P.O.V Elliot
"Depois de contatar as outras bruxas e contar o que aconteceu com o Crânio de Ibraev, perguntei e li em livros se tinha algum jeito de enviar o Cadaver de volta pro mundo dele, mas aparentemente não é tão fácil assim.
Só há duas maneiras de se abrir um portal para o Inferno estando no mundo humano, a primeira é causando um caos de grande escala, genocídio, pânico e por ai vai. O outro seria com a ajuda de outro artefato amaldiçoado, que provavelmente já se perdeu com o tempo e atualmente as bruxas não fazem a menor ideia de onde está.
Provavelmente, o demônio vai ter que ficar preso no mundo humano e cumprir sua punição de um ano. Ou isso, ou ele vai ter que cometer sérios crimes... Não que um demônio tenha problema em fazer isso é claro"
Depois da reunião, me despedi das minhas amigas bruxas e voltei a ler alguns livros em busca de mais informações sobre qualquer coisa, mas não achei nada. Entretanto, eu achei uma espécie de demônio no meu livro de demonologia que é uma descrição bem certa do Eddie, um demônio maior que parece uma doença, ele pode possuir as pessoas entrando na sua corrente sanguínea e possui uma fome insaciável por ganância.
Ele possuiu uma das famílias mais ricas do último século ou quem sabe mais para trás ainda, essa família é uma das responsáveis pelo banco principal de Londres e com várias outras filiações em vários lugares do mundo. O herdeiro da família também foi possuído por ele, mas de alguma maneira conseguiu se matar e se livrar do demônio, ele até hoje está a procura de um novo hospedeiro... Ou quem sabe talvez já achou, Clinton.
Clinton Leistung assim como seu parceiro de negócios, Kenny Ashford, são uma das duas maiores figuras políticas de Londres no momento, eles usam sua fachada política para esconder um negócio muito mais sombrio... Se tem alguém além das bruxas que conhecem demônios são eles e não duvido que Clinton pediu ajuda do Eddie, um demônio maior da ganância, para manter o seu legado e o legado do parceiro.
O problema é que além de ter um demônio maior como parceiro, ele tem um artefato muito poderoso à sua disposição... Se livrar desse problema vai ser muito complicado, não sei se uma mera bruxa como eu e um demônio menor como o Cadaver vai ser o suficiente.
Enfim, colocando esses problemas de lado, entro na minha humilde caminhonete que já tá bem arrebentada na realidade, e ligo o motor.
– É bom esperar o motor aquecer um pouco... – Eu puxo do porta luvas um maço de cigarros e acendo um, baixo a janela e fumo. Hoje tá fazendo um pouco mais de calor, principalmente que já é quase meio-dia, eu estou usando uma regata branca, uma calça preta jeans rasgada e um sapato de adolescente fudido.
Depois de alguns minutinhos esperando, eu piso no acelerador e carro na estrada, aproveitando que agora eu vou dar uma descontraída, eu ligo o rádio, sempre bom ouvir o que tá tocando ultimamente.
-Música da Rádio-
Eu vou para a cidade comer em um restaurante, daqui algumas horas meu "trabalho" vai começar e eu preciso estar bem alimentada. Eu não estou me esbanjando em dinheiro, então eu pego algo acessível pra minha pessoa e aproveito meu tempo, acho que esse é um dos poucos momentos do dia onde eu fico perto de tantas outras pessoas em um só lugar. Não que eu goste, é claro.
A próxima parada é uma conversa agradável com uma das minhas bruxas favoritas, Amélia Hartmann, ela tem uma loja de artigos satânicos e coisas desse tipo. Muitas pessoas a julgam pela sua escolha de trabalho e alguns já até a chamaram de maluca, já eu, agradeço por ela existir. Afinal de contas, somos bruxas, todo mundo julga o que fazemos, entretanto isso nunca impediu a gente de sermos melhores amigas.
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A Sombra Ardente
FantasyEstá escuro... Tudo está tão escuro... Mas querendo ou não eu me acostumei com o quão escuro esse lugar pode ficar, não é como se tivessem janelas na masmorra do castelo. Eventualmente minhas orelhas captam alguns barulhos de gemidos do que eu posso...