Timeline: Fuga Impossível
Personagem: Ambos.
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Haviam se passado alguns dias depois do ocorrido, mas não como Roier esperava. Não. Na verdade, estava tudo muito bem. O clima estava leve, mais sorrisos, mais risadas bobas, os olhares profundos e íntimos... As conversas longas e satisfatórias... Eles estavam em um emaranhado de boas memórias... Todas as noites, se sentavam um de frente para o outro, jogavam conversa fora enquanto bebiam vinho barato em uma taça simples. Era bom, era simples...
Eles sentiam que poderiam confiar um no outro. Um era o porto seguro do outro, eles se pertenciam.
E esse dia, era uma dessas noites, uma noite estrelada, com uma lua enorme encobrindo Dão Paulo. Eles estavam sentados, perto a janela, com garrafas de vinho vazias no chão e taças cheias. Eles se olhavam ternamente, riam até faltar ar em seus pulmões, sorriam até às bochechas doerem. Era lindo. Eles compartilhavam segredos, confessavam seus medos enquanto acariciavam um ao outro. Nesse momento, Cell estava com as pernas abertas, enquanto Roier estava sentado entre elas, suas costas apoiadas no peito do loiro, o mesmo que passava seus braços por sua cintura, segurando sua taça de vinho preguiçosamente. Cell desabafava com Roier sobre seu passado.- Sabe... Eu não lembro dos meus pais. - começou o loiro
- Como não!? Eles são as pessoas que te deram vida! -
- Eu sei... Mas eu não escolhi isso, guapito. Eles eram minha família, talvez um dia foram. Eu lembro de uma garota, ela tinha os cabelos brancos e uma mecha castanha, ela era muito parecida comigo... Acho que a gente era irmão. E então, eu fugi. E a partir dai eu não lembro de mais nada. -
- Como não? Como pode ter esquecido de tantos anos assim? E por que você fugiu? -
- Eu não me lembro o motivo da fuga... Eu só... Fui... Foi uma guerra. Doeu. Eu fiquei sozinho por anos, tendo que me virar sozinho pra comer, você já sentiu fome de verdade guapito? -
-Não... Imagino que deve ser doloroso - acariciava as mãos do brasileiro com carinho. Ele nem conseguia imaginar o quão fundo o passado de Cell podia ir.
- Quando você não tem mais nada, nada a crer, nada a perder, nada a esperar... Você só deixa sua vida ir, ir até um ponto que ela não volta mais. Eu tive que arranjar um jeito de sobreviver, de comer... Por isso... Virei canibal. -
- Canibal? Aqueles caras que comem carne... humana? - Mesmo com a notícia inesperada, Roier, não sentiu medo ou algo do tipo, a situação se tratava de sobreviver
- É... Você... Parece assustado... Me desculpa. - Cell sentiu um peso no peito, talvez não fosse o momento de contar sobre seu passado assim.
- Não! De forma alguma... Só me pegou de surpresa haha... Eu entendo... Sabe... As emoções ao extremo deixam as pessoas loucas. O amor... a ira... a fome... -
- Eu sempre gostei de acreditar que sentir cada uma delas te da... Uma sensação diferente... Os sentimentos sempre podem ser aguçados, só precisam de uma... ajudinha, para serem entendidos. O ódio é lindo... -
- Quando usado para proteger quem amamos... - Ele tinha um olhar especial, uma mistura emblemática, Cell poderia passar horas navegando naquelas lindas orbes castanhas. Elas passavam calmaria.
- É... é isso... Mas... Me conte mais sobre você, guapito. -
- Sobre mim? -
- Uhum... Eu gosto de ouvir você falar, e, você já me escutou demais... - Cell fechou os olhos, apertando mais Roier no abraço folgado que eles estavam.
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GATINHO COMUNISTA
FanfictionUma fanfic de Guapoduo - QSMP "me de a propriedade do seu coração!„ Apoio emocional, traumas e muito amor. Um copilado de defeitos resultantes em um amor incerto e caloroso. Dois corações quebrados e mentes abaladas se juntam para se reconstruir. ...