Existem momentos, em que uma sequência de coisas acontece, que deixam os envolvidos perdidos, confusos. Momentos em que você tem vontade de gritar, e pedir para que o mundo pare, porque precisa descer imediatamente. Temos o hábito de pensar que, quando algo dá errado, tudo resolve dar errado junto.
Era assim que Javier se sentia.
"Oi" ele disse depois de bater duas vezes na porta do quarto em que Christina estava.
Ela se ajeitou, sentando-se melhor na cama.
"Oi"
"Podemos conversar?"
Ela assentiu.
Ele se aproximou um pouco mais dela. Os olhos ainda cheios de medo.
"Como você está se sentindo?"
"Estou bem. Ela está bem?"
Javier abaixou a cabeça.
"Sim, eu espero que sim."
"Ela é uma mulher forte."
"Sim, eu sei. Mas não quero que ela precise provar isso toda vez."
"Agente Peña?"
Javier olhou para ela.
"Ela estava..."
"Você sabia?"
Christina apenas o encarou.
"Você sabia que ela estava grávida? Eles sabiam que ela estava grávida?"
Os lábios de Christina se separaram em choque.
"Não. Quer dizer, eu cheguei a desconfiar, em certo momento. Mas acho que nem ela sabia..." os olhos dela derivam para o nada, pensativos "Por que você está falando no passado? Ela..."
Javier fecha os olhos e balança a cabeça com a ideia. A ideia da possibilidade de você sair mais traumatizada do que entrou em tudo isso.
Christina suspirou aliviada.
"Graças a Deus."
Ele repetiu para si próprio mentalmente a gratidão a Deus. Ele tinha ido até lá porque precisava saber se você sabia que estava grávida. 21 semanas, eram 4 meses, se o médico estivesse certo em seus cálculos. Ele queria afastar a ideia de que você estava escondendo isso dele. Indo a operações, se colocando em risco, e colocando em risco a vida do bebê.
Ele nunca se perdoaria se algo acontecesse com você, mas agora, sabendo que você carregava um pedaço dele, ele jamais seria capaz de continuar com isso se algo acontecesse à vocês dois.
Javier nunca entendeu bem a ideia de querer levar uma bala por alguém até algumas horas atrás. Isso o faz se sentir um pouco mal com o estresse que ele deve ter causado ao pai no passado, correndo intencionalmente em busca de situações perigosas até a idade adulta. Ele supõe que é a recompensa que você já lhe cause estresse por simplesmente existir e ele tem que se forçar a desistir do controle de vez em quando você quer tentar de forma independente resolver as coisas. E agora ele se questiona se será capaz de desistir do controle quando seu pequeno bebê começar a querer tentar coisas novas que podem ter seus joelhos raspados literal e figurativamente. Ele sabe que é ridículo pensar que talvez seja um pouco diferente com o bebê, do que é com você.
Ele mal conseguiu pregar os olhos, a mente dele já fantasiando como será o cabelo do bebê, se puxará ao dele, ou aos seus. Se terá o sorriso dele ou o seu, ele preferiria que fosse o seu. Ele sente o coração disparar ao pensar em segurar algo tão puro, feito do amor que ele sente por você e você sente por ele, um ser que é a junção de vocês dois. Nervoso por saber que o mundo é um lugar cruel para alguém tão pequeno e frágil. É um tipo diferente de necessidade de proteger - ele sente como se o peso do dever em preparar um lugar junto para a chegada desse bebê, recaísse duas vezes mais em seus ombros agora - e o quão a ideia já o tem intensamente consumido.
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Be my Assistant - JAVIER PEÑA
FanficO narcotráfico engole todos que estão ao seu redor, e desde que você chegou a Colômbia, você tem sido engolida pelo trabalho que os cartéis geram diariamente. A rotina no cargo de Assistente do Embaixador, não colabora para que você estabeleça víncu...