[✓] 𝐓𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀 𝐃𝐈𝐀𝐒 [ᴴᴱᴱˢᵁᴺ]

Onze: o que eu sou para você?

"O que exatamente eu sou para você?"

Sunoo congelou. Essa foi a pergunta de um milhão de dólares, não foi? No fundo, ele sabia a verdadeira resposta. Era apenas uma questão de quanta verdade contar a Heeseung. Ele abriu a boca.

Seu telefone tocou.

Heeseung olhou, não para ele, mas na direção geral do barulho que os havia interrompido. Sunoo cedeu internamente de alívio.

"Olá?" ele disse, ignorando os olhos de Heeseung queimando-o.

"Você virá amanhã? Jungwon quer saber." Sunoo mordeu o lábio, olhando para Heeseung. O garoto inclinou a cabeça em questionamento e Sunoo murmurou: é Jay.

"Eu..." Ele hesitou, antes de tomar uma decisão impulsiva. Tudo já estava bagunçado e confuso, e não era como se ele tivesse mais alguma coisa a perder. "Sim, nós iremos."

As sobrancelhas de Heeseung se ergueram, provavelmente inferindo o que eles estavam falando. Jay soltou uma pequena comemoração e Sunoo desligou relutantemente, o frio na barriga voltando a entrar em seu estômago quando ele foi forçado a retomar a conversa aterrorizante que estavam tendo.

"Por que você concordou com isso?" Heeseung disse sem rodeios.

"Não sei", admitiu Sunoo.

"O que eu sou para você?" Heeseung perguntou novamente, desta vez com mais força. "Foi você quem disse que me amava. Mas é você quem continua se contendo."

A mente de Sunoo estava girando. Não foi Heeseung quem colocou um limite de tempo nesse "relacionamento" deles? Não foi ele quem disse a Sunoo que ele precisava acabar com seus sentimentos depois de trinta dias? Por que ele foi acusado de se conter?

"Mas você..." ele começou incerto.

"Então você me ama?" Heeseung seguiu em frente, com os olhos brilhando. "Ou foi apenas uma mentira? O que sou eu, Kim Sunoo?"

Muitas perguntas. Havia muitas perguntas e Sunoo não tinha respostas suficientes. Ele decidiu combater fogo com fogo. Se Heeseung quisesse instigar um interrogatório do nada, ele teria apenas que jogar isso de volta na cara dele.

"Você já foi meu melhor amigo", Sunoo respondeu acaloradamente, com os dedos cerrados ao lado do corpo. "O que aconteceu?"

Heeseung piscou para ele surpreso. "Você realmente não sabe?"

Ele zombou. "Eu sei que um dia você parou de falar comigo e nunca mais olhou para trás." Ele sentiu a dor familiar de velhas feridas reabrindo quando finalmente vocalizou sua mágoa em voz alta.

"Isso não é verdade," Heeseung protestou. O brilho de aborrecimento desapareceu de seus olhos e agora ele parecia frustrado. "Olhei para trás todos os dias desde então e estive olhando para você o tempo todo." Havia uma nota de algo em sua voz, algo beirando o desespero. "Você não consegue ver?"

"Isso é tão estúpido", murmurou Sunoo. Parecia bobo discutir sobre um conflito que aconteceu há tantos anos. Mas a curiosidade era insuportável. Mesmo que não tivesse sentido, como ele poderia continuar sendo normal com Heeseung sem qualquer forma de resolução? "Por que você desviou o olhar em primeiro lugar?" ele desafiou.

Heeseung começou a girar os óculos nas mãos, um hábito que Sunoo percebeu que surgia sempre que ele se sentia ansioso. Ele rapidamente colocou a mão no pulso de Heeseung, parando seus movimentos antes que pudesse quebrar as frágeis molduras. Heeseung olhou para a mão de Sunoo sobre ele e suspirou.

"Por causa da mesma coisa que você está fazendo agora. Primeiro você diz que me odeia, depois diz que me ama. Quando você vai parar de dizer coisas que você realmente não quer dizer?"

"Mas uma dessas coisas é verdade", argumentou ele.

"Qual delas?"

Qual delas.

Ele poderia contar a Heeseung e arriscar que a história se repetisse novamente? Jungwon estava certo. Essa rivalidade entre eles era produto de um rancor infantil, nada mais. Mas se ele admitisse seus sentimentos agora, e Heeseung o rejeitasse novamente, isso se tornaria muito mais real do que uma discussão mesquinha no playground.

A rejeição se tornaria real. O desgosto se tornaria real.

E ele não estava pronto para que isso acontecesse.