ao mesmo tempo, era absurdamente capaz de fazer qualquer coisa que quisesse - literalmente. Sakura não sabe quando ou de que forma se apaixonou por ele, foi natural, como o nascer e o pôr do sol.

Mesmo depois de ter se formado e tomado um caminho menos conturbado, continuaram namorando. Até três anos atrás, quando por fim, se casaram sem alardes. Podiam contar no dedo quantas pessoas foram ao casamento, da mesma forma que sabiam de todos que tinham ciência daquele fato. Por ambos serem indispensáveis para o mundo de Jujutsu, ser discreto era questão de sobrevivência.

- Você não tem plantão? - Sakura piscou algumas vezes, encarando as pedras claras só marido a observando, linhas disformes marcavam a pele alva, da mesma forma que a preguiça ainda pregava-lhe os cílios longos e claros.

- Tenho - respondeu baixinho, apertando o tronco do esposo com força. Satoru resmungou baixinho, rindo quando Sakura o soltou, com as esmeraldas arregaladas - Desculpe querido!

- Tá tudo bem - disse risonho, recebendo leves tapinhas da esposa. Gojou sentou na cama, ainda ao lado da rosada, encarando-a ainda com o ar brincalhão - Saudade de te levar pra escola todo dia, as vezes tenho que me segurar pra não fugir de lá e vir morar com você de vez. Acordar todo dia assim...

Sakura fez bico, usando a coberta para esconder sua nudez, sentando ao lado do platinado. Os olhos azuis do platinado pareciam perdidos em desejos que ele não poderia realizar, mesmo tendo conversado mais de inúmeras vezes, a rosada sabia que ele se sentia culpado.

- Seria um inferno - Satoru a encarou, ainda abatido - Ter maldições, armações, pessoas perturbando nossa vida, você mataria todas elas, tenho certeza, mas o que isso nós custaria?

- Nossa paz - suspirou, pendendo o corpo sobre o corpo da esposa, abraçando sua cintura. Sakura riu baixinho, acariciando sua costa, tocando em cada cicatriz desbotada em sua pele. Marcas de batalhas vencidas que ela também esbanjava, porém, o peso da aliança de ambos era o que mais gostariam de mostrar pra quem quisesse, mas não era o caso.

- Vamos ficar bem - disse de maneira doce, sentindo os lábios de Gojou na pele da sua cintura, arrepiando a carne quando as mãos seguraram na firme - S-Satoru, eu tenho que trabalhar...

- Uhmm - Gojou resmungou baixo, soltando a esposa, erguendo-se sem se importar com o fato de não ter nada cobrindo suas partes baixas. Sakura sentiu as bochechas queimarem de vergonha, ouvindo-o rir baixinho - Vou fazer o café.

Sakura comprimiu os lábios, vendo Gojou saindo do quarto pro corredor, balançando a bunda enquanto andava exageradamente só para provocar o juízo da esposa. Ele era terrível.

///

A Haruno se arrumou aos quatro tapas, pegando sua bolsa rápido para não se atrasar mais do que já estava. O perfume de ovos é café quente emanava da cozinha, atraindo sua atenção quase que imediatamente. Gojou arrumava o balcão com o café enquanto terminava de por o líquido quente na garrafa termina, usando nada mais que um avental de cozinha. Sakura sorriu, observando o platinado por alguns segundos.

— Eu não ligaria de ter você cozinhando pra mim todo dia, isso eu não ligaria mesmo — riu baixinho quando o marido notou sua presença, sorrindo ladino, despejando ovos mexidos no prato vazio, apontando para que ela se sentasse logo.

— Seria um privilégio cozinhar pra minha cereja todo dia — cantarolou tomando café preto enquanto melava um pedaço de pão com geleia de morango.

— Só de avental? — sorriu com segundas intenções, enchendo a boca com os ovos deliciosos e o café quente, com pouco açúcar.

— Até pelado — riu baixinho, se debruçando no balcão, sorridente — Fiz café pra você levar, enchi de pães com maionese verde e atum, seu preferido.

Sakura suspirou de satisfação só de ouvir a palavra café, seu dia era tão corrido que pensar em fazer uma pausa para ir em busca de algo para comer era quase uma perda de tempo. Agradecia aos deuses por ter alguém tão atencioso.

— Eu pago quantos doces quiser, só fazer a lista e me mandar pelo celula — disse limpando os lábios com o pano de papel, rodeando o balcão enquanto pegava as bolsas que levaria, observando o marido a seguindo devagar, segurando a garrafa térmica de café junto a bolsa mediana.

— Vou mandar quando chegar na escola — respondeu, puxando a rosada pela cintura, beijando-a antes que tocasse na maçaneta da porta. Sakura suspirou em busca de mais contado, mas agarrou a linha do bom senso, se afastando quando as linhas dos lábios por fim se desgrudaram — Bom plantão.

— Boas aulas — riu baixinho, lambendo os lábios ainda vermelhos pelo toque necessitado de ambos, observando Satoru abrir a porta para que a esposa fosse logo — Ah, pode por as roupas na maquina e ligar antes de sair? Quando chegar elas já estaram limpas e secas.

— Posso sim, sem problema.

— Você e incrível!

Gojou soltou uma gargalhada contida, se encostando na porta de madeira do apartamento de ambos, sorrindo ladino.

— Eu sei, é você tem muita sorte de ter casado comigo.

Sakura revirou os olhos, passando pelo batente, equilibrando as bolsas nos braços.

— Não esqueça das roupas, senhor maravilhoso!

— Sim senhora.

Jaleco - GojoSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora