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Mesmo com os olhos vendados, meus sentidos estão alertas. Ouço seus passos, sutis,sinto seus olhos, parecem me examinar.

Ele de repente para, e é nesse momento que meu corpo parece ficar tenso. Tento mover as mãos, e a sensação de estar preso novamente é agonizante. Não lembro de muita coisa.

Talvez ele tenha me batido, mas tenho uma leve certeza que talvez eu só tenha desmaiado. Exaustão ? Fome ? Não sei, mas com certeza ele ouviu minha barriga roncando.

- Toc Toc

Eu digo. Um sorrisinho pequeno cresce em meus lábios antes que eu contenha. A pessoa minha frente parece começar a andar outra vez, e ouço um risinho meigo que pode ser facilmente interpretado por uma garota.

Uma garota que eu reconhecia a voz muito bem.

- Acha divertido drogar um homem indefeso ? - Eu arqueei uma sobrancelha, fazendo um bico nada convincente- Eu já disse que não curto dark romance gata. 

    Katrina dá um sorriso. Por algum motivo, não parece maldoso, muito menos falso, é isso e a pior parte.

- Achei que nunca acordaria.

    Ela diz. Um pouco perto de seu corpo, avisto uma cadeira. Ela anda lentamente até ela, pegando e trazendo para perto de mim.

    Seus olhos são vorazes e examinadores, e não acho que esteja em posição de dizer mais nada. Ela se senta com as pernas abertas, mas não vislumbro nada além da escuridão por baixo da saia. Seu corpo se arqueia para perto de mim, e meu coração erra uma batida.

 

- Como não reparei na semelha?

    Ela pergunta para si mesma. Seu olhar é tão atento que de certa forma, me deixa desconfortável. Eu engulo em seco e ela se afasta, cruzando as pernas enquanto faz o mesmo com seus braços.

- Porra, aquele puto. - Ela bufa, colocando uma mecha rebelde atrás da orelha e logo voltando a sua posição- então, me diz, como você está aqui ?

      Eu fico em silêncio. Por um momento me deixo ignorar a figura à frente, observando pela primeira vez meus arredores. Uma sala vazia, apenas uma porta, uma luz que não ilumina muito além dela e eu para que eu possa absorver mais informação.

- Não adianta - ela intervém, e meus olhos se voltam para seu rosto. Sua expressão é séria - é uma base secreta. Só sai daqui se quiserem que você saia, e, meu bem, não acho que seja seu caso.

     Ela pontua, dando um sorriso mínimo.

- Como você está aqui?

    Ela pergunta novamente. Dessa vez, mais firme.

- Me diga você. Você me trouxe até aqui, não é ?

- Você sabe o que quero dizer, seu puto!

      Ela esbraveja, parecendo de certa forma alterada.

- Primeiro me diga, como me encontrou ?

- Não é assim que funciona, love. Não sei se notou, mas você não está em posição de muito.

      Seu sorriso é cruel. Eu suspiro, revirando os olhos.

- Vai me torturar ? - eu arqueio a cabeça, mordendo o lábio- por favor, faça devagar. Eu gosto deva..

     Eu não termino de dizer, ou melhor, ela não deixa. Seu corpo se junta ao meu em um movimento tão rápido que quase consigo rir, mas a faca  em minha garganta limita um pouco meu sorriso frouxo. Seguro o riso, o máximo que consigo.

O telefone preto ( Rinney ) +18 Onde histórias criam vida. Descubra agora