O que aconteceu?

2.5K 109 11
                                    

O som do despertador ecoa pelo quarto, me acordando bruscamente. Olho para o relógio – já são 6 horas da manhã. O mundo ainda está meio enevoado na minha cabeça, e os acontecimentos de ontem à noite começam a se misturar com a luz suave do amanhecer.

Fico deitada, encarando o teto, tentando entender tudo o que aconteceu. Por que ele parou? A pergunta não sai da minha cabeça. Por que eu fui até a casa dele? E ainda mais... Por que ele tem um quarto cheio de coisas tão estranhas? Cordas, algemas... Eu nunca imaginei que Ryan fosse esse tipo de pessoa. E agora? Preciso de respostas, mas ao mesmo tempo, sinto uma onda de vergonha me invadindo.

O que eu estava pensando?

Minha mãe interrompe meus pensamentos quando entra no quarto.

Mãe: Bom dia, filha! Como foi seu dia ontem?

Ellinna: Foi normal, mãe. E o seu?

Mãe: Agitado como sempre. Tô de folga hoje. Quer passar o dia comigo, filha?

Ellinna: Mãe, hoje tem aula... tenho que ir.

Ela suspira, um pouco desapontada.

Mãe: Poxa, queria passar mais tempo com você, meu amor. Mas tudo bem. Quando você chegar, podemos pelo menos assistir a algum filme?

Ellinna: Claro, mãe. Te amo. Vou me arrumar.

Minha mãe se inclina e me beija na bochecha antes de sair do quarto. Fico um instante encarando meu reflexo no espelho. O que aconteceu ontem ainda parece irreal. Eu quase transei com o MEU professor. O pensamento me deixa desconfortável, e um frio na barriga começa a se formar. Passo as mãos pelo rosto, tentando me recompor. Não posso ficar assim.

Me arrumo rapidamente e vou para a escola. Chegando lá, avisto Thomas e Bryan conversando, mas eles não me veem. Prefiro não interagir e sigo direto para a minha sala. Porém, antes que eu chegue, alguém me chama.

Diretora Olivia: Spellman, venha até minha sala.

Entro na sala da diretora, ainda sem entender por que fui chamada. Me sento na cadeira de frente para ela, o nervosismo começando a crescer.

Diretora Olivia: Bem, como você sabe, esse ano tem o campeonato da escola contra a School Pretty GO. E eu estava pensando... não temos garotas de torcida.

Eu a encaro, surpresa. Como assim não tem garotas de torcida?

Ellinna: Mas ano passado tivemos as Girls Power...

Diretora Olivia: Sim, mas foi o último ano delas. Agora estamos sem as meninas. Por isso, queria te perguntar: você gostaria de ser a líder da torcida? Na verdade, queria que você cuidasse de tudo.

Ellinna: Eu? (A ideia me pega de surpresa, mas rapidamente, um sorriso surge em meus lábios) Claro, diretora! Seria uma honra.

Diretora Olivia: Perfeito. Então está resolvido. Se precisar de alguma coisa, fale comigo.

Saio da sala, animada com a oportunidade, e já pensando em contar para Amy. Talvez ela se interesse em fazer parte da equipe. Caminhando pelo corredor, me deparo com Bryan. Ele está no armário, organizando suas coisas, e, de repente, deixa cair alguns livros no chão.

Ellinna: Nada desastrado, hein?

Bryan: Ok, senhorita irônica, sei que sou desastrado! (Ele ri) E aí? Como foi a... foda? Ele te pegou de jeito? Conta como foi!

Sinto meu rosto esquentar com a pergunta, e olho ao redor, certificando-me de que ninguém está ouvindo.

Ellinna: Se você parar de fazer tantas perguntas, eu conto...

Bryan: Ok, ok, conta!

Ellinna: Foi uma merda, Bryan... Ele simplesmente parou no meio. Fiquei super confusa, e ainda tô. Não entendo por que ele parou.

Bryan: O quê? Não acredito! Ele brochou? (Bryan ri, mas logo para ao perceber que estou falando sério) Sério? Amy sabe?

Ellinna: Ainda não. E ele não brochou... ele estava... você sabe... mas simplesmente parou. Nem teve penetração, só as preliminares.

Bryan: Não acho que ele parou porque quis, não. Talvez ele tenha alguma coisa rolando... Vai ver ele se segurou por algum motivo.

As palavras de Bryan ecoam na minha mente, e fico pensando se algo o incomodou, se ele lembrou de algo que o fez parar. O sinal toca, e seguimos para nossas salas. Chegando lá, vejo Amy ainda não ter chegado. Sento na minha mesa, observando Thomas ao fundo, cabisbaixo. Nossos olhares se cruzam por um momento, e então ele desvia o olhar.

De repente, sinto uma mão no meu ombro, e vejo que Amy chegou.

Ellinna: Chegou agora?

Amy: Sim. Minha mãe me atrasou, me pedindo ajuda na decoração da cozinha. (Rindo) Ela queria minha opinião.

Ellinna: Entendi...

Amy: Agora me conta, garota! Como foi ontem? A foda foi boa? Ele te fez gozar? Porque, sinceramente, acho que é obrigação do homem fazer uma mulher gozar!

Ellinna: Amy, para! Não teve nada disso...

Amy: Como assim?

Vejo o rosto de Amy ficar sério de repente.

Ellinna: Não teve a foda. Ele parou antes de acontecer. Ficamos só nas preliminares.

Amy: Espera, você tá me dizendo que ele parou? Ele brochou? Nossa...

Ellinna: Amy, ele não brochou...

Antes que eu pudesse terminar de falar, Ryan entra na sala,

sua presença parecia diferente daquela noite. Seus olhos estavam cansados, como se ele também tivesse passado a noite em claro. Sua gravata estava torta, algo incomum para alguém sempre tão cuidadoso com a aparência.

Ryan: Bom dia.

Sua voz parecia distante, e imediatamente percebo que algo está errado. Ele respira fundo, ajeitando a gravata de maneira desajeitada.

Ryan: Vamos começar. Hoje, faremos um trabalho em dupla. Escolham suas duplas.

Olho ao redor, e logo vejo que Amy já está com Bryan. Meus olhos então pousam em Thomas, que está sentado sozinho, cabisbaixo. Relutante, decido chamá-lo.

Ellinna: Thomas, quer fazer dupla comigo?

Ele levanta o olhar, surpreso, e se aproxima, sentando-se ao meu lado.

Thomas: Pensei que não fosse me chamar...

Ellinna: Por que pensou isso?

Thomas: Pelo que aconteceu ontem, Elli... Eu queria pedir desculpas. Não foi como eu imaginei...

Ellinna: Não precisa pedir desculpas. Só... o que você imaginou? Que eu ia pular nos seus braços? Thomas, você precisa entender que o que tivemos já acabou. Eu te amo, mas como amigo, e me desculpa se isso não é o que você quer ouvir.

Thomas: Não é isso. Eu só pensei que poderíamos tentar de novo. Já estamos mais maduros, e eu ainda tenho esperança...

Enquanto ele falava, sinto o olhar de Ryan nos observando do outro lado da sala. Havia algo de diferente em seu olhar, um misto de reprovação e desconforto que não consigo decifrar completamente.

Ellinna: Acho que não foi uma boa ideia fazermos dupla.

Thomas: Não, Elli. Prometo que não vou mais tocar nesse assunto.

Ellinna: Tudo bem...

Nós começamos a trabalhar juntos, e enquanto ele falava, minha mente vagava para o passado. Eu me lembrava de quando fazíamos trabalhos juntos antes... havia algo mágico naquilo. Mas agora, tudo parecia diferente.

No Próximo Capítulo...

Meu Professor DominadorOnde histórias criam vida. Descubra agora