Epílogo

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Anastácia

Três anos depois...

— Juliana, filha, não pode! — Peguei-a tentando escalar uma
pilha de tecidos que estava em um canto do meu ateliê, depois de
ter me dado uma canseira correndo atrás dela o dia inteiro.
— Vitidu.
— Já te dei um vestido, Ju.
— Ju, naum.
— Você, sim. — Enlacei a cintura dela e a levei comigo para
o escritório onde deixava os meus pertences.
— Vamos para casa?
— Eba! Papai! — Ela vibrou no meu colo.
Juliana era apaixonada pelo pai e o sentimento era recíproco.
Eles eram muito parecidos, não apenas fisicamente.
Despedi das duas outras costureiras que trabalhavam comigo
e pedi que fechassem o lugar quando fossem embora. Despois da

minha licença maternidade, o Cristhian  havia me incentivado a me
dedicar ao meu sonho e eu deixei o supermercado para abrir a
minha própria marca de roupas. Ainda havia muito espaço a
conquistar, mas as pessoas estavam gostando cada vez mais do
meu trabalho e eu estava me dedicando ao máximo para realizar
aquele sonho.
— Vamu, papai! — Juliana saltou ao no meu colo, chamando
a minha atenção.
— Isso, vamos lá encontrar com o papai.
— Ehhhh!
Acomodei-a no meu colo, enquanto equilibrava as bolsas, e
saí do ateliê. Sorri assim que vi o Cristhian  já parado na rua, de pé ao
lado do carro, nos esperando.
Ele pegou a Juliana no colo quando ela se jogou na direção
dele e a minha bolsa quase caiu no chão. Me contorci para pegá-la
e o meu marido riu.
— Oi, amor. — Ele se curvou para me dar um selinho.
— Oi!
— Como foi o dia de trabalho na companhia da Ju?

— Foi a pior ideia que eu tive. Ela ficava mais quietinha antes
de ir para a escolinha. — Bufei e o Cristhian  riu.
— Nossa filha cresceu, meu amor, mas me diz o que
aconteceu? — Acariciou a nossa filha, que se aninhou nele como se
fosse um gato manhoso.
— Essa pestinha não parava de andar de um lado para o
outro e me deu muito trabalho.
— Tanto de panu, papai.
— Você viu um tanto de tecidos?
— É.
— E a mamãe deixou você mexer?
— Deu vistidu. — Apontou para a roupa que estava usando.
— Você ficou tão linda, filha — ele continuou conversando
com ela.
— Inda.
— Tenho certeza de que ela se divertiu. — Cristhian  riu ao se
virar para mim.

Minha filha estava de férias da escolinha e eu tive a ideia de
trazê-la comigo assim como fazia quando era mais nova e só dormia
ao invés de subir em tudo. . Eu havia tentado, mas certamente não
repetiria a dose. No dia seguinte, iria deixá-lo com a minha mãe.
Cristhian  abriu a porta do banco de trás do carro e colocou a
nossa filha na cadeirinha. Ela pegou um ursinho que estava ao lado
e se distraiu brincando.
— Eu amo você. — Tombou na minha direção quando eu
sentei no banco do carona.
— Eu também.
— Amo a nossa filha.
— Quando ela está dormindo? — Brinquei.
— O tempo todo.
Sorri ao me virar para olhar para ela. Por mais que me
deixasse de cabelo em pé às vezes, não tinha dúvidas do quanto
meu amor por ela era imenso.
— E se eu disser que quero outro? — Cristhian  chamou a
minha atenção e eu me virei para ele novamente.

— Outro bebê?
— Não seria bom ela ter um irmãozinho ou uma irmãzinha?
— Vamos planejar dessa vez?
— Tudo bem. — Sorriu, vitorioso, e se virou para Juliana. —
Irmãozinho!
— Mãozinho? — Ela tombou a cabeça olhando para o pai.
— Vamos nos programar! — Cerrei os dentes.
— Tá... — Ele riu, dando partida no carro para irmos para
nossa casa.
Eu gostava de planejar as coisas, mas certamente ele e a
Juliana haviam sido o melhor acaso da minha vida.

Fim.

Gente chegamos fim de mais uma história.
Espero que vcs gostem beijos.

Até a próxima

O MISTERIOSO PAI DO MEU BEBÊ Onde histórias criam vida. Descubra agora