Cap 20: Presente de vacilo

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Na segunda-feira, ao chegar no colégio, Shelton foi chamado na sala do diretor. Lá se encontravam o próprio diretor e as professoras de espanhol e história.

Ben: Com licença, diretor, mandou me chamar?

Diretor: Sim, sr. Shelton. Nós só queríamos lhe informar que a senhorita Santineli irá interromper as aulas de história e espanhol pelo resto do ano, ela já fez todas as provas e passou em ambas as matérias.

Ben: Desculpa, quem?

Prof. Espanhol: Mônica Sofia.

Diretor: Isso mesmo. Segundo ela, como não queria te prejudicar e atrapalhar as suas notas, porque ela sabia o quanto isso era importante pra você, ela deixou tudo pronto da parte dela, só faltaria a sua.

Ben: Tudo? Mas faltava um bom tanto pra gente finalizar.

Prof. História: Mônica deve ter finalizado tudo este final de semana, ela já tinha toda a base do conhecimento, provavelmente não terminou ainda por estar fazendo em dupla e estar passando tempo com você, senhor Shelton.

Ben: Mas, ela pode fazer isso?

Diretor: Tanto pode que já o fez, tudo bem, senhor Shelton?

Ben: Ela parou de vez com as aulas?

Diretor: O boletim dela é impecável, após uma boa conversa com o tio dela, decidimos que ela ficará sem as aulas de história e espanhol, além dela não comparecer está semana.

Ben: Oh... merda, idiota, idiota, idiota... (sussurro)

Diretor: Disse algo?

Ben: N-não, senhor. Desculpe, eu já vou indo, obrigado por me informar.

Ele saiu da sala, ainda em choque, repetindo xingamentos como imbecil, idiota, babaca, etc. A cena daquela tarde voltava à sua mente, a garota com lágrimas nos olhos e saindo correndo, se sentia um grande idiota pela besteira que havia feito, se sentia mal por aquilo, por tê-la machucado, não fazia ideia do quanto ela já tinha sofrido na vida, do quão difícil tinha sido pra ela também... afinal, ela sempre pareceu tão alegre e de bem com a vida, sempre sorrindo, aquele lindo sorriso... nossa como ele era bonito! Mas fazia algum sentido, o porquê demorou tanto pra conseguir fazer amizade com ele, como a família a protegia tanto, tinham medo do que podia acontecer, de se machucar, e ele, idiota como sempre, acabou fazendo a pior coisa possível.

Ele sai do prédio, não conseguia ficar mais tempo ali, f*dá-se a aula, não ia conseguir se concentrar naquilo de qualquer forma. Vai até o prédio abandonado, era o único lugar que conseguia se sentir bem naquele momento. Ao chegar lá apenas entrou, sem ligar para o amigo que também estava lá, ele foi até a sacada, soltando um grito mais forte que conseguia e começando a vasculhar suas coisas desesperado, atrás de algo específico, ofegante, até Marcos ir até ele, o segurando pelos ombros.

Marcos: BENJAMIN! PARA! O QUE HOUVE!? Ah irmão...

Ao olhar nos olhos do amigo, Marcos teve certeza que este não estava nada bem, ele o abraçou forte, Ben demorou, mas logo retribuiu, soltando algumas lágrimas.

Ben: Eu vacilei, Vizz, eu vacilei legal... fui tão idiota.

Marcos: E quando você não é?

Marcos da um sorriso tímido e consegue arrancar uma risada nasal do amigo, pode parecer estranho, mas tais piadas ajudavam Benjamin a controlar seus ataques de raiva e Marcos sabia disso melhor que ninguém.

Ben: Vai se ferrar, é sério, eu fui um grande imbecil

Marcos: Eu sei que é sério e concordo, você foi um grande idiota com ela, não pode descontar sua raiva nos outros sempre e eu já tinha te falado isso.

Ben: Como sabe que eu tô falando dela?

Marcos: Nada ia te abalar tanto assim a não ser isso. Mano, você foi o errado da história e vai ter que dar um jeito agora, me conta o que houve.

Ben contou sobre a conversa com o diretor e as professoras, enquanto bebia algumas cervejas, Marcos não era muito a favor da bebida, mas sabia que não conseguiria parar o amigo naquele momento.

Ben: Eu não sei o que fazer, Vizz.

Marcos: Da um tempo pra ela, tá estressada e magoada, com razão. Dá um tempo e depois tenta mandar mensagem ou falar com ela no colégio.

Ben: Vizz, se eu te contar algo, promete que não conta pra ninguém?

Marcos: Vou falar pra quem? É meu único amigo.

Ben: Eu gosto dela, irmão, gosto dela de verdade, como nunca gostei de ninguém. Não tô falando isso só porque tô meio bêbado, isso ajuda a admitir, mas é sério, eu acho que tô gostando dela.

Marcos: Meio bêbado?

Ben: Vai te catar! Leva a sério, mano, fica aí rindo de mim, idiota.

Marcos: Tô brincando po, calmo, calmo.

Ele ri e Shelton logo o acompanha.

Ben: Idiota, te odeio.

Marcos: Mentira, você me ama.

Ben: Amo nada, babaca! Tá... talvez um pouquinho só.

Marcos: Mente que eu gosto, Ben. Mas sobre a Mônica, eu também acho que você goste dela também e gosto que goste dela, é uma garota legal e te faz muito bem, só não vacila mais ainda e vai com calma.

Ben: Calma, calma, calma nada, eu queria era poder beijar aquela boca linda.

Marcos: É, eu sei, mas vai acabar assustando a menina, ainda mais agora que ela tá revolts contigo, vai aos poucos, tá? E cuidado pra não se magoar também, fecho? Quero você mal não.

Ben: Fecho, valeu mano.

Marcos: Aqui por ti, irmão. Não vai voltar pra casa assim não né?

Ben: Fala que eu dormi na tua casa, namoral.

Marcos: Mas eu falei pra minha mãe que ia dormir na tua!

Ben: Dorme os dois aqui e bora, se der ruim o máximo que vai acontecer é a gente levar sermão. Vou pegar cerveja, quer alguma coisa?

Marcos: Você já não bebeu demais não?

Ben: Não enche, Vizz, tô mal aqui. Quer algo ou não?

Marcos: Me traz um refri.

Ben: Bele.

Presente do Destino - Tiago Santineli Onde histórias criam vida. Descubra agora