Você apenas pegou sua bolsa, e saiu o mais rápido que pode andar da embaixada.
Não se importou em arrumar sua mesa. Organizar os arquivos que estavam em cima dela. Deixar um aviso de onde as chaves importantes estavam. Ou até mesmo de tirar a agenda com a vida do Embaixador anotada, na sua bolsa.
Você simplesmente partiu. Limpando desesperadamente as lágrimas do rosto.
Em toda a sua vida você nunca passou por uma humilhação tão grande. Toda a sua dedicação, anos de estudo, e trabalho. Muito trabalho. Para ser colocada como uma puta emocionada, uma inconsequente apaixonada.
Culpada por acobertar o amante, em uma operação que certamente estariam nos livros de história em alguns anos.
Correndo com a droga do salto alto, chorando, envergonhada, humilhada, se odiando e desempregada.
Esse certamente era um fim para a sua carreira que você jamais imaginou, nem nos seus piores momentos de desilusão e cansaço.
Você procurava desesperadamente pela chave do seu carro na sua bolsa estúpida, abriu a porta, entrou, deu partida, e saiu dirigindo como uma louca inconsequente. Talvez se você furasse uma presencial e fosse atingida por um caminhão, fosse uma sensação melhor, do que voltar para Washington e explicar para sua família o que tinha acontecido.
Olá, mãe e pai, fui afastada do cargo porque transei com um agente que vazou informações para um grupo se terroristas narcotraficantes paramilitar e não fiz a estúpida denúncia a embaixada, e posso ter fodido uma operação inteira.
Você batia no volante. Eu sou uma filha da puta do caralho! Idiota! Imbecil!
Era complicado entender o misto de sentimentos porque você nem sabia o que você e Javier tinham, se era algo, se era um relacionamento, se era algo temporário, se você gostava dele, se o amava. Se ele gostava de você, se ele queria ter algo com você. Então parecia que tudo tinha sido em vão. Que você tinha sacrificado algo por nada.
Esse negócio que você tinha com Javier era muito intenso. Em um momento vocês estavam transando em uma sala de arquivos, em outro momento você estava na casa dele acariciando os cabelos dele até ele adormecer, em outro ele passava por você fingindo que não te conhecia mais, depois te agarrava como se não vivesse em você, depois falava que queria que você sumisse da frente dele, depois estava se declarando e falando o quão importante você era para ele, depois ele estava se agarrando com mulheres do departamento na sua frente. Simplesmente impossível de acompanhar a montanha russa que era tudo isso. Dor e alívio. Alegria e tristeza. Medo e segurança.
E agora você acabou de perder seu emprego.
Quando chegou no seu edifício, você tirou os sapatos, e subiu as escadas. Entrou o apartamento, correu para o quarto tirando a mala de cima do roupeiro, jogando suas roupas sem sentido dentro dela, pegando as coisas que eram essenciais, e apenas enfiando dentro da mala de forma grotesca.
Parecia que você queria fugir de algo. Da responsabilidade. Do erro.
Tentou fechar a mala com tudo que havia socado la dentro, mas não conseguia, se esforçou, ajoelhou em cima da mala fazendo pressão para que os zíperes se encontrassem, fez tudo que pode, mas não fechava. Você arremessou a mala longe pelo chão conquanto, rugindo, seu corpo desmoronou no chão. Chorando.
O que você iria fazer agora? Aonde você iria trabalhar? Com o que? Pra quem? Quem aceitaria você? Em apenas uma ligação para buscar referências e você já seria descartada. O que as pessoas pensariam de você? Da sua índole, do seu caráter? Você jogou tudo pelos ares por um homem? Foi isso o que você fez?
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Be my Assistant - JAVIER PEÑA
FanficO narcotráfico engole todos que estão ao seu redor, e desde que você chegou a Colômbia, você tem sido engolida pelo trabalho que os cartéis geram diariamente. A rotina no cargo de Assistente do Embaixador, não colabora para que você estabeleça víncu...