3

438 21 4
                                    

Não se sabia ao certo como deveria se sentir. A água gelada caia sobre seu corpo lhe dando leves arrepios de vez ou outra. Ele fechou os olhos sentindo seus cabelos molhados enquanto repensava diversas vezes na mensagem de Finny. A mente estava em um turbilhão, e ao mesmo tempo com uma névoa que o impedia de colocar seus pensamentos em total proveito. Não se lembrava totalmente da noite anterior, mas alguns pensamentos passavam batidos o fazendo estremecer de desgosto.

Ele era aquele tipo de pessoa, e não era o tipo bom. Não era o tipo que Finny pensava, não era o que ele conhecia. Robin era mesquinho, cruel, e não se importava com o sentimento das pessoas a sua volta a não ser que fossem importantes para ele. Já tinha quebrado diversos corações e tinha noção disso, e, depois de passar três anos no México, sua vida só tinha o tornado um pouco mais cruel, mas Finny nunca conheceria esse seu lado. Não permitiria.

Ele se lavou, dando atenção extrema a seus cabelos longos, logo desligando a água e saindo da boxe preta.Se sentiu alívio pela água gelada ter tirado boa parte  da sua dor de cabeça, estava com um cheiro horrível e precisava desse banho.
O chuveiro não estava embaçado pela temperatura gelada da água e ele pode parar por um tempo, admirando seu semblante. Com toda certeza, ele estava longe de ser feio, e estava completando convencido disso. Piscou para seu próprio reflexo pegando a toalha e se secando. Logo depois, a colocou em volta da cintura observando o banheiro e percebendo que não tinha pegado suas roupas. Revirou os olhos para si mesmo.

Ele pegou outra toalha que estava pendurada, secando seus cabelos bruscamente e observando a cabeleireira encaracolada bagunçada. Sorriu para a imagem abrindo a porta.

Ele observou o outro lado, arregalando os olhos em surpresa e logo fechando a porta com tudo.

" Porra, Robin"

Finny estava do outro lado, sentado em sua cama enquanto mexia no celular, mas obviamente tinha visto Robin, e por algum motivo ele se sentiu levemente envergonhado com a situação. Respirou fundo, saindo do banheiro.

Finny o olhou, seu rosto corando em questão de segundos, mas, ele não desviou o olhar, o que fez o mexicano levantar uma das sombrancelha de supetão. Finny analisava seu corpo sem menção alguma de esconder, e isto era algo a ser notado.

- Bonito, não acha ? Mui hermoso.

Seu tom saiu como uma brincadeira, mas Finny pareceu não perceber a fala do amigo, olhando para seu abdômen e deixando Robin desconcertado. Ele tossiu roucamente, em outra tentativa falha de chamar sua atenção.

- Te juro que si sigues mirándome así, podría comerte - Sua voz era rouca, como se aquilo fosse uma promessa interna.

Finny pareceu prestar atenção dessa vez, ele não fazia ideia do significado daquilo, o olhou timidamente e virando os olhos para o outro lado da sala. Robin sentiu um ar quente em seu corpo e sabia que definitivamente não era causado pelo calor do dia.

- Bom - Finney disse, passando uma das mexas de seu cabelo para trás da orelha - Eu fiquei um pouco... ansioso eu diria - Ele sorriu, mais para si do que para Robin - queria saber se você está melhor depois de ontem. Você vomitou em mim, lembra disso ?

Finny perguntou com um sorriso sapeca enquanto Robin arregalava os olhos.

- Meu deus, me desculpa Finn. Eu juro que não era eu ontem, se fiz algo espero que me desculpe...se quiser te dou outra...roupa ? Vomitei na sua roupa?

Ele se auto questionou enquanto Finn o encarava como se esperasse algo a mais. Uma palavra, um sorriso, uma indicação, qualquer coisa.

Robin ficou constrangido.

- Me desculpa de verdade,não lembro de quase nada e espero não ter feito bobeira.

Dessa vez, Robin congelou. Finny se levantou, se colocando na frente de Robin com uma expectativa estranha em seus olhos. Ele observou Robin, olhou para seus lábios tão devagar que o corpo de Robin se contraiu em uma chama estranha. Finny o olhou nos olhos novamente, uma tristeza estranha se formando em sua íris.

O telefone preto ( Rinney ) +18 Onde histórias criam vida. Descubra agora