"Amor... Amor é mais do que apenas um sentimento, amor é muito mais do que as palavras eu te amo. O que diferencia os humanos dos animais? Alguns diriam que é a racionalidade, alguns diriam que é a evolução, outros apenas discordariam, diriam que somos tão animais quanto aqueles que habitam o mundo selvagem. Humanos, sendo animais ou não, são guiados por várias coisas e sentimentos, como determinação e esperança.
Mas existe algo, algo que os humanos sentem que se estendem além de suas capacidades cognitivas, algo que mistura todos seus sentimentos positivos, todos seus sonhos, toda sua determinação e esperança em um só sentimento... Não, sentimento não é a palavra certa para definir o que é isso.
Isso é amor... E o amor é mais do que apenas um sentimento, é uma força. Uma força que se demonstra de várias maneiras diferentes, o amor por um amigo, o amor por um familiar, o amor por um animal de estimação... Um amor íntimo. O amor é um fator que desprende o ser humano daquilo que é lógico, quando tudo está perdido, quando tudo parece impossível... Amor é a luz guia, é a força de vontade trancada dentro de seus corações esperando para ser liberta. Nada é impossível, nada é inalcançável com o amor.
Demônios, entretanto, não são humanos, não mais. É impossível um demônio entender o verdadeiro significado do que é a palavra amor, certo? Entender o que é essa força da natureza. Amor, para eles, deve ser como um coração vazio, parece existir, mas na verdade, não está lá. Demônios podem não entender o que significa amar... Mas podem entender o que significa ser amado.
E então, algo que é impossível como demônios entenderem o que é amor, não parece ser mais tão impossível assim, não é?"
Karna acorda no meio da noite com alguns barulhos e sentindo alguns movimentos, quando ele abre seus olhos para entender o que está acontecendo, ele consegue ver Cadaver se mexendo um pouco e murmurando palavras sem sentido, o dragão já viu isso antes, é um pesadelo.
– Ei... – Ele coloca as mãos no rosto do cão e começa a fazer carinho enquanto suavemente chamando seu nome – Cadaver, ei...
– Hm? – Cadaver finalmente abre seus olhos, mas ao invés de acordar assustado, ele acorda com certa calmaria ao ver Karna em sua frente – O que...? – Mesmo assim, ainda está confuso.
– Shh... Era um pesadelo, tá tudo bem – Karna dá um sorriso gentil, ainda acariciando seu rosto.
– Ah... É, um pesadelo... – Ele reitera com seu tom de voz baixo e sonolento, assim como Karna.
– Eu tô aqui... Tá tudo bem – Karna diz se aproximando de seu peito novamente – Vamos voltar a dormir...
– ... – Cadaver não responde, apenas o abraça para perto de si e fecha os olhos novamente enquanto pensa no que acabou de ver em sua mente.
Algumas horas se passam e devido ao aumento do calor pela manhã, Cadaver acorda novamente. Karna ainda dormia como antes em seus braços, ele suspira não querendo o acordar, mas o serviço chama.
– Ei Karna – Ele sussurra na sua orelha, fazendo ela reagir ao som – Preciso levantar, foi mal.
Karna não responde, apenas se afasta e deita do seu lado de barriga pra cima e olha para Cadaver que já se sentava na cama e o encarava de volta.
– Tem coisa pra fazer né? – Ele pergunta.
– Aham, mas eu não devo demorar, já venho – Cadaver responde passando suavemente sua mão pelo cabelo do dragão que se virou para o outro lado, Cadaver então se levanta da cama finalmente.
Cadaver, após levantar da cama, prossegue para se vestir, sem a armadura entretanto, não achou necessidade de a colocar no momento, afinal de contas, estamos em território seguro. Depois disso ele pegou os mapas de sua mesa e se dirigiu até a abertura da barraca, indo para o lado de fora. Como era cedo, poucos demônios podiam ser vistos, mas ao passar pelo meio do acampamento, ele viu Elliot conversando com outros demônios ao redor da fogueira que havia ali no meio.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Sombra Ardente
FantasyEstá escuro... Tudo está tão escuro... Mas querendo ou não eu me acostumei com o quão escuro esse lugar pode ficar, não é como se tivessem janelas na masmorra do castelo. Eventualmente minhas orelhas captam alguns barulhos de gemidos do que eu posso...