Batatinha, quando nasce,
espalha a rama pelo chão
Menininha, quando dorme,
põe a mão no coraçãoA lágrima, enquanto escorre,
lava do olhar a aflição
A mão, enquanto ela treme,
escreve a carta, sem razãoO lábio, enquanto ela escreve,
lê, numa conversa em vão
O olho, enquanto ela lê,
desagua, à confissão:"Ontem, quando tu nasceste,
me deixaste uma visão,
Hoje, quando adormeceste,
me deixaste na prisãoMas não parou, quando paraste,
o fôlego de teu pulmão,
e, sim, se foi, como tu foste,
brincar, aonde as crianças vão"Batatinha, quando nasce,
se esparrama pelo chão
Menininha, quando dormiu,
pôs a mão no coração
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De Um que Acredita
PoesíaPalavras de (des?)esperança, dedicadas aos que não mais(?) acreditam. O conflito entre o que se vê e o que se acredita, entre o que se tem e o que se espera: quem somos depende do que fazemos com essa eterna tensão. Esse livro gira em torno da...