Pôs a mão no coração

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   Batatinha, quando nasce,
   espalha a rama pelo chão
   Menininha, quando dorme,
   põe a mão no coração

   A lágrima, enquanto escorre,
   lava do olhar a aflição
   A mão, enquanto ela treme,
   escreve a carta, sem razão

   O lábio, enquanto ela escreve,
   lê, numa conversa em vão
   O olho, enquanto ela lê,
   desagua, à confissão:

   "Ontem, quando tu nasceste,
   me deixaste uma visão,
   Hoje, quando adormeceste,
   me deixaste na prisão

   Mas não parou, quando paraste,
   o fôlego de teu pulmão,
   e, sim, se foi, como tu foste,
   brincar, aonde as crianças vão"

   Batatinha, quando nasce,
   se esparrama pelo chão
   Menininha, quando dormiu,
   pôs a mão no coração

De Um que AcreditaOnde histórias criam vida. Descubra agora