Arrependimento

450 15 6
                                    

Ao chegar em casa, minha mente continua fervendo. O silêncio que me envolve só amplifica o caos que Nick e Ryan provocaram. Sinto-me à beira de explodir. Chamo por minha mãe.

Ellinna: Mãe? - minha voz ecoa pela casa vazia, mas nenhuma resposta vem.

Minha inquietação cresce, e ligo para o celular dela. Caixa postal. O nó em minha garganta aperta, e uma onda de preocupação me sufoca. Pego o celular e envio uma mensagem, tentando acalmar minha respiração.

Ellinna: Mãe? Onde você está?

O tempo parece desacelerar até o celular vibrar em minhas mãos, trazendo um breve alívio.

Mãe: Estou na vizinha ao lado, conversando com ela um pouco!

Ellinna: Já estou em casa.

Mãe: Certo, daqui a pouco eu volto. Estamos jogando dominó.

Ellinna: Divirta-se, mãe.

Suspiro fundo, deixando o celular de lado, mas o turbilhão em minha mente não diminui. Sento no sofá, sentindo o peso de tudo se acumular. Nick com sua ex, Ryan desaparecendo e se distanciando de mim, e agora minha mãe doente. Fecho os olhos, tentando afastar a pressão que parece me esmagar.

A campainha toca. Meu coração dispara, e me levanto devagar. Ao abrir a porta, lá está ele: Ryan. Meu corpo reage antes que eu possa pensar, e instintivamente começo a fechar a porta, mas ele a impede com a mão, firme, mas gentil.

Ryan: Me deixa entrar, Elli. - Sua voz é suave, quase um sussurro. Ele passa os dedos pelo meu braço, subindo até meu pescoço, fazendo meu corpo tremer contra minha vontade. - Só quero conversar.

Seus lábios se aproximam de meu rosto, o toque suave e familiar me faz estremecer. Minha respiração falha, e um arrepio percorre minha espinha. Luto contra o impulso de ceder, de deixar que ele entre não só na casa, mas em mim novamente.

Ryan: Eu sei que errei, sei que te machuquei... - sua voz falha por um segundo, e ele aperta meus dedos com os dele, me envolvendo. - Mas me deixa tentar, me deixa te mostrar que eu posso ser diferente.

Ellinna: Ryan... - suspiro, tentando manter a força em minha voz, mas ela sai fraca, quase como um pedido de ajuda. - Eu não sei se consigo fazer isso de novo.

Ele se aproxima mais, segurando minhas mãos com firmeza e colocando-as contra seu peito. Sinto o batimento acelerado de seu coração sob meus dedos, e algo dentro de mim se mexe, como se nossas dores estivessem sincronizadas.

Ryan: Você consegue. Eu vou te ajudar - diz ele, e seus olhos, aqueles olhos verdes profundos que me cativaram desde o início, me prendem no lugar.

Ellinna: Você nunca me deixou te ajudar antes... - murmuro, sentindo o peso de minhas palavras. - Eu só queria estar ao seu lado.

Ele desvia o olhar por um momento, como se minhas palavras o tivessem ferido, e depois volta a me encarar, mais determinado.

Ryan: Eu deveria ter deixado. Me arrependo de não ter te dado essa chance. Mas não cometa o mesmo erro que eu, Ellinna. Não me afaste agora.

Seus dedos acariciam os meus, como uma súplica silenciosa. Fecho os olhos, tentando entender o que estou sentindo, mas tudo parece uma confusão. Como posso confiar nele de novo? Como posso acreditar que dessa vez será diferente?

Ellinna: Já me machucou antes, Ryan... duas vezes. - Minha voz é um sussurro trêmulo, carregado de mágoa e cansaço. - E você disse que não faria de novo.

Ryan: Eu sei - ele responde, com uma dor genuína em seus olhos. - Mas dessa vez, eu sei que posso te dar o que você precisa. Me deixa provar isso.

Suas palavras atingem algo dentro de mim, mas ainda há uma parte de mim que luta para acreditar. O que eu mereço? Será que posso mesmo confiar em Ryan novamente? Fecho os olhos por um momento, sentindo o peso de sua presença, de sua insistência.

Ellinna: Você já disse isso antes - minha voz quebra, cheia de incerteza. - E falhou. Não sei se posso sobreviver a mais uma falha.

Ryan: Eu não vou falhar dessa vez. - Ele puxa minhas mãos até seu peito novamente, seus olhos firmes nos meus. - Não vou te perder de novo. Não dessa vez, Elli.

Seu coração bate acelerado debaixo de minhas mãos, e por um segundo, sinto a intensidade de tudo o que ele está tentando transmitir. Mas será que posso confiar em suas promessas?

Estou à beira de uma decisão, e a dor do arrependimento paira no ar. Se ele falhar novamente, não restará mais nada de mim.


No Próximo Capítulo...

Meu Professor DominadorOnde histórias criam vida. Descubra agora