O narcotráfico engole todos que estão ao seu redor, e desde que você chegou a Colômbia, você tem sido engolida pelo trabalho que os cartéis geram diariamente.
A rotina no cargo de Assistente do Embaixador, não colabora para que você estabeleça víncu...
Depois da conversa que tiveram na sala de arquivos. Tanto você quanto Javi tem se evitado, mais ainda, se é que era possível. Era ridículo. Mas era isso que estava acontecendo. Vocês se cumprimentavam apenas com um aceno com a cabeça profissionalmente. Nenhuma palavra. Sempre que precisavam conversar, era Murphy que ia até você.
Você se pegou algumas vezes triste. Aflita. Arrependida. Ugh! Muitos sentimentos passaram por você. Principalmente decepção consigo mesma, por pensar que com você era diferente. Nunca foi. Mas você sentiu falta. Saudades do Javier atencioso, cuidadoso e protetor.
Por que ele fez isso com você? Te deu um gosto de como ele poderia ser bom, apenas para depois te lembrar de como ele conseguia ser extremamente idiota e irritante. Imprudente e irresponsável. Parecia que ele era controlado por dois extremos. Ou estava te puxando para ele, ou te empurrando para longe.
Tudo bem que o objetivo de vocês dois era pegar Pablo Escobar. Mas infelizmente nesse meio vocês se envolveram, e agora você precisa lidar com isso.
Javier estava certo. Você precisava parar de ser inocente. Mas não precisava deixar de ser cautelosa. E você temia por ele, por onde isso iria acabar levando vocês dois.
O natal estava chegando. Mais um ano se finalizando. Como você estava no meio de Medellín, sem família, amigos, ou qualquer outra coisa. Seu plano era atualizar os registros, organizar a agenda, catalogar escutas, verificar possíveis conexões e pistas... e ignorar o natal.
Aparentemente alguém tinha os mesmos planos que você.
Outro ataque aconteceu em meio a enfeites de natal, onde crianças estavam vendo os corpos de homens mortos cruelmente mutilados.
"Feliz Navidad, Pablo" A placa dizia.
Javier olhava para você do outro lado da mesa ao receber a denúncia. Você balançou a cabeça saindo da sala um pouco desnorteada. Só de imaginar que Javier podia estar envolvido com tamanha violência, você tinha vontade de vomitar. Fora é claro, o excesso de detalhes que você tinha acesso. Aquilo te fazia sonhar por semanas com a possibilidade de ser você ou ele ali. Ou qualquer um do departamento. Enfim.
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Esses atentados eram fomentados pelos Los Pepes. Você sabia quem tinha dado essa liberdade. Ele. E agora não havia mais controle.
E Javier sabia que você estava certa. Mas agora ele não podia mais voltar atrás. Javier criou o próprio monstro, que teria que derrotar.
E assim seguiram mortes, e mortes que tomaram conta da mídia. Los Pepes eram noticiados em todos os canais. E algo precisava ser feito.
Coronel Martinez convocou uma reunião.
"Interceptamos uma ligação de um sicário de Escobar, e vamos monitorar, e mantê-los informados. Também quero dizer que sabemos que há outro grupo atuando no mesmo objetivo que o nosso, Los Pepes, nós não devemos nos igualar a eles em nada. A diferença deve ser clara entre eles e nós."
