Capítulo Onze: Perigos Imprevistos

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"Sombras tomaram o lugar que você deixou

Nossas cabeças estão perturbadas pelo vazio

Destruir o meio é uma perda de tempo

Desde o início perfeito até a linha de chegada

E se você ainda está respirando, você é sortudo

Porque a maioria de nós está com pulmões corrompidos

Colocando fogo em nossas entranhas por diversão

Coletando nomes dos amantes que deram errado

Os amantes que deram errado


Bem, eu perdi tudo, sou apenas uma silhueta

Eu sou um rosto sem vida que você logo esquecerá

E meus olhos estão úmidos com as palavras que você deixou

Tocando na minha cabeça, quando você quebrou meu peito"

Daughter - Youth.

P.O.V Cadaver

Eu acordo em torno de o que? Meio-dia talvez? Me levanto coçando o olho e percebo que o Karna não está deitado comigo, a cama está marcada do seu corpo onde estava deitado, me levanto e coloco minha cabeça pra fora do quarto, parece que tá chovendo desde ontem, mas a chuva tá fraca. Ainda nenhum sinal dele, eu volto ao quarto e me visto, vendo que eu vou ter que sair.

– Karna? – Eu vou pro estacionamento do motel e dá pra claramente notar a chuva que caia, o céu fechado e carregado com mais chuva. Eu percebo em uma das estradas do estacionamento marcas de pneu de carro que formam um caminho até algo que eu não consigo dizer pela distância.

Eu chego perto dessa tal coisa e eu encontro marcas de sangue e escamas quebradas, vermelhas, eu me ajoelho para analisar e antes que eu pudesse reagir eu sou acertado por uma flecha que perfura meu peito.

– AGH! – Outra flecha perfura meu peito e eu caio no chão, minha visão começando a ficar turva, as flechas provavelmente estão com efeito sonífero. Eu olho pro lado e vejo um grupo de humanos se aproximando, uma mulher de cabelos castanhos, um homem negro de cabelos pretos e outro homem de cabelos vermelhos... Que eu já sinto ter visto antes.

– Olha só quem a gente pegou aqui, se lembra de mim amigo? – Ele sorri – Dois em uma tacada só, como eu tinha te dito – O de cabelo vermelho comenta olhando para o homem negro.

– Que seja, vamos levar esse logo antes que o comandante comece a encher o saco – A mulher de cabelos castanhos se aproxima de mim.

– Não... Encosta em mim, babacas – São as últimas coisas que consigo murmurar antes de desmaiar.

Após minha visão ficar escura, eu me levanto em um lugar diferente. Um caminho de pedra entre árvores, mas esse lugar não é uma floresta comum, a grama do chão é negra e cheira a enxofre, o tronco das árvores são retorcidos e cinzas, suas folhas, são um laranja forte e alguma delas caem e entram em combustão no ar.

Eu ando por esse caminho sombrio, escutando o ranger do tronco das árvores e sentindo um vento quente, porém o mais aterrorizante é um constante som de bebê chorando. Junto do vento voam faíscas e junto do choro de criança, tem gritos de socorro... Sem dúvidas, esse lugar é o Inferno.

A Sombra ArdenteOnde histórias criam vida. Descubra agora