La Catedral

686 67 41
                                    

A vida não era justa para os Agentes Murphy e Peña. Murphy havia sido praticamente raptado pelos cartel colombiano de traficantes, e isso estava abalando algumas estruturas.

As pessoas estavam começando a sentir a periculosidade da ação que estávamos desempenhando combatendo os narcotraficantes em um país sem leis. A segurança vinha se tornando algo luxuoso no departamento. Algumas pessoas começaram a pedir para voltar para casa. E quando a gente diz em casa, dizemos aos Estados Unidos.

***

Você havia passado o sábado inteiro dentro do gabinete, adiantando o serviço da noite passada, depois de se render e resolver ir para casa, após o encontro com o agente Peña na cozinha. Era melhor continuar no dia seguinte, você não iria conseguir produzir muitos, já estava realmente cansada.

O dia passou completamente despercebido com você fazendo toda a análise da papelada, catalogando e estudando o roteiro das operações para conseguir classificar o que era de extrema urgência, urgência e o que era urgente mas podia ser deixado para outro dia.

Os requerimentos eram feitos sempre com urgência máxima. E você entendia, já que determinadas coisas precisam ser feitas imediatamente antes que a pista esfriasse, ou que o informante morresse. Mas você precisava ser consciente com os recursos que estavam ao seu alcance, e agir de acordo com a lei.

Era um trabalho difícil e decepcionante para muitas pessoas. E esse era um dos maiores motivos pelos quais você não conseguia estabelecer relações interpessoais no serviço. As pessoas não sabiam separar o profissional do pessoal na maioria das vezes.

Assim que você finalizou tudo, já era noite, mas você conseguiu finalizar a tempo de deixar o domingo livre para descanso. Você agradeceu a si mesma por ser tão eficiente e ainda conseguir tirar um dia de descanso. Bom trabalho. E isso merecia uma comemoração.

O bar que ficava próximo a embaixada, era onde basicamente todos os funcionários do departamento, os soldados, e afins, se reuniam para happy hours, e você achou de bom tom, por si mesma, tomar um drink antes de ir para casa.

O bar era bem aceitável. Não era lindo, mas também não era o pior lugar. A iluminação indireta deixava as luzes meio amarelas, laranjas e vermelhas. Os vidros das janelas eram coloridos. Os balcões de madeira circulavam o bar com bancos e mesas ao redor. Tocava música ambiente colombiana, e o burburinho das conversas se sobressai por cima da música.

Você caminhou até o balcão, e pediu duas doses de whiskey com gelo. Repetindo o drink por pelo menos umas três vezes. Sua intenção era chegar em casa, deitar e dormir sem pensar em nada. Desligar o cérebro.

"Whiskey?"

A voz rouca e baixa que você reconheceria em qualquer lugar, pairou sob seu lado esquerdo. Javier Peña se sentou no banco vazio ao lado.

Você não precisava olhar para ele, para saber que era ele. Suas mãos mexiam o copo de whiskey em círculos observando o movimento do gelo dentro do copo.

"Por que? Não sou uma garota que faz o tipo do whiskey?"

Ele riu baixinho.

"Na verdade é uma bebida que combina muito bem com você, forte e... sofisticada"

Você olhou para Javier, que fazia um sinal com a mão para o barman trazer o mesmo para ele.

"Pensei que você achava que eu era uma fedelha que não era capaz nem de classificar um requerimento, quem dirá beber um whiskey"

"Eu nunca disse isso" ele sorriu.

"Sim você disse, e você age como tal"

"Por que você tem que ser tão irritante?" Javier está sentado ao seu lado, apoiado no balcão, de frente para você.

Be my Assistant - JAVIER PEÑAOnde histórias criam vida. Descubra agora