Timeline: 1 mês antes da ilha
Personagem: Ambos
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3 dias. 3 dias em um silêncio absoluto. Roier ia ao trabalho cedo e voltava tarde, agora, para sustentar dois teve de arrumar um segundo emprego. No turno da manha, trabalhava na oxxo, de noite, trabalhava limpando uma loja de roupas, também fazendo papel de vendedor. Ele estava exausto. Ia cedo e voltava tarde. Sua mente o corroía para continuar de olhos abertos por todo o dia. Dormia mal, quase não conversava com Cell - o fato dos pesadelos decorrentes ocorrerem dificultava ainda mais os diálogos prolongados para o casal - e não comia direito. Tudo estava declinando de uma forma drástica. Roier precisava se ver longe do trabalho por uns bom meses e Cell precisava de terapia e uma noite bem dormida.
Eram por volta das 23h da noite. Roier acabara de chegar no pequeno apartamento compartilhado, Cell estava com uma xícara de café nas mãos, sentado perto a janela, olhando calmamente a pela vista da quase madrugada.
- Você demorou bastante hoje, Guapito... Vai tomar banho pra descansar. Deve estar exausto... - Cell se expressa, sua mente podia estar mergulhando em um abismo vazio e incompreensível, mas isso não impedia o homem a se importar com o namorado. A quem também se encontrava em uma situação deplorável.
- Já disse que não precisa ficar acordado me esperando. Você precisa descansar meu amor... Daqui a pouco você desmaia no chão de cansaço. E larga esse café gatinho! Cafeína só te agita, já conversamos sobre isso. - Ignora completamente a preocupação do namorado sobre si. O assunto era Cell, ele que estava mentalmente quebrado. Ele que precisava de uma atenção especial.
- Você diz isso como se eu conseguisse dormir... O café deixa minha mente trabalhando. É bom. Tenho medo que ele apareça e machuque você. - O loiro olhava o moreno, ainda usando o uniforme do trabalho, a camiseta amarrotada, olheiras abaixo dos olhos, estava mais pálido e mais magro. Isso não era nada bom. Conhecia Roier o suficiente para saber que ele havia abandonado a si mesmo.
- Você já tomou banho? Já comeu? Quer que eu faça alguma coisa pra gente comer? - Deixou a mochila ao lado da porta, indo em direção ao brasileiro sentando-se ao seu lado.
- Não guapito, obrigada. Por que você não toma um banho, relaxa, e a gente dorme junto. - Colocou a mão nas costas do namorado, acariciando o local. Conseguia sentir os músculos tencionados do mexicano.
Roier se levanta, alegando fazer o que o namorado sugeriu. Se dirigiu até o banheiro e ligou o chuveiro. Enquanto tirava as roupas e esperava a água esquentar, sua mente bombeava diversas informações e pensamentos. Esses que o repreendiam por não conseguir cuidar direito do namorado. Ele não estava sendo o suficiente. Ele não estava se esforçando ao máximo para ver o brilho nos olhos do brasileiro mais uma vez. Ele devia ser um imprestável mesmo. Natalan tinha razão quando disse que ele era doente. Ele não era o suficiente.
Ao entrar debaixo da água quente, deixou sua pele sentir a ardência das gotas que caiam, essas que se misturavam com as lágrimas derramadas. Por que tinha que ser assim? Por que ele não podia simplesmente aceitar que ele não era um ser humano perfeito e que não tinha o dom de apagar pensamentos tristes e traumas. Por que ele não podia entender que cada pessoa tem uma mente diferente e ele não pode reunir os cacos de cada uma? Por que não podia compreender que também estava quebrado e o que mais precisava era uma abraço quente e reconfortante? Até por que. Ele também era humano. Ele também sentia dor, remorso, culpa, inveja... Ele também pecava e errava. Será tão difícil entender que nem tudo é concertado com certas palavras? Algumas feridas são muito mais profundas. Ele entendia isso melhor do que ninguém. Primeiro, o abandono, depois a reconstrução até a felicidade, então, você cai em um abismo tão profundo quanto a ferida formada primeiramente. O escuro da medo, não pelo desconhecido que abita nele, mas sim, por que nossa mente tem o controle do escuro. Nós somos o nosso escuro.
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GATINHO COMUNISTA
Fiksi PenggemarUma fanfic de Guapoduo - QSMP "me de a propriedade do seu coração!„ Apoio emocional, traumas e muito amor. Um copilado de defeitos resultantes em um amor incerto e caloroso. Dois corações quebrados e mentes abaladas se juntam para se reconstruir. ...