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Pov Mina

Algumas horas antes...

- Oi Jisung. - Jisung estava na porta do meu apartamento, com um buquê de rosas, bem clichê mesmo.

- Oi Mina, são pra você, espero que goste. - Não gostei.

- Claro, eu amei! - Se é pra fingir, vamo fingir né.

Coloquei o buquê em um vaso de flores, peguei minha bolsa pra irmos logo pra esse almoço.

- Miyeon, estou indo, qualquer coisa me liga, ok?

- Beleza! - Gritou lá do quarto.

Jisung estava dirigindo faz mais hora, me levando pra fora da cidade.

- Tá legal, onde estamos indo? - Perguntei pela milésima vez. - Aí eu já deixo discado o número da polícia aqui.

- Surpresa Mina, você vai amar. - a paisagem na janela do carro era de campo, uma paz, longe da parte urbana da cidade.

Depois de mais uns 20 minutos, chegamos num lugar, parecia um restaurante afastado, pessoas comiam na tranquilidade do campo, à beira de um lago lindo.

- Uau, isso aqui é muito lindo. - Fiquei impressionada, pois Jisung sempre foi de me levar em restaurantes caros, esse era normal, que com sua simplicidade ficava muito aconchegante.

- Te disse que ia gostar. - Abriu um sorriso feliz. - Nossa mesa nos aguarda. - Me guiou até uma mesa, com vista para o lago.

Um garçom veio nos atender, fizemos os pedidos, e Jisung não parava de me olhar. Dei uma pigarreada e ele abriu um sorriso.

- Você está cada vez mais linda, sabia? - Lançou seu sorriso galante e pegou minha mão por cima da mesa. Não senti o frio na barriga, não senti nada, Jisung era passado, e minha cabeça estava confusa.

- Olha Jisung, eu... - Quando ia falar, a bebida havia chegado, Jisung fez questão de escolher um bom vinho pra nos acompanhar.

- Obrigado. - Agradeceu ao garçom. - Um brinde a nós. - Ergueu sua taça e eu engoli em seco.

- Um brinde a nossa saúde. - Ergui minha taça e Jisung ficou sem graça.

Onde eu estava com a cabeça de ter aceitado? Jisung era um bom homem, mas era passado e eu só conseguia pensar em uma pessoa. Olhei pro lago e imaginei como seria se fosse Chaeyoung a minha frente, brindando essa taça de vinho e depois daríamos amassos no carro e quem sabe no banheiro do restaurante.

- Mina? - Jisung chamou minha atenção e eu voltei a mim. - Nossos pedidos chegaram. eu nem tinha percebido, nossa mesa estava cheia de comida. - Sabe, eu venho aqui sempre, é um ótimo lugar pra almoçar, e a comida é maravilhosa, experimenta e me fala.

Assenti e comecei a comer o prato de macarrão ao molho branco, com pedaços de carne de panela e realmente era muito boa a comida.

- Nossa, isso está maravilhoso. - Jisung sorriu aliviado e começou a comer sua comida.

Comemos em silêncio, me sentia constrangida, Jisung não tirava os olhos de mim em nenhum momento. O ambiente era agradável, os pássaros, o ar, tudo, menos ele, eu me imaginei cada segundo com Chaeyoung aqui, isso só poderia significar uma coisa.

- Eu acho que estou apaixonada. - Digo meio baixinho para mim, olho pra frente e Jisung abre um sorriso maior que a boca.

- Eu também estou Mina, muito. - Pegou minhas mãos e as levou até sua boca, arregalei meus olhos imediatamente.

- Não Jisung. - Retirei minhas mãos e me levantei.

- Qual o problema Mina? É outra pessoa? - Se levantou também, as pessoas em volta começaram a prestar atenção na gente.

- Podemos conversar em outro lugar? - Peguei minha bolsa e Jisung assentiu, me acompanhando até o lago.

- Pois não. - Se virou para mim.

- Eu acho que estou gostando de outra pessoa, e eu fui notar isso só agora que estou com você. - Olhei pro chão envergonhada, Jisung deu um suspiro.

- Eu demorei demais pra te procurar. - Se lamentou. - Isso que você está sentindo pode passar, pode ser passageiro.

- Eu não sei, eu não paro de pensar nela.

- Ela?

- A pessoa. - Não confiava em Jisung pra falar sobre ele ser ela.

- Entendo, escute Mina. - Pegou minhas mãos, e ficamos frente a frente. - Se por acaso não der certo com essa pessoa, por favor, me dê uma chance, só uma. - Jisung estava sendo muito fofo, eu acabei assentindo pra não deixa-lo pior. - Que tal agora irmos no pedalinho? - Fez uma cara engraçada e eu ri, andamos de pedalinho no lago, bom, ele andou, eu só fiquei apreciando o lago sem pedalar nada.

O tempo começou a escurecer e vinha um temporal a caminho. Jisung pagou o almoço e fomos pro carro, nisso a chuva já caia forte do lado de fora.

- Nossa que chuva. - Ele falou espantado e ligou o carro. - Espero que a estrada de terra não esteja tão alagada. - A chuva estava forte, com trovões e raios, me lembrei de Chaeyoung, no dia que ela ficou com medo dos trovões, dei um sorriso.

O carro conseguiu andar durante os primeiros minutos, e de repente começou a falhar, Jisung encostou no acostamento de terra.

- Merda! - Bateu no volante. - Temos que esperar a ajuda chegar, acho que ficamos encalhados na lama. - Bufei e encostei minha cabeça no encosto do banco, enquanto Jisung ligava pro serviço vir em socorro.

A chuva estava mais fraca, quase nula, havia passado uns 15 minutos que estávamos paramos.

- Você não quer me abraçar? Está frio. - Jisung se aproximou.

- Não, estou bem. - Se fosse de Chaeyoung, eu aceitava, mas que porra é essa, eu não paro de pensar nela.

- Está bem. - Se afastou e saiu do carro. - Isso está demorando demais. - Bateu na lataria do carro.

- Tenta ligar de novo, apresse eles. - Também sai do carro, e quando sai, acabei tropeçando numa pedra enorme, cai com tudo na lama.

- Mina?! - Jisung veio me ajudar a levantar, e nisso rasgou meu vestido na pedra.

- Ah, eu não mereço isso. - Bufei de raiva, meu sapato estava enterrado na lama e meu vestido rasgado. Jisung olhou pra mim e começou a gargalhar da minha cara. - Você está rindo? Seu ridículo. - Fiquei morrendo de raiva, peguei um monte de lama com a mão e taguei em seu terno ridículo.

- Ficou maluca?! Esse terno custa caro sabia?! - Tentou se limpar e eu abri um sorriso.

- E meu vestido não né?! Quer saber, eu vou andando mesmo. - Jisung tentou me impedir, mas eu estava com ódio de tudo e todos, deixei ele pra trás e segui o caminho, tirei o outro sapato e o segurei na mão andando descalça e com minha bolsa no braço.

Depois de meia hora passou um carro por mim.

- Quer carona moça? - A mulher dentro olhou meu estado. - Tem como se limpar um pouco? - Deu uma risada, eu devia estar horrível.

- Eu agradeceria muito. - Tentei me limpar com uma toalhinha que ela me deu e entrei no carro. a mulher era de meia idade, muito educada, depois de uns 25 minutos chegamos na cidade. A guiei até meu prédio, eu precisava de um banho, uma comida e cama, sem mais estresses por hoje. - Muito obrigada mesmo senhora. - A dei uma nota de 100 dólares pra mulher que arregalou os olhos.

- Eu que agradeço moça. - Nos despedimos e fui pro meu apartamento, o porteiro perguntou se eu estava bem, disse que sim, só queria o conforto de minha casa.

Procurei minha chave na bolsa toda, devo ter deixado ela cair no carro daquele otário. Toquei a campainha, esperando Miyeon abrir, ela devia estar em casa, disse que não iria sair hoje. Mas pra minha surpresa, encontrei Chaeyoung e Miyeon de toalha?!

- O que vocês fizeram? - Meu sangue ferveu ao ver essa cena. - Me expliquem!

- Calma Mina. - Chaeyoung estava com medo. - V-vamos explicar.

- Mina, o que houve com v... - Miyeon veio ao meu encontro.

- CHEGA! - As duas pararam assustadas. - O que Chaeyoung faz aqui e ainda por cima com você de toalha?!

Myoui's Company | Michaeng G!POnde histórias criam vida. Descubra agora