Apanhar todo dia já tinha virado uma certa rotina na vida de Finney, e isso era algo que ao passar dos anos nem sequer era possível esconder. Chegou um momento em que desistiu disso, tentando ignorar ou apenas fugir, o que não o ajudava em nada já que as duas opções pareciam favorecer mais os garotos.

    Ele saiu da escola, com a expectativa evidente de que hoje seria diferente, de que talvez hoje não acontecesse nada e seu caminho para casa fosse mais tranquilo. Avistou o ponto de ônibus ao longe e sorriu aliviado, talvez tivesse uma chance de chegar sem um hematoma novo no corpo dessa vez.

      Sua respiração acelerou ao apressar os passos, a felicidade ficando evidente ao se aproximar mais do ponto. Seus olhos pareciam brilhar o a ideia de dormir confortável. Ele se apressou novamente, olhando para trás para se certificar, sorrindo ao não Ver nada nem ninguém. Ele finalmente chegou, olhando o ponto vazio, sorriu para o nada novamente, se sentando com uma certa pressa.

         Mas, sua felicidade não poderia durar muito tempo. Ele ouviu uma risadinha e pode ver os três garotos que o atormentam saírem de trás de uma cabine. Ele os olhos, suas mãos suando, piscou, seu coração alto no peito, nada era ouvido alem dos passos e de seu coração que bombardeava loucamente. Não tinha como escapar, não disso.

      Ele olhou para frente, firmando seu olhar no chão. Suas mãos se fecharam, ele não ousou gesticular, correr,ou sequer deixar que percebessem seu óbvio medo. Apenas ficou ali, paralisado como uma estátua.

    Um dos garotos sentou ao seu lado, colocando o braço ao redor de seu ombro. Aquilo pareceu divertir os outros dois que gargalharam.

- Doce, doce Finn. Como pode imaginar que deixaríamos nossa garotinha fugir com tanta facilidade? - Finny não o olhou, mas pode imaginar sua sombrancelha se arqueando - Até que foi fofo, sabe ? Ver sua expectativa....até um pouco.. exitante!

      Um dos garotos se ajoelhou em sua frente, e Finny se recusava a olha-lo. Seu olhar estava longe, e isso pareceu mais um divertimento para o garoto, que se levantou não dando chance de Finn sequer raciocinar o que estava acontecendo antes de sentir seu corpo ser jogado e sua mandíbula doendo, ele cuspiu o sangue acumulado na boca.

    O garoto havia lhe socado, e com força.

- Se você se recusar a olhar para mim novamente, farei você olhar para outro lugar muito pior.

     Os outros dois riram, um deles se ajoelhou, erguendo o queixo de Finny.

- Até que você é bonito. Não tinha reparado antes. Você é homem mesmo ?

     O terror cobriu os olhos de Finn quando os outros dois seguraram seus braços, e o que estava a sua frente segurou sua calça. As lágrimas se juntaram em seus olhos, mas ele se recusava a deixá-las cair.

     Ele fechou os olhos com força, não querendo presenciar nada daquilo. Por um segundo se viu rezando, desejando que fosse rápido e que pudesse voltar para casa.

     Seus olhos de fecharam com tanto força e tanto odio que não conseguiu ouvir nada ao redor, até sentir seu corpo ser puxado para cima.

    Ele sentiu um cheiro doce, gostoso e bom. Sentiu braços ao redor de seu corpo, de forma tão doce e protetora que não desejou nada além daquele sentimento pelo resto da vida. Abriu os olhos lentamente, vendo dois dos garotos no chão com sangue em suas vestes, um segurava seu nariz completamente encharcado de sangue, o outro parecia inconsciente, e já o terceiro corria para longe.

     Finny pensou que podia ser um anjo, o abraço foi desfeito e ele não pode reparar muito no rosto de seu salvador já que ele se virou apressadamente. Analisou suas costas fortes, e seu cabelo longo, e paralisou por um segundo.

O telefone preto ( Rinney ) +18 Onde histórias criam vida. Descubra agora