Capítulo trinta e seis

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Anastácia

Tirei a minha bolsa do ombro quando entrei em casa e
guardei a chave nela. Estava a caminho do meu quarto, onde eu
queria passar o restante do meu tempo, bem escondida de tudo e
de todos, quando a minha mãe me chamou.
— Anastácia ?
Girei na pontas dos pés e olhei para trás, vendo-a parada no
meio do corredor.
— Oi, mãe. — Abri um sorriso amarelo.
— Como você está?
— Melhor. Quero tomar um banho e descansar. Hoje o dia foi
bem puxado lá no supermercado.
Tentei passar pela minha mãe, mas ela me puxou pelo braço
e me fez ficar na frente dela novamente.
— Agora que você está melhor, pode me contar sobre o que
aconteceu ontem.
— É melhor deixar para outro momento.

— Anastácia !
— Mãe.
— Já deixamos para outro momento. Agora você vai me
contar o que aconteceu com o Cristhian , o motivo do escândalo que
todos os vizinhos ouviram e por que você foi dormir aos prantos.
Achei que vocês estavam bem.
— Eu também achava, até descobrir que ele estava mentindo
para mim.
— Mentindo? Traição de novo, filha?
— Mais ou menos isso. — Tentei passar novamente, mas a
minha mãe não deixou.
— Conta essa história direito.
— É tudo mentira, mãe. Tudo! Ele nunca foi o homem que eu
imaginei que era. Armou uma história para mim e eu caí feito uma
patinha.
— Ele é algum tipo de bandido? Meu Deus!
— Não. Ao menos não até onde eu sei. O nome dele é
Cristhian Grey , dono da construtora Grey . Ele tem grana, mãe!

Muita, mas mentiu para mim porque achava que eu era uma
interesseira. — Cerrei os dentes, ficando irritada só de me recordar.
— Grey ? — Meu pai apareceu. — Bem que eu estava
achando aquele cara familiar. Tenho certeza de que já vi ele em
alguma obra.
— Pode ser. — Dei de ombros.
— Muito melhor do que ser um motorista de aplicativo.
— Pai!
— Vai poder dar um futuro melhor para o filho de vocês.
Irritada, passei por eles e me tranquei no banheiro. Meu pai
estava pensando justamente como o Cristhian  achava que eu iria
agir.
Por mim, que o Cristhian  pegasse todo o dinheiro dele e
enfiasse... ainda estava com raiva e pensar a respeito só me
deixava ainda mais irritada. Não via justificativa para as mentiras
dele. Tinha criado uma farsa, até alugado uma casa para corroborar
com isso e eu estava indignada. Me sentia tendo sido feita de idiota.
Tirei a roupa e me preparei para um banho. Iria relaxar com a
água quente, ao menos torcia para isso.

Que o Cristhian , o Alexandre e qualquer outro homem que
achasse que poderia me fazer de idiota ficasse bem longe de mim.
Não precisava deles, nem do dinheiro e nem de qualquer migalha
que pudessem me oferecer.
Depois do banho, saí enrolada na toalha e fui para o meu
quarto. Dessa vez os meus pais tentaram não ficar no meu caminho.
No fundo, eles sabiam que a escolha era minha e fiquei grata por
finalmente me deixarem lidar com ela.
Coloquei um pijama e me joguei na cama. Com a gravidez, o
meu cansaço estava bem maior, e às vezes eu chegava em casa
completamente sem bateria.
Olhei para a minha bolsa na escrivaninha quando o meu
celular dentro dela começou a tocar. Provavelmente minha mãe
havia a colocado ali quando a deixei no corredor para entrar no
banheiro. Levantei e fui até ela, porque uma parte de mim imaginava
que pudesse ser a Duda, mas fui direto para o botão vermelho
quando vi o nome do Cristhian  no meu identificador de chamada.
Ele precisava entender que eu não queria nada com ele.

Continua...

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