Após uma separação difícil dos pais, Utahime Yori se muda para São Paulo com a mãe e irmã com o objetivo de recomeçar a vida.
Tentando se habituar com a nova escola e cidade, a jovem se esforça para não desistir do maior sonho: ser uma cantora i...
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Gojo
O som da porta batendo interrompeu a minha ação no jogo God of War.
— Quem é?— gritei sem paciência.
— Eu, querido.— a voz doce da minha mãe me fez apertar o botão de pausa— Posso entrar?
— Claro.
Larguei o controle em cima da cama e quando ela entrou, sorri.
— Pensei que estava dormindo. Você dorme cedo.
— Eu iria, mas, resolvi te ver.— acariciou o meu cabelo e beijou o topo da minha cabeça— Tudo bem?
— Está indo tudo bem, até o pai pegar no meu pé.
— O Jonathan apenas está preocupado, filho. Tente entender o lado dele.
— Você sempre diz para fazer isso, mas quando é que ele vai fazer isso comigo?
— Gojo...— o polegar dela fez carinho na minha bochecha— A única coisa que o seu pai deseja é a certeza que você estará no caminho certo. Só isso.
— Como posso saber qual seguir se não faço ideia para onde ir?
Ela sorriu e aquele gesto de alguma maneira me fez sentir mais tranquilo.
— Que tal você voltar a falar com o Guilherme?
— Ah não, mãe.
— Por que não?— perguntou curiosa— Vocês se davam tão bem, na realidade, não sei até hoje o porquê você interrompeu o tratamento na metade.
— Porque pensei que estava tudo certo e eu conseguiria decidir a minha vida sem o consultar.
— E está?
— Bem eu...
Pensando melhor, talvez não.
— O Guilherme te ajudou tanto quando você estava deprimido, ele pode fazer isso novamente.
— Mãe, se eu voltar lá será uma prova que falhei e voltei a estaca zero.
— Lembra do que ele te disse?— enrolou uma mecha minha em seus dedos— Não tem problema se você der um passo para trás, fazer curvas ou até cair. O importante é jamais desistir e seguir tentando.
— É verdade...— o meu sorriso retornou ao lembrar da frase do psicólogo.
— Isso é um sim?— disse animada.
— É, pode ser. Porém, ainda não é certeza.
— Sei...— a minha mãe estreitou os olhos em desafio.
Ela me conhecia tão bem.
— Vem...— me aconchegou em seus braços e eu permiti. O abraço dela era tão bom— Sabe que estou aqui sempre que precisar, não é?
