O que ele quer?

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Já são quase 1 hora de aula, e noto que o professor Ryan não para de olhar para o Thomas. Algo na maneira como ele o observa me incomoda, como se estivesse julgando ou ponderando alguma coisa. Será que ele está desconfiado de algo? Minha mente começa a girar, criando cenários possíveis, mas logo sou interrompida quando a porta se abre e a diretora Olivia entra.

Ela está impecável. Sua saia preta justa e sua camisa social com um decote delicado chamam atenção, especialmente dos olhos de Ryan, que parecem colados nela. É quase desconcertante a maneira como ele sorri para ela, um sorriso infantil, de quem está completamente cativado. Meu estômago revira de um jeito que não consigo explicar. Por que isso está me incomodando tanto?

Thomas: Odeio pintar, Elli.

Eu estava tão absorta nos meus pensamentos que demorei a registrar o que ele disse. Gaguejo, tentando voltar à realidade.

Ellinna: Ahn? Ah, eu também...

Thomas: Tá tudo bem? (Ele me olha com preocupação)

Sinto o peso de suas palavras e o cuidado no seu olhar. Eu tento afastar os pensamentos estranhos que começaram a surgir.

Ellinna: Tá sim. Vamos ter que pintar essa merda?

Thomas: Pelo visto sim.

Ellinna: Mas o que o professor acha? Ele pensa que estamos na terceira série? Que se foda.

Thomas: Calma, Elli. É só um trabalho besta de pintura.

Ellinna: É, você tem razão...

Mesmo dizendo isso, sinto uma irritação crescendo dentro de mim. Por que pintar? Isso não faz sentido. Me esforço para terminar logo, enquanto meus olhos continuam a desviar para Ryan, que agora está conversando com a diretora como se fossem velhos amigos. A tensão dentro de mim não passa, uma mistura de ciúmes inexplicáveis e frustração.

Logo, o professor e a diretora saem da sala, e o sinal toca para o recreio. Enquanto saio da sala, Amy me chama.

Amy: Garota, espera!

Sua voz animada me tira do meu turbilhão interno. Tento sorrir.

Ellinna: Qual foi?

Amy: Vamos conversar, quero saber de tudo. Fiquei sabendo que esse ano vai ter campeonato da escola.

Sinto meu ânimo subir um pouco, me lembrando da novidade.

Ellinna: Vai sim. Ah, tenho algo para te contar. A diretora me chamou hoje na sala dela e pediu que eu organizasse o time de torcida deste ano.

Amy: Sério?

Ellinna: Sim, pensei em você como uma das garotas.

Amy: Nem vem! Eu sou péssima nisso, mas posso ajudar a arrumar as meninas. E aí, como vai ser o nome do time?

Ellinna: Estava pensando em Pretty Girls. Vou deixar essa missão de encontrar as meninas com você.

Amy: Certo, me encontra na sala depois do recreio.

Amy sorri, se afastando rapidamente, mas minha mente já voltou para a confusão de antes. Decido ir até o campo de futebol, buscando alguma paz nas arquibancadas. Observar os meninos treinando normalmente me relaxa, mas hoje tudo parece diferente. Sinto uma mistura de nostalgia e inquietação. De repente, uma presença familiar se senta ao meu lado.

Thomas: Me lembro de quando você sentava aqui para me ver treinar. Era maravilhoso.

Suas palavras trazem de volta memórias antigas. Meu coração aperta por um segundo.

Meu Professor DominadorOnde histórias criam vida. Descubra agora