IV - Guerra de Abutres - parte 2

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Após descer um longo percurso de escadas através dos vários andares do castelo, a Rainha é a primeira a chegar no piso do Salão do Trono. Ela percorre alguns corredores escuros seguida por alguns guardas e por fim, alcança a saída lateral do Salão.

Bandeiras grandes penduradas no teto com o brasão da casa Aladino carregam a Águia branca e o Lobo negro que enfeitam ambos os lados do trono. A rainha Heleona para e observa dali mesmo, seu filho João acomodado no assento real usando a coroa de seu falecido pai. Ela parece surpresa e caminha lentamente em direção ao trono com estranheza no olhar.

O príncipe usava um conjunto de roupas vermelho-vinho e um sobretudo de couro escuro. Uma coroa dourada repleta de pedras preciosas repousava preguiçosamente em seu cabelo dourado, de modo que parecia cair a qualquer momento devido a seu tamanho avantajado que parecia maior do que o devido.

Uma fila enorme de súditos se estendia por todo o corredor vermelho, que escapava pela porta e se prolongava ainda mais para fora. Membros da Guarda Real em sua armadura perolada vagavam de um lado a outro como se não soubessem exatamente como lidar. Essa dúvida é a mesma para os cavalheiros de armadura tradicional, de coloração prateada da Patrulha da Cidade que aproximavam-se duvidosamente.

Na lateral do príncipe - na base das escadas do trono -, havia um escriba idoso que segurava de forma desajeitada um pergaminho antigo, ele fazia diversas anotações conforme sua majestade dizia ou ordenava.

Os primeiros da fila eram um casal de camponeses que se vestiam de forma simples, usavam roupas desgastadas e levemente sujas. Seus rostos queimados pelo sol devido ao trabalho exposto revelam diversas manchas escuras na pele. O homem dá um passo a frente:
"Meu Rei, nossos campos estão secando e tememos perder nossas terras para este verão terrível..." Disse o homem, de mãos dadas e olhar de súplica.

O príncipe parece desinteressado e questiona de forma impaciente: "De qual casa você é?"

Ambos os camponeses se entreolham e respondem após algum tempo:
"Somos de uma família camponesa, Ducado" Respondeu a mulher, ansiosamente.

O príncipe parece confuso e direciona seu olhar para o escriba. "Ducado?"

O escriba apressadamente abre um sorriso desajeitado e responde sem hesitação:
"A casa Ducado não é muito rica dentre as demais camponesas, mas possui algumas terras boas. Eles também pertencem à aliança de 7 famílias criada pelo Lorde Faustin, da casa Tundra." O velho banguela faz uma pausa para apontar até a parede alta do salão do trono na lateral esquerda, onde haviam diversas bandeiras com brasões das várias casas do reino leais à coroa. Dentre elas, as 7 bandeiras da Aliança Camponesa, com a casa Tundra centralizada. "A casa Tundra é muito rica e possuí até mesmo negócios com outras províncias, é um forte aliado da coroa, majestade."

O príncipe concorda discretamente e retorna seu olhar para os camponeses. "Vocês ainda possuem negócios com a casa Tundra?"

"Eles compram muito de nossas colheitas, temos bons negócios a anos. Entretanto, se perdermos nossas terras, o prejuízo pode ser irreversível..."

O príncipe considera silenciosamente por um instante e direciona seu olhar para o escriba:
"Diga que o Rei solicita terras de uma das 4 grandes famílias da Aliança Mercantil e que sejam entregues à casa Ducado."

O escrivão parece surpreso repentinamente e engole seco, ele diz, "Ma-majestade, temo que isso desagrade a Aliança, se me permite, que tal enviar alguns magos controladores da água para tentar recuperar as terras destes camp..."

O príncipe parece irritado e o interrompe:
"Magos são peças do meu exército, não serão usados para tarefas fúteis como essa."

A resposta rude e direta surpreende os demais camponeses que observam uns aos outros com estranheza, incertos sobre o que pensar.

O Príncipe Perdido - A Vingança Do Verdadeiro ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora