【Ⅳ】

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Timeline: Chafaland 
Personagem: Roier

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 Um bom tempo havia se passado desde que tinha chegado a São Paulo, era uma cidade estranha. Roier era acostumado com o barulho suave da natureza, agora teria de se acostumar com o terrível barulho de carros e uma multidão se deslocando o dia inteiro. E nem se fala das obras inacabáveis.
 Com o pouco de dinheiro que tinha, conseguiu alugar uma kitnet simples e bem pequena, mas era um bom começo. Pelo menos não estava na chuva e no frio. Pelo menos estava seguro.
 A kitnet era um lugar apertado, um pequeno prédio de três andares muito pequenos. O apartamento de Roier tinha uma cozinha, incluindo um fogão e uma geladeira velha e um pequeno armário de madeira. Na sala tinha um coxão com a roupa de cama, uma mesinha de centro e um rádio, que estava em cima de um baú que continha suas roupas. A porta e as janelas rangiam quando abriam, mas era perfeito. Para ele.
 O mexicano estava atrás de um emprego, o menor que fosse, passear com cachorros, cuidar de crianças, o que fosse. Ele precisava de dinheiro o mais rápido possível.
 Estava comendo macarrão instantâneo enquanto ouvia as notícias no radiozinho.
Amanhã sairia para procurar um emprego, o menor que fosse, para ter alguma renda. Mas o problema era que não tinha um currículo, nem nada do tipo, nenhuma indicação nem nada do tipo, quando saio de Chafaland, não pensou em pegar seus documentos.
Perdido em problemas, ele escuta algo no rádio: "E com as notícias mais frescas para você. Informamos que o prisioneiro 076, popularmente conhecido como Cell, fugiu de Alcatraz, o lugar em que estava preso. De acordo com os oficiais que estão tomando conta do caso, o tal prisioneiro fugiu com mais três cujos nomes não foram revelados."
Roier não deixou de sentir um arrepio. Um assassino a solta! Como se ele também não fosse um. Ele conseguia muito bem se defender, mas mesmo assim, o tal Cell ainda era um perigo.

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 O mexicano caminhava pelas ruas movimentadas da cidade. Estava indo para uma lan house, um lugar onde tinha computadores. Faria seu currículo lá, imprimir e pronto, tudo certo.
Enquanto ia em direção ao seu destino, para na frente de uma loja de tv's. Acabou por olhar a pequena programação que passava, noticiário. Percebeu que se tratava da mesma notícia que havia ouvido no rádio, o tal Cell era bem famoso.
 Distraído com a notícia, não vê o homem que vinha em sua direção apressado, de cabeça baixa. Ele esbarra no mexicano, que vai um pouco para o lado.
— Ei culero! Mira hacia donde vas! – Disse Roier olhando para o homem, por reflexo, acaba xingando.

— Que que se 'falo caralho? Em! O que você falou porra?! – O homem vai em direção ao homem segurando em seu pescoço.

Roier olha no fundo dos olhos azuis, um azul oceânico, no fundo, uma mistura de um vermelho escarlate. Uma mistura psicótica e assustada. Os cabelos loiros, a pele pálida, os olhos marcantes, a descrição batia. Era o tal Cell.

O mexicano se assustou. Tentando dar passos para trás, mas era impossível. Cell segurava seu pescoço com muita força. Roier olha no fundo dos olhos do loiro, ele o encarava com um olhar carregado de ódio.

— Desculpe... Desculpe. Eu não quis... – Roier diz, olhando para os olhos raivosos.

— Tanto faz. Só sai do meu caminho. Eu tenho pressa. – Disse o loiro começando a caminhar com pressa.

— Ok... – Roier fala, desviando o olhar, estava desesperado. Pelo menos se desculpou.

Viu o loiro indo embora. Apressou o passo chegando em uma oxxo, um pequeno mercado. Se esconderia ali e aproveitaria para tentar um emprego.

GATINHO COMUNISTAOnde histórias criam vida. Descubra agora