Anastácia
A minha barriga estava maior a cada dia, dando sinais do
crescimento do meu bebê. As minhas roupas já não me serviam
mais eu havia deixado o jeans de lado para usar macacões e
vestidos.
Cristhian havia me chamado para sair naquela noite e eu havia
escolhido um vestido que comprara em uma loja não muito longe do
supermercado onde eu trabalhava. Ele era de malha e me deixava
bastante confortável.
Passei um pouco de pó e um batom antes de pegar a minha
bolsa e sair do quarto.
- Está linda, filha - disse a minha mãe quando nos
cruzamos no corredor.
- Obrigada, mãe. Estou me sentindo completamente
redonda.
- É por uma boa causa. - Ela acariciou a minha barriga.
- Sim! - Sorri ao pensar no meu bebê.
- Vai sair com o Cristhian?- Sim.
- Bom passeio.
- Obrigada.
Ela deu um beijo no meu rosto e nos despedimos. Fui para
sala, onde meu pai estava vendo um jogo de futebol, e saí quando
ouvi o som de uma buzina.
- Ei! - Aproximei-me do carro quando ele abriu a porta para
mim.
- Oi.
- Vamos?
Balancei a cabeça em afirmativa e entrei no veículo.
- Para onde vamos?
- É uma surpresa.
- Surpresa? - Franzi o cenho, um tanto desconfiada.
- Acho que você vai gostar.
- Espero que sim.Cristhian ligou o carro e avançou pela rua. Fiquei observando
o percurso até que percebi que estávamos no mesmo caminho que
fazíamos para ir ao condomínio onde ele morava com a mãe.
- Vamos para sua casa?
- Não.
- Mas estamos indo para lá?
- Mais ou menos.
- É perto?
- Sim.
- Vamos jantar em um daqueles restaurantes?
- Não.
- Cristhian ! - Fiz bico, cruzando os braços e ele riu.
- O que foi?
- Assim não vale, me deixa curiosa.
- Claro que vale. É parte da surpresa.Fiquei pensando em milhares de possibilidades, mas não
consegui ter um bom chute para me arriscar a fazê-lo. Lembrei do
dia que o Cristhian havia me levado ao mirante e imaginei que
pudesse ser algo assim. Aquele lugar bonito e memorável tinha me
proporcionado boas lembranças.
Estávamos bem perto do condomínio onde ele morava, mas
o Cristhian continuou em frente.
- Não imaginei que fôssemos fazer uma viagem.
- Calma, já estamos chegando.
Esperou que surgisse um retorno e ele foi para o outro lado
da pista, dirigindo por um tempo de volta a Belo Horizonte até entrar
numa outra estrada que nos levou próximo de uma lagoa. Como
estava de noite, só percebi quando estacionamos em frente.
A Lagoa dos Ingleses era algo que eu só tinha visto de longe,
quando passava naquele trecho da BR. Parecia ainda maior e mais
bonita de perto, mesmo a pouca luz.
- Outro piquenique?
- Não.
- Nem sabia que tinha restaurantes por aqui.- Tem, mas também não vamos para lá.
- Esse seu mistério está me matando.
- Calma. - Sorriu ao entrelaçar os dedos nos meus e me
puxar junto.
Fomos andando até nos aproximar de um ancoradouro onde
havia vários barcos.
- Um desses é seu?
- Aluguei um.
- Ah!
- Já andou de barco antes?
Fiz que não.
- Espero que goste.
Eu tinha gostado de todos os passeios que havíamos feito
juntos, mas não poderia negar que havia ficado impressionada com
aquele.
- Vem. - Cristhian puxou a minha mão e me guiou para o
interior da embarcação, me ajudando a subir e me dandosustentação.
Depois do susto que havia tomado com o empurrão que a
Letícia havia me dado há algumas semanas, tremia com a
possibilidade de que algo pudesse acontecer a mim e
principalmente a Juliana.
Caminhamos pelo barco até que o Cristhian me levou para
uma escada que levava para o terraço, ou seja lá qual fosse o nome
que davam a parte de cima do barco.
Um homem estava acabando de arrumar uma mesa posta
para dois e balançou a cabeça em afirmativa quando Cristhian se
aproximou.
- Obrigado, Gustavo.
- Por nada, senhor. Tenham um bom jantar.
Cristhian assentiu.
- Pode nos levar para o centro da lagoa?
- Claro.
O homem desceu, deixando-nos sozinhos.- Realmente foi uma surpresa. - Olhei de um lado para o
outro, ainda admirada com o local onde estávamos.
Belo Horizonte era uma cidade sem acesso ao mar, e
certamente estar em um barco não era o tipo de programa feito por
pessoas comuns.
Cristhian pegou a minha mão e me levou até a mesa,
ajudando-me a me acomodar na cadeira antes de dar a volta e se
sentar diante de mim.
- Eu estou muito feliz de estarmos aqui.
- Eu também. - Acariciei a mão dele, que estava sobre a
mesa.
- Anastácia ?
- Oi. - Segurei um pouco a respiração quando vi o seu
olhar firme.
- Eu acho que você não entrou no carro naquele dia por
acaso. Se foi, eu sou um homem com muito mais sorte do que
imaginava.
- Talvez. - Sorri sem graça, colocando uma mecha do meu
cabelo atrás da orelha.- Eu amo você.
- Também amo você. - Com o passar dos dias estava cada
vez mais fácil dizer aquelas palavras.
- Trouxe você aqui não só pela paisagem bonita, mas... -
Ele colocou a mão no bolso e tirou uma caixa de veludo. - Eu
quero saber se...
- Eu não vou me mudar para cá. É muito longe do meu
trabalho. Não vou parar de trabalhar, bem, só durante a licença-
maternidade. Também preciso continuar ajudando os meus pais...
- Isso é um sim? - impediu que eu continuasse a falar
descontroladamente.
- Sim. - Rendi-me a um sorriso.
- Aceita se casar comigo? - Ele abriu a caixa.
- Eu aceito!
Cristhian pegou a minha mão direita e deslizou a aliança pelo
meu dedo anelar, beijando o dorso com carinho.
- Agora podemos comer? - Olhei para os pratos. - A
Juliana está com fome.- Podemos sim. - Ele gargalhou.
Continua....
25/11/2023.
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O MISTERIOSO PAI DO MEU BEBÊ
FanficADAPTAÇÃO 50 TONS Rico desde que nasci, cresci numa redoma, distante das pessoas comuns e convivendo apenas com outros como eu. Herdeiro, prestes a assumir um império, era tratado como tal. Entretanto havia algo em mim que me impulsionava a querer ...