Capítulo Dez: Diversões e Paranoias

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P.O.V Cadaver

"Humanos cometem pecados, ganância, luxúria, gula, ira e preguiça são alguns deles, mas existem outros. E no fim do dia, ninguém pode os culpar de cometer esses pecados, uma vida que não sentiu nenhum desses sentimentos ou cometeu atos do tipo não é uma vida completa.

Minha raça demoníaca não pertence a nenhum pecado ou círculo em específico, cada cachorro infernal é "livre" para escolher seu pecado favorito, digamos assim. Eu não sei definir exatamente qual pecado me representa, de início eu achei que era ganância... Mas um certo alguém tá me levando para o lado da luxúria de pouco em pouco."

Eu dormi meio largado na cama ontem e acordo sentindo um peso sobre meu peito, era o braço do Karna que eu lentamente tiro de cima de mim para poder me sentar na cama. Esse movimento, por mais delicado que eu tentei ser, acordou ele também.

– Ei... Tá indo pra onde grandão? – Ele fala num tom manhoso.

– Ah... Lugar nenhum – Eu faço um cafuné nele.

– Hnm – Ele vira a cabeça fazendo minha mão ficar por cima do seu rosto, ele então pega a minha mão com as dele e acaricia – Eu me diverti muito sabia?

– Eu também – Ele levanta a mão dele em direção ao meu rosto e acaricia o lado do meu rosto, eu deito minha cabeça na sua mão e fecho os olhos. Eu começo a me lembrar de algumas coisas e lágrimas escorrem pelo meu rosto.

– Ei, tá tudo bem? – Ele se senta na cama olhando preocupado pra mim, mas eu apenas seguro a mão dele no meu rosto.

– Sim, tá tudo bem... É só que, eu nunca... Sabe... – Eu abaixo minha cabeça chorando um pouco ainda – Obrigado, por estar aqui comigo – Eu levanto a cabeça e ele segura meu rosto com suas mãos, nos aproximando e lentamente nossos lábios se tocam e quando eu percebo, estamos nos beijando.

– Mnfh~ – O beijo é separado depois de alguns segundos, mas nós temos a mesma ideia de continuar o beijo e dessa vez mais longo e duradouro, depois disso, Karna deita a cabeça dele no meu peito e eu novamente faço cafuné sobre seu cabelo e seus chifres.

– Escuta... – Ele levanta a cabeça pra me olhar – Eu vou ter que sair hoje, vou tá ocupado com meu segundo serviço, então eu provavelmente não vou vir hoje a noite ok? – Ele se estica pra fora da cama pra mexer nas roupas dele procurando algo.

– Por que? – Eu pergunto e ele volta.

– Aqui, se quiser me ver no meu trabalho, só ir pra esse endereço – Ele me dá um tipo de cartãozinho com o fundo preto, um desenho de um drink neon escrito embaixo "Two Nights Club" e atrás tem um endereço – A senha dessa semana é: Dois gatos dançam sobre o luar azulado.

– Você não trabalha no clube de luta? – Eu pergunto depois de olhar o cartãozinho.

– Tenho dois empregos, se lembra dos bordéis que eu mencionei? – Ele cruza os braços com uma carinha convencida.

– Acho que faz sentido, quanto mais dinheiro melhor certo? Falando nisso... Só por curiosidade, quantos Infer você tem? – Ele desfaz a carinha de convencido dele, parece que a minha pergunta interessou ele.

Infer é a moeda do Inferno, por isso o nome. Qualquer outro tipo de sistema monetário não vale nada lá, nem o real, nem o euro, nem o dólar... Nada. Infer são moedas feitas de Inferatum, elas são circulares e tem um corte no centro em formato quadrado.

– Ah, eu não trouxe os meus Infer pro mundo humano, estão lá na minha casa no Inferno – Ele responde coçando a nunca com uma carinha inocente – E você, quantos tem?

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