O narcotráfico engole todos que estão ao seu redor, e desde que você chegou a Colômbia, você tem sido engolida pelo trabalho que os cartéis geram diariamente.
A rotina no cargo de Assistente do Embaixador, não colabora para que você estabeleça víncu...
Depois que a operação contra Miguel Rodríguez foi por água abaixo, as estruturas entre os agentes foram por água a baixo também.
"Por que não insistimos?" Feistl estava inconformado no banco do passageiro "tínhamos certeza que ele estava lá."
Javier apenas dirigia, tudo era apenas um ruído branco ao seu redor.
"Ele estava atrás daquela parede, eu tenho certeza." Feistl continuou divagando, olhando pela janela "Era nossa melhor chance. Somos agentes da DEA, poderíamos ter feito algo. Por que não fizemos algo?"
"Cala a boca, Feistl" Van Ness murmurou do banco de trás.
"Eu só não consigo...."
Feistl foi interrompido por um tapa na cabeça, desferido pelo parceiro do banco de trás.
"Cala a porra da boca."
Houve um silêncio quase mortal pela maior parte do caminho. Javier apertava tanto o volante que os nós de seus dedos estavam brancos. Foda-se Miguel Rodríguez, ele só estava lá porque foi a maneira mais rápida que ele encontrou de descobrir seu paradeiro. Tudo estava colossalmente errado.
"Chefe?" Van Ness perguntou. Javier olhou para ele por cima das lentes dos óculos de sol, pelo retrovisor. "Como vamos encontrá-la?"
Essa era simplesmente a pergunta que ele se fazia repetidamente em sua mente, e o fato de não ter nenhuma resposta era como uma tortura.
Pior ainda, era ter que, além de reconhecer a falha de ter perdido a oportunidade de saber onde você estava, era ter que reconhecer que a missão havia falhado, no quesito profissional também. E para completar - a cereja do bolo - ter que se sentar em uma sala cheia de homens que você provavelmente humilharia com a maior facilidade e classe, sozinho, para ser crucificado e ameaçado pela falha da missão.
"Eu apoio a operação. O general Serrano também." Javier tentava manter a calma e argumentar, frente à homens que estavam armados até os dentes para encerrar essa operação agora mesmo.
Dentro da sala de reuniões, todos vestidos em seus ternos, Javier poderia jurar que sua cabeça latejava tanto, que era capaz de atordoar quem é que estivesse ao seu lado.
"Quem estava em Bogotá durante a batida, enquanto vocês passaram cinco horas lá, fazendo buracos, revirando apartamentos e quebrando móveis?" O Ministro debochou.
"Estávamos prestes a capturar Miguel Rodríguez." Javier disse suavemente, pois mais do que nunca, aparentemente o óbvio precisa necessariamente ser dito.
"Mas não capturaram." O Ministro completou. Javier desviou o olhar, incrédulo, desacreditado que teria que ser sujeitado a situações como esta, quando era evidente que eles nunca chegariam tão perto quanto chegaram "Precisam dar todas as informações, inclusive informantes, para um promotor especial. Receio que a DEA não possa mais se envolver nesta operação." O Ministro finalizou, soltando a informação como se não representasse o fim para os agentes.
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