Falar já foi mais fácil.

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Meus olhos embaçaram entre as lágrimas que escorriam em meu rosto e o brilho da lâmpada exaustiva do corredor. Ela me pediu em namoro? Quero responder, quero aceitar, dizer "sim, claro", quero dizer que a amo, mas então por que não consigo? Nada sai de minha boca, mesmo após abri-la e me esforçar ao máximo para responder.

— J-Jirou?... — Ela perguntava preocupada.

Não consigo respirar... Acho que fiquei sem ar.

Minha visão começou a escurecer e... Apaguei.





"Kyouka? Kyouka, você tá bem?"

Abro meus olhos e vejo Momo ao meu lado. Essa sala... Eu estou na enfermaria?

— O que aconteceu?

— Você... Apagou. O que houve lá? Você tá sentindo o que?

— Eu... Não sei. — Me sento. — Mas agora estou melhor... Acho.

— Jirou, tem certeza? — Ela suspira. — Você me deu um susto.

— Bom... — Olho para a enfermeira distraída no canto e sussurro. — Podemos conversar?

Ela entende e assente, ma ajudando a levantar e assim me seguindo até a sala de música, onde a levo.

Sento na ponta do pequeno e baixo palco da sala, olhando para o chão.

— Kyo...

— Momo. — A interrompo. — Primeiro... Eu... Desculpa por ser um fardo... Eu sinceramente não sei o que aconteceu comigo antes. — Respiro fundo. — E segundo... Sobre você... Eu... N-nós...

Ela me olha confusa, pela falta de continuação.

— Eu sinto que... Eu, de alguma forma, Não te mereço... Quero dizer, eu... Eu quero muito. — Me encolho e abraço meus joelhos. — Mas se eu não consigo dizer uma simples palavra com 3 letras... Então como eu vou te fazer feliz?

Encondi meu rosto nos joelhos e logo senti sua mão encostar nos meus cabelos., O que me fez olhar para ela, já com lágrimas nos olhos.

— Mas Kyouka... — Ela ri fraco, de um jeito fofo, e me entrega um sorriso brilhante. — Você já me faz feliz.

Me senti aquecida, confiante... Importante.

Ela desce minhas pernas e fica entre elas, olhando mais perto de meus olhos.

"Eu te amo." Falei.

"Eu também te amo." Ela respondeu.

Nos beijamos, de um jeito mais carinhoso e romântico que eu imaginaria. O entrelaçar de nossas bocas se tornou forte, especial.

Um sentimento que só um beijo cheio de carinho te entrega.

— Eu aceito... Sua... Proposta.

Ela sorri e me rouba um selinho.



Um bater de palmas lento vem da porta, de algum modo, imaginava quem seria... Por que escolhi a sala de música em?

— M-Mina e Kaminari?

— Finalmente, em? Achei que não ia rolar nunca.

Mina diz, rindo logo após.

Um Amor Que Cai Como Pétalas (Momojirou)Onde histórias criam vida. Descubra agora