E Agora?

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A casa parecia maior e mais vazia do que nunca. Uma semana inteira sem ir à escola. Uma semana inteira trancada no meu quarto, sozinha, afundando em um mar de emoções que mal conseguia entender. Não era apenas o Ryan. Não era só o Nick. Não era só o câncer da minha mãe. Era tudo. Como se, de repente, o peso do mundo tivesse desmoronado sobre mim, e eu não soubesse mais como respirar.

Os dias se passaram como um borrão. O sol nascia e se punha, mas para mim, era sempre noite. Eu mal conseguia sair da cama. A comida tinha gosto de nada, e o silêncio da casa me sufocava. Quando minha mãe batia na porta, eu fingia que estava dormindo. Não queria conversar, não queria ver ninguém. Não queria enfrentar o que estava acontecendo.

Minha mãe, mesmo doente, estava sempre ali, ao meu lado. Ela era a única que me tirava do quarto, e eu acompanhava ela em suas consultas médicas. Durante uma semana, esperávamos os resultados. Sabíamos que havia algo errado, mas só na última consulta veio a confirmação. Câncer. Ela tentou ser forte, mas eu vi a dor nos olhos dela. Ela queria me proteger, mas eu sabia. Eu sabia que ela tinha medo, medo do que viria a seguir.

E o medo dela se tornou o meu. Eu a via lutar todos os dias. Ela continuava a me abraçar, a dizer que tudo ia ficar bem, mas como eu podia acreditar nisso? Ela era tudo para mim. Eu não estava pronta para perdê-la. Não estava pronta para nada.

Enquanto eu me afundava no meu próprio sofrimento, as mensagens de Nick não paravam de chegar. "Elli, estou preocupado." "Você está bem?" "Posso te ver?" Eu olhava para o celular, mas não tinha forças para responder. Não queria que ele me visse assim, destruída. Eu não conseguia encarar mais ninguém.

Então, havia as mensagens da Amy. Ela insistia que eu precisava de ajuda, que não podia me afundar desse jeito. "Ellinna, você precisa de alguém para conversar. Não pode carregar tudo isso sozinha." Eu sabia que ela tinha razão. Mas não queria admitir que estava tão quebrada, tão perdida.

Os dias passavam, e o peso dentro de mim só aumentava. Até que, em uma noite de insônia, algo dentro de mim quebrou. Eu não podia mais continuar assim. Eu não podia mais fingir que estava tudo bem. Peguei o celular, e com mãos trêmulas, pesquisei o número de uma psicóloga. Meu peito doía, mas pela primeira vez em dias, senti que talvez houvesse uma saída. Eu precisava de ajuda. E, mesmo com medo, eu sabia que era hora de buscar.

No próximo capítulo...

Meu Professor DominadorOnde histórias criam vida. Descubra agora