Meus Irmãos Possessivos

Capítulo 17

• A verdade•

Já faziam um mês que estávamos morando na casa do campo, acabei me acostumando em morar aqui, me sinto feliz, a família parece estar mais próxima, não falamos sobre mamãe ainda e o papai continua sendo um tópico proibido. Acordei cedo hoje, tomei café e decidi ir ler um livro que peguei da biblioteca antiga da minha mamãe, era um livro de poemas românticos, um mix de vários poemas românticos na verdade, folheei as páginas me comparando com esse:

você está certa...

você tentou
& tentou
& tentou
& tentou
& depois tentou
mais um pouco

mas talvez
ele apenas não
seja capaz de
amar você afinal
de contas.

Agora eu lhe pergunto:
e daí?

- o único amor de que você precisa é o seu.

Uma lágrima escorre, mas não por homem nenhum, por mim. Hoje Evan disse que para me alegrar um pouco iria me levar em um evento com ele, era um evento de negócios mas segundo ele eu poderia me arrumar e sair de casa, ver pessoas e não ficar pra baixo o tempo inteiro, além dos gêmeos, eles não sabem o motivo só sabem que eu estou e querem tentar o seu melhor para ajudar, subo de volta para meu quarto e me deparo com uma caixa branca com um laço vermelho, abro e lá estava um vestido de gala vermelho sangue ele tinha um corsed lindo em cima e uma saia que cobria até os pés com uma fenda na perna, nada vulgar era na verdade bem elegante, acho que hoje será divertido afinal de contas.

Eram 6:20 pm, Evan estava me esperando na entrada, na sala meus irmãos estavam todos reunidos assistindo algum jogo, eu desci as escadas com o vestido vermelho sangue, um salto alto e meu cabelo com ondas jogado de um lado só, deixando um brinco a mostra, todos viraram para me olhar e começaram a aplaudir e fazer sons como "uhuuuul" "lindaaaa", fiquei vermelha e pedi para pararem fui em direção a Evan que me estendeu seu braço para andarmos juntos.

- Você está espetacular princesa.
- Obrigada irmão - sorri para ele, meu primeiro sorriso sincero em um mês.
- Quero que tente se divertir está noite, mas lembre-se é um evento de negócios, terá muitos matriarcas de outras máfias lá, quero que tome cuidado com eles não de trela a ninguém.
- Pode deixar irmão - fomos em direção ao carro, Evan abriu a porta para que eu entrasse, meus irmãos vieram do lado de fora para se despedirem com acenos e "se cuidem" ou "cuide dela", eu amava eles com todo o meu coração. Durante todo o trajeto Evan me contou como odiava esses eventos chiques onde tinha que conversar com vários chefes e ser educado, mesmo sabendo que na verdade todos ali querem tomar controle do território um do outro.

- Ou seja, não passam de um bando de serpentes velhas. - Dei risada, me apreciando com suas histórias, por um momento ele não parecia ter 34 anos e ser chefe de uma organização ilegal mas sim, um garoto que não aguentava mais lidar com seu papel de adulto, ele teve que crescer cedo demais, pelo nosso bem...eu o admiro por isso. Chegamos no local, era uma casa enorme que mais se assimilava a um castelo, cheio de carros chiques e pessoas importantes, um moço abriu nossa porta.

- Boa noite Senhor, seja bem-vinda senhorita Oliver.- Uau, imagino se ele teve que decorar o nome de todos os convidados hoje, impressionante. Subimos a escadaria e entramos na casa, estava cheio de pessoas todas vestidas elegantemente, dava para ver que aqui só tinha a alta sociedade, um homem cumprimenta Evan de longe, ele diz que precisa ir e me pedi para ficar por perto mas que eu poderia me divertir o quanto quisesse, ao invés de ficar no salão de festa como todos, decido ir explorar a casa/castelo subo mais um lance de escadas me deparando com um corredor longo cheio de quadros, pessoas com narizes empinados e vestidos luxuosos, um pouco brega eu diria, continuo minha exploração, entro em quartos um maior que o outro com decorações que me faziam imaginar ter nascido em outra época, acabo entrando em um e me deitando na cama para saber se era tão macia e fofa quanto parecia, fecho os olhos por um instante me imaginando ser uma princesa entediada em seu enorme castelo, provavelmente de coração partido pois o seu amado não lhe ama.