Desespero e Obsessão

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O som das sirenes ecoava ao longe, enquanto o galpão se tornava uma cena de caos. Os seguranças de Ryan mantinham Thomas sob controle, algemado e jogado no chão como o criminoso que era. Ryan, no entanto, mal notava o que acontecia ao seu redor. Seus olhos estavam fixos em Ellinna, que respirava com dificuldade em seus braços, o corpo quente e febril. Ele sussurrava palavras de conforto que ela não conseguia ouvir, sua mente presa ao medo de perdê-la.

Ryan: Aguenta firme, Ellinna... Eu vou tirar você dessa. Por favor, não desiste de mim.

Enquanto Ryan tentava manter a calma, um som de passos apressados atrás dele chamou sua atenção. Ele se virou, apenas para encontrar Clara correndo em sua direção, os olhos dela brilhando de uma maneira insana. Ele deu um passo para trás, protegendo Ellinna com o corpo, mas Clara não parecia ameaçadora — pelo menos, não fisicamente. Ela estava desesperada, o rosto contorcido em uma mistura de dor e obsessão.

Clara: Ryan... por favor, me escuta!

Ryan: Clara, não. Acabou. Você já fez o suficiente.

Mas Clara balançou a cabeça freneticamente, ignorando as palavras dele, o desespero evidente em cada gesto.

Clara: Não, você não entende! Eu fiz tudo isso por você. Tudo! Eu amo você, Ryan. Eu sempre te amei, desde o momento que nos conhecemos!

Ryan ficou em choque. A intensidade nas palavras dela, o tom obsessivo... Ele soube naquele instante que Clara estava muito além do que ele imaginava. O olhar dela era o de alguém que perdeu completamente o controle da realidade.

Ryan: Isso não é amor, Clara. O que você fez... é doentio. Você machucou Ellinna, manipulou todos ao seu redor. Como você pode chamar isso de amor?

Clara se aproximou, lágrimas escorrendo pelo rosto, mas com um sorriso perturbador nos lábios.

Clara: Você não entende... Eu prefiro morrer do que viver sem você. Se você não pode ser meu... então eu não quero continuar.

Antes que Ryan pudesse reagir, Clara tirou algo do bolso — uma faca pequena, afiada. Ela a segurava com firmeza, e o olhar no rosto dela se tornava cada vez mais desesperado.

Ryan: Clara, não faça isso! Não é o fim, você ainda pode parar com isso. Não precisa terminar desse jeito.

Clara: Sem você, Ryan, não há mais nada. Eu nunca tive nada além de você na minha mente. E agora, prefiro morrer a viver sem você.

Antes que Ryan ou os seguranças pudessem fazer qualquer coisa, Clara cravou a faca em seu próprio peito. O grito de choque ecoou pelo galpão. O corpo de Clara caiu no chão, a faca ainda presa no lugar onde ela a enfiou, e o sangue começava a se espalhar ao redor dela.

Ryan correu até ela, mas já era tarde demais. Ela estava imóvel, e a obsessão que a consumia a tinha levado à morte.

Ryan: Clara... por quê?

Ele se levantou lentamente, ainda atordoado com o que acabara de acontecer, mas não podia se dar ao luxo de ficar paralisado. Thomas, que havia observado a cena com um sorriso cínico, foi levado por seus seguranças, algemado novamente. Seu destino estava traçado — a prisão seria sua próxima morada.

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O hospital era frio e silencioso, um contraste cruel com a tempestade que rugia dentro de Ryan. Ele caminhava de um lado para o outro na sala de espera, os nervos à flor da pele. O som das portas do pronto-socorro abrindo e fechando o fazia parar a cada vez, na esperança de que algum médico viesse com boas notícias.

Finalmente, um médico saiu, ainda com a máscara cirúrgica no rosto, e olhou diretamente para Ryan.

Médico: Sr. Ryan?

Ryan se adiantou, a preocupação gravada em cada linha de seu rosto.

Ryan: Como ela está? Como está Ellinna?

O médico suspirou, com o semblante sério.

Médico: Nós conseguimos estabilizá-la, mas o estado dela é crítico. Ela está muito fraca e desidratada, além de ter passado por um trauma físico significativo.

Ryan engoliu em seco, mas o médico ainda não tinha terminado.

Médico: Infelizmente, não conseguimos salvar o bebê. Ellinna sofreu um aborto espontâneo devido ao abuso que sofreu. O corpo dela não aguentou.

As palavras atingiram Ryan como um soco no estômago. Ele sentiu seu coração afundar e a raiva explodir em seu peito. Tudo o que ele tentava reprimir durante aquelas últimas horas veio à tona de uma só vez — o ódio por Thomas, a culpa por não ter protegido Ellinna. A sensação esmagadora de fracasso o consumia.

Ryan: O que você está me dizendo é que... ela perdeu o bebê... por causa do que fizeram com ela?

Médico: Sim, senhor. O trauma foi muito intenso. O corpo dela não pôde suportar.

Ryan sentiu as lágrimas queimarem em seus olhos, mas ele as segurou. Ele não podia fraquejar agora. Mas dentro dele, um grito de raiva e dor crescia.

Ryan: Eu devia ter matado aquele desgraçado... Thomas devia estar morto!

A culpa o devorava. Ele se perguntou como poderia ter sido diferente. Talvez, se ele tivesse agido antes... se ele tivesse feito algo a mais... tudo isso poderia ter sido evitado.

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Ryan entrou no quarto onde Ellinna estava. Ela parecia tão frágil, deitada na cama, ainda inconsciente, as máquinas ao redor dela monitorando seus sinais vitais. Ele se aproximou, pegando sua mão gelada na dele, com o peito apertado de dor.

Ryan: Ellinna... eu falhei com você. Eu devia ter protegido você, e agora... Agora estamos aqui.

Ele olhou para o rosto dela, esperando algum sinal de reação, mas ela não se mexeu.

Ryan: Eu vou fazer o que for preciso para consertar isso. Eu prometo. Thomas pagará, e eu nunca mais vou deixar você sofrer por minha causa.

O silêncio no quarto era pesado, o som da respiração irregular de Ellinna sendo o único ruído, enquanto Ryan se sentava ao lado dela, determinado a não sair até que ela acordasse.

O peso de tudo o que havia acontecido caía sobre ele, e uma nova chama de vingança queimava em seu coração.

No Próximo Capitulo...

Meu Professor DominadorOnde histórias criam vida. Descubra agora